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domingo, 10 de novembro de 2013


 Os sinos não tocam mais

 
 
                     Pe. David Francisquini

 
      Ombro a ombro com Pio IX encontra-se a personalidade imponente e categórica de São Pio X. Ambos os papas representam uma unidade de pensamento e ação como timoneiros da barca de Pedro ao proclamarem alto e bom som o princípio do absoluto sobre o relativismo religioso e moral.
         O bem moral deve prevalecer sobre todas as coisas porque o ser humano foi criado para Deus. Em sua encíclica “Sobre a Liberdade Humana”, Leão XIII ensina que a Igreja Católica, única detentora da verdade, é também a única defensora da doutrina da liberdade como da simplicidade, espiritualidade e imortalidade da alma humana. 
         Com a proteção da liberdade, a Igreja tem salvado da ruína este grande bem do homem. Enquanto os seres irracionais obedecem a instintos e são impelidos para aquilo que lhes é útil, ou seja, a defesa e conservação da vida, o homem dotado de razão e vontade -- advindas de sua alma espiritual -- é senhor de seus atos.
         Quanto aos bens naturais, compete a ele escolher o que lhe parece viável, mas na ordem moral, sua finalidade última é Deus. Portanto, o homem simples e espiritual procura a verdade e o bem moral. Depois da Revelação, a Igreja Católica é meio necessário para se salvar. O fiel deve fugir dos erros e das falsas religiões.

domingo, 29 de setembro de 2013


A suntuosidade do Templo

 
*Pe. David Francisquini
 
                O esmero aplicado na construção do Templo de Jerusalém não consistiu apenas no impulso inicial dado pelo Rei
David para que a edificação fosse monumental e digna para abrigar a Arca da Aliança. Advertido pelo próprio Deus, ele sabia que a grandiosa empreitada caberia a seu filho Salomão, ao qual, como pai, quis facilitar e incentivar. Soube, todavia, encontrar forças suficientes para reunir a elite e movê-la com vistas àquela edificação, a fim de que o Templo representasse também poder, grandeza e autoridade.
             Este tampouco poderia ser uma simples habitação, pois não se destinaria a abrigar pessoas, mas para cultuar o Senhor Deus dos Exércitos – o Deus vivo, criador de todas as coisas, transcendente, absoluto e perfeitíssimo. Lugar de paz, harmonia e bem-estar. Era, pois, imperativo para David empregar os mais talentosos artistas do reino para manusear o ferro, a prata, o ouro, a madeira, a pedra, o cobre, o bronze, e outros requintados materiais que seriam utilizados para ornar a Casa de Deus.
           O próprio rei deixou soma considerável de recursos acumulados durante toda a sua vida: “cem mil talentos de ouro, um milhão de talentos de prata, além de diferentes vasos de ouro e de prata, de enorme quantidade de cobre, ferro, madeira, mármore e pedras de grande valor”.  E ainda deixou – de seu tesouro particular – “três mil talentos de ouro de Ofir e sete mil talentos de prata para o revestimento das paredes do santuário. Como as necessidades serão grandes e os operários precisarão ter à mão o ouro e a prata exigidos por obras tão numerosas e tão importantes, se alguns dentre vós quiserem concorrer de boa vontade para a edificação da casa de Deus que abra generosamente as mãos e apresentem as dádivas ao Senhor".
              Nesse dia, as ofertas solicitadas pelo rei somaram o montante de "cinco mil talentos de ouro, dez mil talentos de prata, dezoito mil de cobre e cem mil de ferro, com todas as pedras preciosas que cada qual possuía. Essas ofertas, entradas no tesouro do Templo, foram confiadas à guarda do levita Jeiel. Foram dons espontâneos oferecidos de todo coração a Deus e que provocaram na assembleia uma autêntica vaga de júbilo" (1- Par 29,1-9).


 

            Cheio de encanto, com a instituição e fundação da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, o Antigo Testamento iluminou o Novo Testamento. Se Nosso Senhor ressalta que não veio destruir a Lei e os profetas, e instituiu a Igreja – fora da qual não há salvação –, é porque Ela deveria superar a lei antiga, até mesmo na edificação de seus templos. É verdade que o requinte e o esplendor de nossas igrejas devem contribuir de modo ponderável para o cumprimento do primeiro e maior de todos os Mandamentos: “Amarás o teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo entendimento”. Esse máximo Mandamento nos leva a praticar este outro: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22, 34-46).
               A melhor maneira de amar o próximo é fazer-lhe benefícios espirituais que o conduzam por sua vez a amar a Deus com todas as veras de sua alma. E para esse fim, nada é tão eficaz como a construção de templos sagrados cujo ambiente propicia a celebração de belas cerimônias religiosas, bem como o ensino da doutrina deixada pelo Divino Mestre. A propósito, comprometo-me com os leitores de voltar ao assunto tão logo me seja possível. Até lá.

 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

 
               Demagogia não é santidade II
* Pe David Francisquini

              Cumprindo com a promessa de dar continuidade à matéria tratada no artigo "Demagogia não é santidade", lembro aos meus leitores que nos ocupávamos da santidade do Padre João Maria Vianney, o Cura d'Ars, o patrono dos párocos. Assinalávamos que a verdadeira grandeza da pessoa não se caracteriza pela aparência, pois advém sempre da Cruz.
               Para aquele santo vigário de aldeia nada passava despercebido. De olhar límpido, inocente e perspicaz, ele possuía uma grande vivacidade e penetração, perscrutando com reverência o interior das almas. Seu biógrafo narra que no dia de seu onomástico foi-lhe apresentado um bolo enfeitado com figuras de um boi, um leão, uma girafa e algumas pombinhas.
                 Ao agradecer as homenagens, o Cura d'Ars fez uma verdadeira transcendência sobre as figuras ali representadas,
mostrando as virtudes que simbolizavam. Assim se expressou ele, para o proveito espiritual dos presentes: "O boi representa a força; o leão, o valor;   a girafa, a alma que corre a largos passos para Deus; as pombinhas, o espírito que se eleva acima das coisas terrenas".
               Sem dúvida ele não era um intelectual, mas cheio de amor a Deus. Ele soube prevalecer-se daquele momento para edificar as almas, pensando na vida interior das mesmas e nas suas relações com Deus. O mundo que o cercava mais proximamente era a aldeia, seguindo do campo, que se estendia maravilhosamente diante dos seus olhos. No entanto, sua santidade o fazia refletir sobre Deus e o valor das almas.
             Um padre inteiramente fiel tende, por vocação, a elevar a cultura do seu povo, por mais simples que este seja, pelo simples fato de destilar para ele a doçura e a bondade cristã. Um padre impregnado de oração, de vida heroica, de desapego e cumpridor de seus deveres de estado, é como uma torre altaneira e vigorosa, ponto de referência para o mundo contemporâneo.
               Tomemos outro exemplo. O que representou para o
seu século a humilde e analfabeta Santa Bernadette Soubirous, vidente de Lourdes, senão um exemplo de desinteresse, alienação e holocausto? Sem dúvida, ela foi uma vítima expiatória pela glória da Igreja e salvação das almas. O que faz a grandeza de uma pessoa é a grandeza da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
              É na Cruz que o sacerdote deve buscar o santo zelo para santificar as almas, é na Cruz que ele deve procurar o que há de mais valioso e belo para celebrar o culto no altar do santo sacrifício; sacrifício incruento que nos lembra aquele oferecido a Deus por Abel.
               Ao contrário de seu irmão Caim, ele ofereceu o que possuía de melhor, como a ovelha maior, mais bonita, mais pura, mais inocente, mais impoluta, aquela, enfim, que mais pudesse agradar a Deus. E seu sacrifício foi aceito, pois realizado com pureza e retidão de alma.
              Pelo contrário, Caim ofereceu o que tinha de pior e foi rejeitado por Deus, que não desdenhou a generosidade e a riqueza de alma manifestadas no oferecimento de Abel.
               Voltando ao Cura d'Ars, embora João Batista Maria
Padre David junto aos paramentos de São João Vianney, por
ocasião de sua visita a Ars - França.
Vianney vivesse na pobreza, ele fazia questão de que os objetos sagrados - cálices, ostensórios, casulas, alvas e imagens - fossem suntuosos e ricos, pois que destinados ao culto de Deus. Como isso, levava a todos os paroquianos a compreender o Céu, a amar e servir a Deus.

                 Encerro  com esta esplêndida frase do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, na qual ele descreve muito bem a diferença entre aqueles que procuram os aplausos dos homens e os que desejam ser vistos apenas por Deus: "A popularidade é a glória dos demagogos; a glória é a popularidade dos heróis e dos santos".

sábado, 25 de maio de 2013

Demagogia não é santidade (I)

* Pe. David Francisquini.

                     "Não vos admireis que vos chame servos, mas amigos,
pois o servo não se senta à mesa de seu senhor, mas somente os amigos. Eu vos elegi para que possais dar muitos frutos e frutos em abundância”, diz o Divino Mestre. E a Igreja sempre ensinou que o sacerdócio católico – como instituição e como missão divina – é o sal que salga e a luz que ilumina.
           Amigos. A verdadeira amizade consiste na comunhão de ideal alicerçada na fé, na esperança e na caridade, pois o amigo deve concordar, isto é, ter o mesmo coração de seu amigo no não querer determinada coisa. Entre amigos deve existir o mesmo modo de pensar, querer e sentir em Jesus Cristo, o Homem-Deus que é santo, inocente e impoluto.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Rei dos reis e Senhor dos senhores

*Pe. David Francisquini

                Em seu Evangelho sobre o encontro de Jesus no Templo discutindo com os doutores da Lei, São Lucas O descreve descendo com São José e Maria rumo a Nazaré e submisso a eles. Verdadeiro relicário de sabedoria e de virtudes, Maria conferia e conservava em seu coração toda a vida do Menino Jesus, que crescia em idade, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.
                Sendo verdadeiro Deus, no quê poderia Ele crescer dentro da simples, mas incomensuravelmente rica casa de Nazaré onde vivia a Sagrada Família? No entanto, Ele crescia em graça e santidade, um mistério alto e profundo que se reflete na Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, sua Esposa Mística.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Nem a natureza ficou insensível

*Pe. David Francisquini

            Enquanto ainda não desponta para nós, o sol, que nunca deixa de iluminar a terra, se vela em outros confins. As trevas da noite que cobrem a pessoa adorável de Nosso Senhor Jesus Cristo e de seus discípulos estão prestes a se dissipar. A Páscoa se aproxima.
Ao contemplar e refletir sobre tão sublime mistério da Ressurreição, podemos imaginar a noite escura que de repente passa a brilhar com toda intensidade, para simbolizar o maior milagre da divindade de Cristo: o Filho de Deus que se encarnou, padeceu e morreu, agora ressuscita, após vencer a morte, o demônio e o pecado.

domingo, 24 de março de 2013


Ele lutou e venceu como guerreiro


*Pe. David Francisquini

Se Maria teve papel tão relevante na Encarnação do Verbo trazendo ao mundo o Salvador do mundo, necessariamente Ela é, depois de seu Filho – carne de sua carne e sangue de seu sangue – a mais perfeita das criaturas. Numa palavra, Nossa Senhora é a obra-prima da criação e a co-redentora do gênero humano.

E se compreende que seja assim, pois, do mesmo modo como o pecado entrou no mundo através de um homem e de uma mulher, foi também por meio de um Homem e de uma Mulher que a graça superabundou neste mesmo mundo, advindo-nos os meios necessários para lutar e vencer a nossa natureza decaída pelo pecado de nossos primeiros pais.
 Com efeito, o trabalho, a doença, o sofrimento e a morte são consequências do pecado original e patrimônio comum de todos os homens neste Vale de Lágrimas. Mas podemos mitigar de algum modo seus efeitos oferecendo-os em união a Jesus e Maria, que sem a mancha do pecado sofreram indizivelmente mais do que todos nós.
Sem dúvida, tais ponderações nos fazem entender melhor por que os sofrimentos da Mãe do Salvador atingiram um ápice só comparável aos de seu divino Filho.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ainda agora passarás por mim.E eu?!


*Pe. David Francisquini

 
Entre os exercícios de piedade promovidos pela Santa Igreja para o tempo da Quaresma nenhum é tão eficaz quanto a Via Sacra. De conteúdo doutrinário amplo e profundo, ela se compõe de 14 estações representando o doloroso e heroico caminho de Nosso Senhor Jesus Cristo carregando a Cruz, desde o pretório de Pilatos até o monte Calvário.
Sua origem é atribuída à Santíssima Virgem Maria, que visitava com frequência os lugares sagrados onde seu divino Filho padeceu e morreu pelos nossos pecados. Procurando seguir suas maternais pegadas, os primeiros cristãos se puseram por sua vez a visitá-los, a fim de meditar nos indizíveis sofrimentos de Jesus e de Maria, co-redentora do gênero humano.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MOVIMENTO HOMOSSEXUAL AGRIDE JOVENS CATÓLICOS



 
"Se te buscas deleites ou prazeres"
 
*Pe. David Francisquini
 

Entre as muitas verdades esquecidas em nossos dias, ocupa certamente lugar de destaque a existência do Purgatório. Isso porque tendo o mundo moderno abraçado o hedonismo, cuja filosofia põe o prazer como finalidade primeira da vida, a lembrança de um lugar de expiação e reparação, onde há dor, sofrimento, privação e angústias, põe as pessoas em fuga.
Como era diferente a sociedade verdadeiramente cristã, que praticava o ensinamento evangélico de procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, pois todo o resto lhe seria dado por acréscimo! Para ilustrar o que afirmo, não preciso citar um santo medieval, mas um poeta renascentista em cuja alma ainda vicejava a têmpera cristã, o grande Luiz Vaz de Camões:
Tu que descanso buscas cum cuidado/ neste mar do mundo
tempestuoso / não esperes de achar nenhum repouso / senão em
Cristo Jesus Crucificado... Se te buscas deleites ou prazeres, / nele está o dulçor dos dulçores / que a todos nos deleita com vitória.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Do Presépio ao Calvário

*Pe. David Francisquini

Foto: Familia Pérez y Díaz
Apesar de revestida de mistério, a festa da Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo, comemorada no dia primeiro de janeiro, esparge luz que ilumina todos os dias do ano.  400 anos antes da promulgação da Lei mosaica, Deus prescrevia a Circuncisão como preceito para Abraão e seus descendentes, simbolizando a Aliança estabelecida por Deus com o povo hebreu, particularidade que o diferenciava dos pagãos.
Tratava-se do principal sacramento da religião mosaica -- simbolizando ao mesmo tempo purificação e santificação -- a caracterizar e congregar o povo escolhido com a eliminação do pecado original. Sendo Nosso Senhor Jesus Cristo verdadeiro Deus, descendente de Abraão, não estava sujeito a essa Lei, mas quis a ela sujeitar-se, em ato de humildade e obediência, para assim remir e libertar a humanidade da culpa original.