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terça-feira, 27 de abril de 2010

A Cristo a glória e o Império
Pe. David Francisquini

Em artigo anterior sobre a Páscoa da Ressurreição, acenamos para os sacramentos da confissão e da comunhão freqüentes como fonte de nossa fortaleza e penhor de nosso triunfo sobre o demônio, a morte e o pecado. Nesse sentido, é lapidar do pensamento de São Paulo Apóstolo:
“Purificai-vos do velho fermento, para que sejais uma nova massa, agora que já sois ázimos; pois, Cristo nosso cordeiro pascal, foi imolado. Celebremos, portanto, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade”. (I Cor. V, 7-8).

O tempo pascal se reveste de beleza única. A Igreja como verdadeira mãe manifesta seu aspecto jubiloso e triunfante. Muito mais do que em qualquer outro tempo litúrgico, o culto católico apresenta-se de modo solene, grandioso, festivo, majestoso, o que contrasta com o tempo de penitência, de tristeza e de jejum em voga na quaresma e, sobretudo, na Semana Santa.
A Igreja parece não encontrar em seus cânticos outra manifestação de júbilo a não ser Aleluia. O círio Pascal com cinco cravos lembra as cinco chagas de Nosso Senhor ressuscitado. Com a Cruz recorda a nossa redenção.
Com o alfa e o ômega, manifesta a divindade de Jesus, que é o principio e fim de todas as coisas. E com o ano atual que celebra a Páscoa, esse ano está iluminado com a luz de Cristo, triunfador do gênero humano.
Essa luz do círio lembra que ele é verdadeiramente Rei. O círio aceso nos fala da grandeza e da sublimidade dessa luz que brilhou nas trevas, cujas trevas a rejeitaram, mas que para os cristãos renovados pela graça, comemoram com alegria esse tempo que transluz a beleza e a superioridade de Cristo ressuscitado, com suas chagas que são diademas de seu triunfo e de sua realeza:
Porque dele são os tempos e os séculos. A Ele a glória e o Império, por todos os séculos da eternidade. Amém.

sábado, 24 de abril de 2010

Filial Solidariedade ao Santo Padre o Papa.
   Instituto Plinio Correa de Oliveira

...Com uma hipocrisia que tem poucos antecedentes na História, os intelectuais, líderes políticos e órgãos de imprensa e televisão que destroem sistematicamente a inocência das nossas crianças e adolescentes — pela difusão incessante da pornografia e a promoção de uma cultura na qual “é proibido proibir” — hoje rasgam as vestes diante do abuso sexual de crianças praticado por um certo número de sacerdotes e religiosos indignos. Pior ainda: tais correntes ditas “avançadas” ousam culpar por esses abusos ignóbeis a própria Igreja, a qual, pela sua incessante pregação da moral evangélica, não somente ergueu o mundo pagão do lodaçal de uma corrupção moral desbragada, mas, ao longo de vinte séculos, foi o baluarte da virtude da pureza!...
...Os fomentadores dos ataques contra o Santo Padre desejam, na realidade, silenciar a voz do Sumo Pontífice, porque ela se ergue para defender as raízes cristãs da civilização ocidental e para pleitear o direito da Igreja Católica de intervir no debate público a respeito das grandes questões culturais e sociais contemporâneas, à luz do Evangelho. O que contraria os planos daqueles que, em nome do laicismo de Estado, querem até eliminar dos lugares públicos o mais sagrado símbolo religioso — o crucifixo, que nos recorda o padecimento e a morte de nosso Divino Redentor...
...Ao manifestarmos nosso total repúdio à ignóbil campanha de calúnias a Sagrada Pessoa do Papa e ao expressar-Lhe nossa solidariedade, não somos movidos apenas pelo sentimento filial que anima os fiéis católicos ao ver o doce Vigário de Cristo na Terra atacado pelas hostes do mal. Sabemos bem que Ubi Petrus, ibi et Ecclesia (onde está Pedro, aí também está a Igreja). Por isso, queremos fazer ao mesmo tempo um ato de fé na Igreja Católica e, em particular, naqueles ensinamentos perenes de seu Magistério que a “ditadura do relativismo” deseja ver eliminados da nossa legislação e de nossas vidas...
...Em meio da borrasca, os corações de milhões de brasileiros acompanharão o Papa em sua corajosa defesa dos direitos de Deus e dos “valores não negociáveis”, com suas preces, com seu fervor filial e com a energia que lhes vem do sacramento da Confirmação que os transformou em autênticos soldados de Cristo...
..Dirigindo a Deus e a Nossa Senhora nossas preces do mais fundo de nossos corações, depositamos aos pés do Santo Padre o Papa Bento XVI nossas mais respeitosas e filiais homenagens...

 
 
Convoque seus amigos católicos e ajude a divulgar esta mobilização em defesa do Papa.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

“Vã seria nossa religião"



A comemoração da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo desperta na alma do fiel a idéia de que, ao nos regenerar, nosso Divino Salvador procedeu como um general que toma de assalto uma fortaleza e derruba suas sentinelas, libertando-a do cativeiro quatro vezes milenar do demônio.

Após morrer pela nossa eterna salvação, Nosso Senhor prova sua divindade de maneira altissonante, superior à maldade de seus inimigos, ao afirmar que depois de três dias ressuscitaria, lembrando o fato histórico ocorrido com o profeta Jonas que permaneceu durante três dias e três noites no ventre da baleia.

Em vida, nosso Divino Redentor ressuscitou os mortos. Mas eis o maior portento: ressuscitou a Si mesmo. Por sua própria virtude e poder, aquele corpo, que três dias antes era todo ele uma chaga, se erguera triunfante e glorioso, impassível e imortal, deixando aturdidos os guardas que vigiavam o sepulcro.

A Ressurreição de Nosso Senhor é o fundamento das verdades de nossa Fé. Segundo São Paulo, “se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria nossa religião”. Atestada na ocasião por centenas de pessoas, a Ressurreição apresenta-se como argumento irrefutável da veracidade da religião católica.

Para o povo hebreu, a Páscoa estava ligada à passagem do Anjo exterminador dos primogênitos do Egito que poupou a casa dos hebreus tingindo a soleira da entrada com o sangue do cordeiro sacrificado. Mas o verdadeiro Cordeiro de Deus nos libertou da escravidão infame do pecado, do demônio e da morte eterna.

A Páscoa dos judeus foi assim prefigura da Paixão e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. E como eles, em solenes cerimônias, imolavam e comiam o cordeiro assado ao lúmen, também Nosso Senhor se imolou pelos nossos pecados, dando-nos como comida o seu corpo e como bebida o seu sangue.
As portas do Céu, que estavam até então cerradas pela culpa original de nossos primeiros pais, se reabriram com a morte cruenta de Jesus na Cruz. É essa mesma morte que se renova de modo incruento na Santa Missa, o sacrifício da Nova Lei. A confissão e a comunhão freqüentes fortalecem o fiel e são penhor de sua futura ressurreição, quando selará seu triunfo sobre o demônio, a morte e o pecado.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Que utilidade há no Meu sangue?






Ao meditarmos o mistério da Paixão de Nosso Senhor Cristo cravado no madeiro da Cruz, salta-nos uma pergunta: por que Nosso Senhor – a própria inocência, que passou a vida fazendo o bem – tem morte tão cruel e é abandonado por todos, exceto por Nossa Senhora?
Ele não só disse, mas acompanhou com o exemplo de Sua dolorosa Paixão que não se pode amar mais alguém do que dar a vida por ele. Assim, Nosso Senhor nos amou com infinito amor, e depois de nos ter amado, ofereceu-se a Si mesmo como vítima pura, imaculada, resplandecente e impoluta.
A divina oblação pelos nossos pecados nos remiu, abriu as portas do Céu e, ao mesmo tempo, nos concedeu os meios eficazes para aplicar sobre nós os frutos de sua Paixão: os sacramentos. Deus se compadece de nós mais do que nós mesmos. E infinitamente mais do que as nossas próprias mães, que nunca se esquecem do fruto de suas entranhas.
E, ainda que o fizessem, “Eu nunca me esquecerei de ti”, diz o próprio Deus. (Is. 49, 15). Outras figuras nos livros sagrados que nos mostram o desvelo de Deus pelos homens são os campos férteis, os prados ensolarados, os regatos, as fontes, os vinhedos e o pastor de ovelhas que com cuidado apascenta seu rebanho.

Jesus Cristo é o verdadeiro Pastor. Ele instituiu – qual rochedo inabalável junto às águas tempestuosas – a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, com a promessa de que as portas do inferno nunca prevalecerão contra Ela. Cumulou-a da cura das almas, a economia da graça divina, das armas espirituais para combater o mal e promover o bem.
Tal como o pastor zeloso por seu rebanho, a Santa Igreja afugenta os lobos e os perigos que nos rondam. Infunde-nos pelo Batismo a vida sobrenatural e purifica nossas consciências das obras mortas; concede-nos o privilégio inaudito da Confissão, que restaura a graça perdida pelo pecado mortal; fortalece-nos com uma graça que sequer os Anjos têm: a Sagrada Eucaristia.
Ezequiel profeta diz: “Dar-vos-ei um coração puro, e um novo espírito porei no meio de vós; tirarei o coração de pedra de vosso corpo e vos darei um coração de carne. Colocarei o meu espírito em vosso interior, e farei que caminheis em meus preceitos, guardando e praticando meus mandamentos”. (Ez. 36; 26).
Devido ao pecado original e às nossas faltas atuais – sobre cuja malícia nunca é demais insistir –, seríamos incapazes de apetecer por essa vida divina. Quem no-la proporciona é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, pelos merecimentos de Sua dolorosa Paixão e Morte de cruz.
Como um sol que se põe a brilhar no firmamento das almas, Ele abriu para o homem uma perspectiva cheia de esperança e de certeza. Nossa salvação – bem ao contrário do que sucedia no mundo antigo – tornou-se muito mais fácil com a Paixão. Com a Nova Lei, só se perde quem quiser.
Distante de Nosso Divino Salvador, o mundo neo-pagão de nossos dias vive inutilmente à procura do gozo da vida, da felicidade já, agora e para sempre... Com isso, de que adiantou Nosso Senhor ter sofrido e padecido a morte de cruz com padecimentos inenarráveis, a ponto de exclamar: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?”
Na morte de Nosso Senhor, os elementos da natureza se desencadearam: o sol se velou, a terra estremeceu, os sepulcros dos mortos se abriram e houve desolação em toda a parte. Por quê? – “Povo meu, que te fiz eu, em que te contristei? Como paga de todos esses bens, tu preparaste uma Cruz para teu Salvador? Que mais deveria fazer que não tivesse feito?”
Ao exemplo dos Apóstolos, também nós devemos procurar a Virgem das Dores, em quem encontraremos a bondade, a misericórdia, o perdão e a clemência. Arrependamo-nos sinceramente, confessemos com toda a confiança os nossos pecados diante de um sacerdote e aproximemo-nos da sagrada mesa da Eucaristia. Assim teremos aproveitado a Semana Santa, e, quiçá, a vida como peregrino nesta Terra.

domingo, 14 de março de 2010

Tradição, família e religião (I)




O rol de minhas apreensões em relação ao mundo dito ‘moderno’ vem aumentando dia após dia. Talvez, a principal delas seja a ausência da formação do caráter de nossa juventude, fator que considero de transcendental importância para o ser humano.
Com efeito, tal formação recai de modo natural sobre os pais, aos quais incumbe, pelo bom exemplo, a exímia conduta e os bons princípios religiosos, fazer a boa semente germinar nas almas de seus filhos e produzir assim saudáveis frutos para a sociedade.
No ambiente familiar, veículo também natural das boas tradições, os filhos farão o mesmo em relação aos netos que eles darão aos pais. E assim sucessivamente, de geração em geração. Afinal, tradição – na pena de Plinio Corrêa de Oliveira – “é a vida que a semente recebe do fruto que a contém”.
Como a verdadeira educação repousa antes sobre a família, tal realidade é o canal necessário para a transmissão dos valores religiosos e morais, que unidos às características genéticas de cada família darão origem às estirpes constitutivas de uma civilização digna desse nome.
Cumpre ressaltar o papel exercido pelas mães na vida dos santos, entre eles São João Bosco, São João Vianney e Santa Teresinha. Em seguida, a importante ação da Igreja que dispõe dos meios de santificação e ensina a forjar a personalidade. A Igreja possui a arte de conduzir as consciências.
A Santa Igreja fornece ao homem a bússola segura sempre a apontar para a Fé, a Esperança e a Caridade, além das demais virtudes infundidas pelo Santo Batismo, ampliadas e robustecidas pela Confirmação ou Crisma, e dilatada possantemente pelo alimento espiritual da Eucaristia.
Em outro plano, entra o Estado, quando estruturado em conformidade com o princípio da subsidiariedade – portanto oposto ao gigantismo socialista que o caracteriza em nossos dias – complementa a formação dos indivíduos pela criação de ambientes e de leis favorecedoras da família e da Igreja.
Dentro da sociedade temporal, habitat do homem, função primordial incumbe às elites, cujo bom exemplo representará fator de engrandecimento moral, espiritual e material de uma nação, mas quando deterioradas constituirão para esta mesma sociedade um terrível malefício.
Em próximo artigo, pretendo ilustrar o acima exposto, com o exemplo de Santa Maria Goretti, cuja formação familiar e religiosa marcou de início a fim sua curta, mas luminosa existência.



O dom mais precioso da vida



Em recente artigo, expus minhas apreensões diante do mundo dito moderno, ao mesmo tempo em que tratei da instituição da família como veículo natural das boas tradições. Agora darei um exemplo vivo sobre a matéria anterior.
O caso modelar que me ocorre é a da figura angélica de Santa Maria Goretti. Nessa época em que as praias são tomadas pelo neopaganismo que estadeia toda corrupção da civilização moderna, aquela pequena virgem entrega a sua vida a Deus com toda a resolução.
Para quê? – Para não perder aquilo que ela mais amava, mais do que a luz de seus olhos, mais do que a sua própria existência, aquela virgindade que se aprende a amar como o dom mais precioso da vida, quando se tem uma alma verdadeiramente eucarística.
Lendo sua vida, salta-nos uma pergunta: Como puderam seus pais analfabetos colher o inesperado tesouro de santidade em um de seus filhos? A Igreja usufruía naqueles tempos de uma situação na qual os homens regiam suas vidas sob a influência benfazeja das Leis de Deus.
Santa Maria Goretti nasceu num ambiente preservado, onde não havia evanescido a noção do bem e do mal. Seus pais ensinaram aos seis filhos o catecismo, ensinaram-lhes a rezar, a fazerem a primeira Comunhão. Reunidos, eles rezavam a oração da manhã e da noite.
Além de terem a vida muito ocupada na lida do dia, para proverem o sustento da casa, os pais eram exemplares. Aos domingos, caminhavam duas horas para assistir a Santa Missa, enfrentando as intempéries próprias de cada estação.
Com tal programa familiar, pode-se ainda perguntar: Como Santa Maria Goretti conseguiu trilhar a avenida da alta santidade sem a concorrência de nenhum sábio e experiente educador, a ponto de deixar perplexos os promotores de sua canonização?
Viveu ela num lar inteiramente cristão. Sua mãe, quando solteira, teve de trabalhar em casas de família para tirar o seu sustento, e com isso teve de tomar cuidado com os perigos de se perder. Possuía ela uma consciência reta e bem formada na noção do bem e do mal.
Soube ela transmitir à filha o senso do dever para com Deus que vê todas as coisas. Certo dia, a filha se escandalizou com conversas que ferem os ouvidos inocentes. Contudo, a mãe soube dizer à filha que se cuidasse para dominar suas expressões, a fim de não chocar as pessoas.
Seus pais a chamaram Maria para ter uma poderosa padroeira no Céu, e, cheios de zelo, levaram-na a pia batismal apenas 24 horas após o nascimento a 19 de outubro de 1890. E Maria foi crescendo em graça e santidade. Todos os olhares recaíam sobre sua beleza, sobretudo da alma.
O sobrenatural como um perfume se emanava dela. Daí o ódio do assassino que a todo custo queria fanar a beleza resplandecente de sua castidade. Gostava de estar sempre ocupada e serviçal. Pronta para qualquer empresa, não tendo medo de sacrifícios e de renúncias.
O próprio Nosso Senhor dirigia sua alma com inspirações, graças e dons. As primeiras palavras que aprendera ainda balbuciando foram os nomes de Jesus e Maria. Seus primeiros ósculos foram para a Santíssima Virgem. Sua primeira palavra pela manhã era Ave Maria!
Ainda voltarei ao assunto proximamente, se Deus quiser.