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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A luz do mundo

A luz do mundo




*Padre David Francisquini


Em precedentes artigos, ao tratarmos da Sagrada Família apontamos as virtudes de São José, casto esposo de Maria e Pai adotivo do Menino-Deus, além de salientarmos as excelências de Nossa Senhora, exemplo das mais sublimes virtudes maternas, dignas da Mãe de Deus. O Menino Jesus não poderia deixar de ser o centro dessa santa família.
O que dizer do Filho de Deus feito homem? O criador do Céu e da Terra, dos anjos e dos homens, quis viver como criança dentro de uma família para ser o exemplo de todos os filhos. Chamava com naturalidade São José de “pai” e Nossa Senhora de “mãe”, e estava sempre pronto para atender a todas suas vontades e ordens.
Sendo o Deus encarnado, enobreceu a tal ponto a família de Nazaré, que todas as crianças do mundo vão abeberar-se das águas cristalinas de suas virtudes. O Menino-Deus não apenas cativa e atrai admiração sobre Si, mas é exemplo para todos, grandes e pequenos, pois é a própria inocência! Deus e homem, Ele obedece aos que são menos.


Ele gosta de conviver com seus pais, admirá-los, reverenciá-los e conversar com eles, ademais de participar dos afazeres da casa e da carpintaria. Oriundo da real estirpe de David, na humilde casa de Nazaré nasceu o nobre por excelência, exemplo para todos os nobres e pobres da terra.
Com a onisciência própria à sua divindade, o Menino Jesus sabia apreciar de modo absoluto tanto os valores do Céu como as grandezas de seu sangue. Sabia utilizar sua posição – nobre e filho de carpinteiro – para cristianizar a terra inteira, nobilitando a todos pelo valor e destemor de seus atributos e preparar o seu reino sobre esta terra.
Ao nascer nobre e de uma família pobre, quis ensinar aos pobres a não se revoltar contra a situação em que vivem. Os seus antepassados gozavam de grandes riquezas, mas essa humilde família vivia de seu próprio trabalho, sem se revoltar com tal situação nem cobiçar os bens alheios, como denota em nossos dias a luta de classes marxista.
Reflexos dessa luta igualitária se manifestam em quase todos os setores da sociedade hodierna, com o advento de leis positivas cada vez mais socialistas que atentam sistematicamente contra a Lei divina. Leis atentatórias à moral – consubstanciada nos Dez Mandamentos da Lei de Deus – conduzem a luta de classes com invasões de propriedades alheias.
Cumpre voltarmos os olhos para a Sagrada Família, sol que ilumina o mundo, e pedir filialmente auxílio celestial para que pais, mães e filhos cumpram dignamente as suas vocações respectivas. Pois só o auxílio celeste evitará que a família já tão combalida deixe de existir, além do direito de propriedade particular e tantos outros valores da civilização cristã.
O PNDH-III – por exemplo – subverte todos os valores cristãos, como a família e a propriedade privada, e deseja implantar a sodomia com direitos à adoção de filhos, legalizar a prostituição como profissão, matar os inocentes através do aborto, dentre outras aberrantes propostas visando arrancar do Brasil a Cruz aqui implantada no dia de seu descobrimento!





quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Modelos de santidade e perfeição

Modelos de santidade e perfeição
Padre David Francisquini


Ao escrever faz algum tempo o artigo “Até que a morte os separe”, sobre o matrimônio indissolúvel, prometemos comentar o papel de São José e de Nossa Senhora na Sagrada Família. Ele como modelo exímio de todas as virtudes paternas, e Ela como exemplo das mais sublimes virtudes maternas, dignas da Mãe de Deus.
Com efeito, um aspecto simbólico de São José é a sua vigilância e cuidado em relação à Sagrada Família. Pai adotivo do Menino Jesus e esposo de Maria Santíssima, ele tinha todo o direito que um pai tem sobre o filho. Seu amor, sua dedicação, seu desvelo, sua integridade de chefe de família, seu temor de Deus, eram características salientes de sua vida familiar.
Ao prover com sabedoria às necessidades da mais excelsa das famílias da qual ele era o chefe, São José passou a representar a luz que brilha sobre todos os lares cristãos disseminados pela vastidão da terra. Nunca se ouviu dizer que algum chefe de família tenha a ele recorrido e não tenha encontrado solução para os reveses deste vale de lágrimas.
Impossível olhar para o casto esposo de Maria Virgem e não encontrar nele força, constância e perseverança de remover montanhas, predicados necessários e indispensáveis para um chefe de família de nossos dias em face de um mundo “todo posto no demônio”, que se lança contra a instituição da família para abater esta obra-prima de Deus.
As mães poderão encontrar na humilde Virgem de Nazaré, Mãe de Deus e Mãe das mães, a excelência das mais sublimes virtudes para enaltecer o seu lar com dignidade e heroísmo de verdadeira mãe cristã. A Santíssima Virgem é uma fonte inexaurível onde todas as mães sorvem os mais salutares e eficazes ensinamentos de fé, respeito, amor, modéstia, resignação, desvelo na educação dos filhos, e tantas outras virtudes que engrandeceram o lar de Nazaré.
Ela – Mãe de Deus porque Mãe de Jesus Cristo que é Deus – obedecia a São José, que era menos do que Ela em santidade e perfeição. Imaculada, sem qualquer nódoa do pecado original, gerou o Filho de Deus e Lhe tributou o mais perfeito amor de que uma criatura seja capaz. Eis o exemplo de mãe e esposa!

Tomei o espaço de meu número habitual de linhas e não tratei ainda figura central da Sagrada Família que é o Menino Jesus!




domingo, 23 de janeiro de 2011

Até que morte os separe

Até que morte os separe


                                                                                                                        (*) Pe. David Francisquini


Ao criar o homem, Deus disse: - É bom que não viva só; façamos para ele uma companheira. Estava constituído pelo Criador o primeiro casal, e assegurada, a partir desse núcleo social, a propagação da espécie humana. Vivendo em sociedade, os homens educariam retamente sua prole, preparariam os caminhos para a salvação, e gozariam por fim da eterna bem-aventurança na pátria celeste.

Com efeito, este primeiro casal simbolizava a família monogâmica e indissolúvel criada por Deus, a qual se tornaria o fundamento indispensável e nobilíssimo da sociedade na qual os homens deveriam viver. E o próprio Cristo Nosso Senhor recordou aos judeus que, com a Sua vinda, as coisas voltariam a ser como no início - ou seja, um homem e uma mulher.
Se Moisés, à época, deu permissão ao libelo de repúdio dos homens às suas mulheres foi em razão da dureza daqueles corações, pois não separe o homem aquilo que Deus uniu. Na verdade, a convivência entre um homem e uma mulher pelo matrimônio indissolúvel exige de ambos um completo domínio, pois o casamento é para sempre, ou seja, até que a morte os separe.
Tendo Jesus Cristo elevado tal união à dignidade de sacramento, os cônjuges devem se comprometer a conviver juntos. Eles são assistidos com as graças necessárias para permanecerem fiéis uns aos outros e cumprir os deveres de seu próprio estado, educando dignamente sua prole para a vida presente e futura. Sendo o casamento de instituição divina e santificado pelo próprio Jesus Cristo nas bodas de Caná, ele representa precioso instrumento de santificação para a maior parte dos homens.
Com tais atributos, o matrimônio deve ser edificado sobre a rocha inabalável da fé, dos bons costumes, da prática de nossa santa religião, da frequência constante e persistente dos sacramentos - sobretudo da confissão e da comunhão -, e da devoção a Sagrada Família, modelo de virtudes para todos os membros da família.
Caso contrário, o casamento desmoronará no primeiro obstáculo que sobrevier ao casal, como vem acontecendo de maneira crescente em nossa sociedade neo-pagã, onde ele passou a ser construído sobre a areia movediça do sentimentalismo romântico, uma paixão desordenada que priva a pessoa da visão clara e objetiva das coisas.
Em próximo artigo pretendo falar sobre o papel de São José, modelo exímio de todas as virtudes que os pais devem admirar e assimilar em suas vidas no governo familiar. Enquanto as mães poderão encontrar na humilde Virgem de Nazaré, mãe de Deus e Mãe das mães, o exemplo das mais sublimes virtudes para enaltecer o seu lar com dignidade e heroísmo de uma verdadeira mãe cristã.




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O anjo da guarda, nosso melhor amigo (II)

O anjo da guarda, nosso melhor amigo (II)


Pe. David Francisquini*


Hoje retorno à matéria sobre o Anjo da Guarda, que Deus criou para sua glória e seu serviço, tendo-o colocado como guarda de cada criatura humana no seu peregrinar pela terra. Dada a sua união conosco nesse vale de lágrimas, certamente permanecerá conosco no Céu como cicerone dos insondáveis tesouros e mistérios de Deus por toda a eternidade.
Contudo, ele não acompanhará o precito no caminho das trevas, pois se ele escolheu com pleno conhecimento e pleno consentimento as sendas do Inferno é por que rompeu com o celestial amigo e advogado. O Anjo da Guarda faz de tudo para evitar que a pessoa a ele confiada se condene, mas o livre arbítrio poderá levá-la a glorificar a Deus na sua Justiça...
Procuremos em todas as ocasiões honrar, amar e obedecer as suas inspirações, além de recorrer a ele com devoção e confiança. Dotado de excelentes qualidades e perfeições, este Anjo nos guia nas vias do bem, no combate renhido contra o mal, o demônio, o mundo e a carne corrompida pelo pecado original.
Com efeito, não há combatente mais destro, mais hábil, mais corajoso e destemido que o nosso Anjo da Guarda. Durante a guerra travada no Céu contra Lúcifer e os anjos rebeldes, nosso Anjo da Guarda lutou bravamente sob o comando do generalíssimo São Miguel Arcanjo. Foi o suficiente para habilitá-lo a combater com igual denodo aqui na terra.
É doutrina dos doutores da Igreja que a paróquia, a diocese, as cidades, as nações, as famílias, as instituições possuem também o seu Anjo da Guarda para dar combate àqueles que trabalham para o demônio e para a perdição das almas. Onde quer que estejamos aí estará o Anjo para dar testemunho de nossas obras, para nos defender das ciladas e dos embustes do demônio.
Aproveito a ocasião para esclarecer a idéia falsa, aliás, muito propagada de que o anjo da guarda só protege as criancinhas. Convém ressaltar que os demônios – anjos rebelados – nos são sempre hostis, procurando de todas as formas nos fazer o mal tanto na alma como no corpo. Invejosos, cheios de ódio e fúria, procuram nos seduzir ao pecado.
Eles chegam mesmo a ter poder – com a permissão divina – de nos prejudicar na saúde e nos bens espirituais e materiais, como aconteceu com o bom servo Jó. Daí a importância de sempre recorrermos a São Miguel Arcanjo e ao anjo da guarda. Alerta-nos São Pedro que o demônio está ao nosso redor, como um leão furioso, procurando a nossa perdição, (1 Petr. V, 8-9).
Por outro lado nesta ferrenha luta nos chama atenção São Paulo de estarmos atentos na peleja “contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares,“ (Efe. VI, 12). É bom termos sempre diante dos olhos o Anjo da Guarda, pois não nos abandonará nessa batalha que só terminará com a morte.
Coloco à disposição dos leitores duas orações preciosas dirigidas uma a São Miguel Arcanjo:
– São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, cobri-nos com vosso escudo contra os embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos. E Vós Príncipe da Milícia Celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno satanás e os outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas.
– A outra, ao nosso Anjo da Guarda particular: Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda e ilumina. Amém.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E a luz brilhou nas trevas

E a luz brilhou nas trevas

Pe. David Francisquini

O Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo é sem a menor sombra de dúvida o maior acontecimento da História. Nos arredores de Belém, radiante de luz, o Menino-Deus jaz na manjedoura diante de Nossa Senhora, São José e alguns pastores. Os próprios animais se acercam daquela gruta fria para aquecer o Deus que se fez homem e veio habitar entre nós.

         Qual lírio que desabrocha num árido descampado - símbolo da situação na qual a humanidade se encontrava - o Deus encarnado exala celestial aroma. A atmosfera toda fica perfumada pelas suas virtudes. Além de se encarnar por obra do Espírito Santo no ventre virginal de Maria Santíssima, Ele quis vir ao mundo como débil criancinha para manifestar alguma proporção conosco.
As circunstâncias de Ele ter nascido pobremente e numa noite de inverno não nos impedem de imaginar que toda a natureza tenha se revestido de júbilo, e os instintos mais grotescos e ferozes dos animais, serenado. O espírito dos homens justos foi tomado de movimentos de felicidade, enquanto o coração dos ímpios se abrandava.


A neve que caía encantadoramente em Belém criava um ambiente de paz, de bênção e de inocência. Tal ambiente não poderia ter passado despercebido dos Anjos da milícia celeste que não se contiveram em seu louvor a Deus, entoando talvez o mais belo hino que jamais haviam cantado: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.
         Conforme revelações particulares de muitos santos, no momento mesmo em que a “Luz brilhou nas trevas”, os maus tremeram e rangeram os dentes de pavor. Muitos tiranos, opressores, sodomitas, violadores da ordem natural, cultuadores dos demônios e satanistas morreram desesperados. A humanidade inteira percebera a glória de Deus entre nós.
Nas catedrais, nas igrejas e nos mosteiros, há dois mil anos que se ouve o bimbalhar dos sinos, o ecoar das vozes nos cânticos natalinos como Noite Feliz, o crepitar do incenso perfumado. Os presépios armados dentro dos recintos sagrados, as árvores e as ceias natalinas evocam incontáveis recordações que tocam no próprio Deus que se fez homem para a nossa eterna recompensa. 
Com efeito, tal alegria, paz, serenidade, sentimento de bem-estar e de harmonia só se explicam em função do Natal do Divino Infante.  Entretanto, como esses atributos vêm se empalidecendo e se tornando cada vez mais insossos em nossos dias! A causa disso é o fato de o homem contemporâneo pautar sua conduta pelo lado puramente material de gozar a vida.
O mundo moderno se desviou da prática da virtude e do cumprimento da santa lei de Deus, paganizou-se e se afastou dos rumos traçados por Nosso Senhor Jesus Cristo, consignados nas páginas dos Santos Evangelhos. O Natal se tornou vazio, sem sentido, sem esperança e, por isso mesmo, sem o bem-estar de outrora.
         A atmosfera natalina é própria a evocar da inocência que evola das almas ao comemorar o nascimento do Messias, do Leão de Judá, do Filho da sempre Virgem Maria, do Emanuel, do Filho Unigênito de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo.