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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Rei dos reis e Senhor dos senhores

*Pe. David Francisquini

                Em seu Evangelho sobre o encontro de Jesus no Templo discutindo com os doutores da Lei, São Lucas O descreve descendo com São José e Maria rumo a Nazaré e submisso a eles. Verdadeiro relicário de sabedoria e de virtudes, Maria conferia e conservava em seu coração toda a vida do Menino Jesus, que crescia em idade, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.
                Sendo verdadeiro Deus, no quê poderia Ele crescer dentro da simples, mas incomensuravelmente rica casa de Nazaré onde vivia a Sagrada Família? No entanto, Ele crescia em graça e santidade, um mistério alto e profundo que se reflete na Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, sua Esposa Mística.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Nem a natureza ficou insensível

*Pe. David Francisquini

            Enquanto ainda não desponta para nós, o sol, que nunca deixa de iluminar a terra, se vela em outros confins. As trevas da noite que cobrem a pessoa adorável de Nosso Senhor Jesus Cristo e de seus discípulos estão prestes a se dissipar. A Páscoa se aproxima.
Ao contemplar e refletir sobre tão sublime mistério da Ressurreição, podemos imaginar a noite escura que de repente passa a brilhar com toda intensidade, para simbolizar o maior milagre da divindade de Cristo: o Filho de Deus que se encarnou, padeceu e morreu, agora ressuscita, após vencer a morte, o demônio e o pecado.

domingo, 24 de março de 2013


Ele lutou e venceu como guerreiro


*Pe. David Francisquini

Se Maria teve papel tão relevante na Encarnação do Verbo trazendo ao mundo o Salvador do mundo, necessariamente Ela é, depois de seu Filho – carne de sua carne e sangue de seu sangue – a mais perfeita das criaturas. Numa palavra, Nossa Senhora é a obra-prima da criação e a co-redentora do gênero humano.

E se compreende que seja assim, pois, do mesmo modo como o pecado entrou no mundo através de um homem e de uma mulher, foi também por meio de um Homem e de uma Mulher que a graça superabundou neste mesmo mundo, advindo-nos os meios necessários para lutar e vencer a nossa natureza decaída pelo pecado de nossos primeiros pais.
 Com efeito, o trabalho, a doença, o sofrimento e a morte são consequências do pecado original e patrimônio comum de todos os homens neste Vale de Lágrimas. Mas podemos mitigar de algum modo seus efeitos oferecendo-os em união a Jesus e Maria, que sem a mancha do pecado sofreram indizivelmente mais do que todos nós.
Sem dúvida, tais ponderações nos fazem entender melhor por que os sofrimentos da Mãe do Salvador atingiram um ápice só comparável aos de seu divino Filho.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ainda agora passarás por mim.E eu?!


*Pe. David Francisquini

 
Entre os exercícios de piedade promovidos pela Santa Igreja para o tempo da Quaresma nenhum é tão eficaz quanto a Via Sacra. De conteúdo doutrinário amplo e profundo, ela se compõe de 14 estações representando o doloroso e heroico caminho de Nosso Senhor Jesus Cristo carregando a Cruz, desde o pretório de Pilatos até o monte Calvário.
Sua origem é atribuída à Santíssima Virgem Maria, que visitava com frequência os lugares sagrados onde seu divino Filho padeceu e morreu pelos nossos pecados. Procurando seguir suas maternais pegadas, os primeiros cristãos se puseram por sua vez a visitá-los, a fim de meditar nos indizíveis sofrimentos de Jesus e de Maria, co-redentora do gênero humano.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MOVIMENTO HOMOSSEXUAL AGRIDE JOVENS CATÓLICOS



 
"Se te buscas deleites ou prazeres"
 
*Pe. David Francisquini
 

Entre as muitas verdades esquecidas em nossos dias, ocupa certamente lugar de destaque a existência do Purgatório. Isso porque tendo o mundo moderno abraçado o hedonismo, cuja filosofia põe o prazer como finalidade primeira da vida, a lembrança de um lugar de expiação e reparação, onde há dor, sofrimento, privação e angústias, põe as pessoas em fuga.
Como era diferente a sociedade verdadeiramente cristã, que praticava o ensinamento evangélico de procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, pois todo o resto lhe seria dado por acréscimo! Para ilustrar o que afirmo, não preciso citar um santo medieval, mas um poeta renascentista em cuja alma ainda vicejava a têmpera cristã, o grande Luiz Vaz de Camões:
Tu que descanso buscas cum cuidado/ neste mar do mundo
tempestuoso / não esperes de achar nenhum repouso / senão em
Cristo Jesus Crucificado... Se te buscas deleites ou prazeres, / nele está o dulçor dos dulçores / que a todos nos deleita com vitória.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Do Presépio ao Calvário

*Pe. David Francisquini

Foto: Familia Pérez y Díaz
Apesar de revestida de mistério, a festa da Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo, comemorada no dia primeiro de janeiro, esparge luz que ilumina todos os dias do ano.  400 anos antes da promulgação da Lei mosaica, Deus prescrevia a Circuncisão como preceito para Abraão e seus descendentes, simbolizando a Aliança estabelecida por Deus com o povo hebreu, particularidade que o diferenciava dos pagãos.
Tratava-se do principal sacramento da religião mosaica -- simbolizando ao mesmo tempo purificação e santificação -- a caracterizar e congregar o povo escolhido com a eliminação do pecado original. Sendo Nosso Senhor Jesus Cristo verdadeiro Deus, descendente de Abraão, não estava sujeito a essa Lei, mas quis a ela sujeitar-se, em ato de humildade e obediência, para assim remir e libertar a humanidade da culpa original.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

É NATAL
O inferno ruge, a Igreja nada teme
 
Pe. David Francisquini 
 
O Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo nos faz entrar na atmosfera encantadora e sublime das harmonias de um rei que assume a natureza humana no ventre virginal de Maria Santíssima por obra do Espírito Santo para redimir o gênero humano.
O que nos diz a singela, ordenada, pura e virginal cena de uma mãe que contempla seu filho que é ao mesmo tempo Deus e homem? Que olhar, que esplendor, no qual se reflete um interesse pelas mais sublimes virtudes de um brilho fulgurante!
Aquele Menino recém-nascido constitui-se o herdeiro universal de todas as coisas. Ao mesmo tempo em que é Filho do Eterno Pai, torna-se Filho da Virgem Maria. Aquele que é o esplendor, o reflexo, a imagem do Padre Eterno, recebe a carne e o sangue, ou melhor, a vida aqui na Terra, servindo-se da mais santa de todas as criaturas.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

As aves do céu e os lírios dos campos


Pe. David Francisquini
 

 

Já revelei em outras ocasiões aos meus leitores o apreço que tenho pela vida campestre, a qual sempre nos remete à contemplação da arquitetonia do universo e aos ensinamentos de Jesus Cristo que estão contidos nas páginas dos Santos Evangelhos. Basta pensar na descrição tão poética quanto apropriada sobre as aves do céu e os lírios do campo.
Com a força física que lhe é própria, o homem prepara a terra e lança a semente, na esperança de tirar do seu trabalho o alimento material de cada dia. Com a sua força da vontade, ele deve procurar com afinco a luz, para entender a realidade mais profunda contida nas Sagradas Letras, haurindo assim sustento espiritual ao longo da vida terrena.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012


O cristão é outro Cristo


*Pe. David Francisquini


            A doutrina católica ensina há dois mil anos que christianus alter Christus. Com efeito, ao nos encontrarmos na amizade com Deus, isto é, em estado de graça, temos uma vida nova, toda divina, vida sobrenatural com todas as riquezas das virtudes e dons que nos elevam e nos fazem participar da vida própria e natural em Deus.
Vida participativa, portanto: divinae consortes naturae, ou seja, consorte, uma união que se nos dá pela graça com a natureza divina. Portanto, o próprio Deus habita em nós, tornando-nos templo do Espírito Santo, morada da Santíssima Trindade, no dizer de São Paulo.
Vivendo e cooperando com a graça e as virtudes infusas haverá um desenvolvimento e uma união da criatura com o Criador que poderá atingir alto grau de perfeição, preparando-nos para a vida eterna. As tribulações, os sofrimentos da vida presente não se comparam com a vida vindoura.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Limpar a poeira e tirar o mofo (II)

Pe. David Francisquini

Em recente artigo com o título em epígrafe, procurei analisar a causa mais profunda da baldeação em massa de católicos das hostes da Santa Igreja Católica Apostólica Romana para os renques protestantes, conforme as estatísticas e segundo podemos observar em nossa volta. Ao retornar ao tema, convido o leitor para considerarmos juntos alguns momentos da vida religiosa antes do Concílio Vaticano II.
No Paraná, onde eu cursava o seminário, ouvi no sermão de uma Sexta-feira Santa o bispo alertar os fiéis sobre a ação dos protestantes, que à época percorriam as cidades de sua diocese batendo de casa em casa, a fim de lançar dúvidas e sementes da cizânia na cabeça das pessoas.

Esses disseminadores da divisão entre as fileiras católicas não tiveram ambiente para continuar seu proselitismo e acabaram por deixar a diocese. Para reconforto dos fiéis, esse mesmo hierarca organizava as tradicionais associações religiosas femininas e masculinas, e não raras vezes promovia, em torno da catedral diocesana, manifestações públicas com a presença de todas elas revestidas de suas respectivas insígnias.
Com entusiasmo, ouvi um zeloso padre contar-me ter feito um debate público com os protestantes, mostrando-lhes não terem conhecimento de Deus nem dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. As crianças de sua paróquia sabiam mais sobre os ensinamentos divinos que os seus dirigentes.
            Creio que falta hoje aos meus colegas do clero o espírito polêmico e militante da Santa Igreja Católica. Julgo oportuno trazer a lume o que diz São Pedro na sua primeira epístola, a fim de esclarecer a responsabilidade do ministério sacerdotal:
           “Apascentai o rebanho que Deus vos confiou, velando sobre ele, não por constrangimento, porém, espontaneamente, conforme a vontade de Deus; não por um ganho vergonhoso, porém, por dedicação. Não vos porteis como senhores sobre a herança [de Deus], porém, tornando-vos um exemplo para o rebanho do íntimo do coração. E quando aparecer o príncipe dos pastores vós obtereis a coroa incorruptível da glória; e vós também, ó jovens, submetei-vos aos mais velhos” (1Petr. 5, 1-11).
Podemos apalpar nessas santas palavras o reflexo e o esplendor com que o guia de almas deve se dedicar em função da vocação para a qual foi chamado. Aplica-se aqui a parábola do mau administrador que dissipou os bens de seu senhor, pois ao conceder o pão da verdade e da verdadeira doutrina, o sacerdote é na verdade o administrador dos mistérios de Deus.
Ademais, ele administra as águas que jorram dos sacramentos e das cerimônias religiosas realizadas com sacralidade. Ele é o bom exemplo de conduta digna e santa do seu estado sacerdotal; ele promove e cultiva a recitação do Rosário; ele santifica no momento solene da bênção do Santíssimo Sacramento; ele instrui na religião; ele entoa hinos e joga o incenso de bom odor a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com rituais que mais se assemelham ao protestantismo – sem falar dos escândalos nos meios católicos – sacerdotes há que acabam preparando o espírito dos fiéis para aceitar a doutrina errada. Ora pregam pouco a devoção a Nossa Senhora; ora descuram da água benta e das devoções externas, como o uso da medalha de São Bento e da Medalha Milagrosa; ora não arranjam tempo para atender devidamente às confissões e preparar as instruções religiosas; ora enfim, omitem o dever de falar de Deus e da alma, do prêmio e do castigo, da mudança de vida e do combate aos trajes modernos e imorais que pervertem os costumes das famílias e invadem até os ambientes religiosos.
O que mais estarrece são as heresias e a perseguição àqueles sacerdotes que querem portar a sua batina e celebrar o rito tradicional da missa tridentina, o qual nunca foi proibido, como afirma Bento XVI no Motu Próprio Summorum Pontificum.