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sábado, 11 de abril de 2015

O vencedor da morte
Pe. David Francisquini

Tal é o temor dos inimigos de Nosso Senhor que, mesmo depois de Lhe infligir morte de cruz, arrancaram de Pilatos autorização para que o Seu sepulcro fosse selado e vigiado por guardas. Mas o ódio deles era perfeito. Não se contentaram com aquilo. Era preciso difamar, acusar o Inocente de sedutor; acusar os seus discípulos de embusteiros, capazes até de violar o sepulcro e roubarem o corpo do Senhor. Com efeito, a situação de todos aqueles que tramaram a Sua morte ficaria pior do que antes caso Cristo ressuscitasse.
Além de matar o Divino Salvador, era preciso conspurcar a sua honra. Quanto aos discípulos, tímidos e medrosos, jamais fariam por si mesmos aquilo que os inimigos lhes atribuíam. Eles, os algozes, conheciam os milagres de Nosso Senhor, inclusive a ressurreição de Lázaro. Conheciam a Sua vida exemplar, constante censura para eles. Jesus Cristo era a própria vida! Caso Ele ressuscitasse, pairaria sobre os criminosos uma séria ameaça. Seria o fim de uma vida fácil e despreocupada advinda do prestígio do mando.
Deus Pai, depois de criar o Céu e a Terra, criou numa sexta-feira o homem à Sua imagem e semelhança, e no sábado descansou. Cristo, por sua vez, morre numa sexta-feira e descansa tranquilo o sono dos justos no repouso do sepulcro. Como o profeta Jonas, que fica três dias e três noites no ventre da baleia, Cristo enquanto homem fica no seio da terra. Não há como contestar!
Posto que a nação judaica O rejeitara por infidelidade e incredulidade, os discípulos de Jesus tomaram o Antigo e o Novo Testamento e estabeleceram a Igreja Católica Apostólica Romana, fundada por Ele com as palavras: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Ela frutificou entre os povos pagãos, sobretudo pela ação dos apóstolos, ao levar-lhes a boa-nova de Cristo ressuscitado para que pudessem crer. Assim nasceu e foi moldada a civilização cristã.
Ao imaginar a Ressurreição de Cristo, aqueles que tramaram a Sua morte temeram, pois sua situação ficaria muito pior do que antes... Ao reconhecerem a verdade da Ressurreição pela boca dos guardas, desprezaram o arrependimento e a contrição do crime, e não fizeram penitência.
São Mateus, em sua narração evangélica, afirma que alguns guardas foram até à cidade dar a notícia da Ressurreição. Apenas tomaram conhecimento dela, os príncipes dos sacerdotes se reuniram e deliberaram subornar com grande soma de dinheiro aqueles guardas, para que dissessem que enquanto dormiam os discípulos roubaram o corpo do Senhor...
Foi por meio do dinheiro que os inimigos de Jesus manifestaram a sua ignomínia comprando Judas, o infame que entregou Jesus à morte. Foi também pelo dinheiro que os guardas se venderam para satisfazer os seus interesses mesquinhos e escusos. Tratava-se de dinheiro sagrado do Templo, mas os príncipes dos sacerdotes não tiveram escrúpulos ao desviar grande soma dele para propalar a mentira e negar a Ressurreição.
Não se contentaram, diz São Severo, em matar o Mestre, mas procuraram um meio de perder os discípulos, fazendo-os passar por criminosos diante do poder estabelecido. É incontestável que os soldados se deixaram corromper; os judeus haviam perdido a sua vítima e os discípulos recobrado o seu Mestre, não através do furto, mas pela fé; não pelo engano, senão pela virtude; não pelo crime, senão pela santidade; não morto, senão vivo.
Em sua maldade, a cúpula judaica acabou por fazer brilhar ainda com mais esplendor a grandeza do mistério que a Igreja comemora, pois o dinheiro para silenciar a Ressurreição de Cristo ressaltou a verdade. O verdadeiro Cordeiro Pascal imolado Se levanta glorioso e triunfante do sepulcro como vencedor da morte, do demônio, do mundo e da carne, para brilhar como um sol que espanca as trevas que cobrem o mundo e assentar sobre os escombros deste uma nova civilização marcada pela cruz.

Cristo ressuscitado, ao sair vitorioso do sepulcro, nos dá a esperança de uma nova civilização que raiará sobre o mundo descomposto em que vivemos. Os que permanecerem inabaláveis nos princípios perenes, unidos à Maria Santíssima, não terão o que temer, pois contam com a promessa de que as portas do inferno não prevalecerão.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A maior tragédia da História 

Pe. David Francisquini

Não conseguindo incriminar Jesus, os sacerdotes contaram com a figura sinistra de Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, que nutria a pior das intenções em relação ao Mestre”
Sem temer a Deus e cometendo o maior crime de todos os tempos, a única preocupação dos príncipes dos sacerdotes ao se aproximar a Páscoa era de condenar Jesus Cristo à morte de Cruz. E procuravam afanosamente um meio para fazê-lo, cuidando para que o povo não soubesse de seus desígnios, pelo receio de uma sublevação.
Com os olhos postos apenas no campo temporal e político, a inveja dos sacerdotes lhes carcomia o coração. Procuravam uma justificativa para o crime como meio de aliviar suas consciências ímpias, agitadas pelo ódio diante dos grandes milagres de Jesus e da correspondente manifestação de afeto que o povo Lhe votava.
A ressurreição de Lázaro os deixou ainda mais perturbados, pois tendo Jesus encontrado seu amigo jazendo havia quatro dias na sepultura, ergue Sua voz de poder infinito e ordena a Lázaro que venha para fora. Compreende-se com facilidade a multidão que acorreu às ruas no Domingo de Ramos para aclamá-Lo filho de David, portanto, Rei.
Não conseguindo incriminar Jesus, os sacerdotes contaram com a figura sinistra de Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, que nutria a pior das intenções em relação ao Mestre. Ficou acertado de parte a parte que Judas receberia trinta dinheiros como paga de seu ofício sacrílego. As portas se abriram para que se consumasse a traição.
Judas abriu então seu coração a satanás. Com efeito, o Evangelho afirma que o demônio apossou-se dele por causa de sua ganância, insensibilidade e cobiça. Havia muito que Judas se voltara tão-só para a satisfação de seus próprios interesses e caprichos, pois sonhava em ocupar alta posição no Reino do Divino Mestre.
Nele não havia admiração ou enlevo pelo Divino Mestre, que conduziria ao desapego e à dedicação, mas seu arraigado desamor fazia com que tudo aquilo que era lançado na bolsa para o bem comum de todos, ele apropriava para si. Muitos ficavam perplexos diante da brutalidade de Judas, não entendendo por que Jesus o tolerava entre os seus escolhidos. Sendo Deus, como poderia ter escolhido um homem tão vil para evangelizar a Terra?
Isso não quer dizer que Judas, o traidor infame, tenha se corrompido de uma hora para outra. Ao entrar no Colégio Apostólico, ele certamente teve verdadeira admiração pelo Divino Mestre. Mas à medida que se deixava aliciar pela avareza foi paulatinamente se distanciando, até perpetrar a traição mais abjeta da História.
 Percebendo a decadência de Judas e sabendo que ele era o homem previsto pelos profetas para consumar a sua traição, Jesus fez de tudo para dissuadi-lo. E São João narra que Iscariotes, ao receber um pedaço de pão molhado no vinho, sinal de distinção e apreço, renunciou esta última graça, e satanás entrara em seu coração.
Segundo Santo Agostinho, ao tolerar Judas no Colégio Apostólico, Jesus quis ensinar às gerações futuras que poderia haver bispos e hierarcas que incorreriam em deslizes, maus exemplos e mesmo em heresias, facilitando assim ao povo fiel a compreensão das tramas que se dariam no seio da Igreja.
Assim, vislumbramos as traições perpetradas por heresiarcas dentro das fileiras católicas ao longo dos séculos. Judas, escolhido pelo próprio Nosso Senhor, aliou-se aos inimigos e decidiu liquidar com Aquele que veio à Terra fazer o bem. É triste recordar essa verdade, na mesma noite em que Cristo quis permanecer entre nós pela Eucaristia.
A palavra de Nosso Senhor ecoou entre os apóstolos... “Ai daquele por quem o Filho
do homem será entregue; melhor fora que não tivesse nascido”. Sua profecia deixou a todos desconcertados. Mas, ao mesmo tempo, Ele nunca deixava de lhes fazer sentir sua grande bondade e poder para tirar as almas pecadoras do vício e do mal.
Ao proferir essas palavras relativas a Judas, Cristo nos faz compreender a malícia do traidor, que não se dissuadiu e consumou a sua perfídia. Mesmo participando do mais elevado mistério daquela noite, a Eucaristia, ele não se converteu, tornando-se sua culpa por isso ainda maior, pois se aproximou da Sagrada Mesa com o intuito de entregar Jesus aos seus algozes.
Nosso Senhor não declinou o nome de Iscariotes para que este não ficasse espiritualmente ainda pior. Apenas assinalou o crime e o castigo ao qual incorreria quem o praticasse, para que a ameaça levasse Judas a afastar-se de sua má conduta.
Osculando-o no Jardim das Oliveiras, Jesus o trata como amigo: “Amigo, a quê vieste? Com um ósculo trais o Filho do homem?”. Jesus o disse com tanta bondade e censura, que era para Judas ter-se ajoelhado diante d’Ele e pedido perdão. No entanto, permaneceu insensível em relação à ferocidade do crime que acabava de cometer.

Apanhou o dinheiro das mãos dos inimigos em paga de sua traição... e foi se enforcar.

domingo, 22 de março de 2015

Inferno: os tempos mudaram?

*Padre David Francisquini

Imaginemos um teólogo em cujo espírito germinasse uma ideia nova sobre uma doutrina já consagrada e sempre ensinada na Igreja Católica, qual seja a da existência do inferno e de sua eternidade. Era de se supor que ele bem poderia colocar em risco seu futuro e cair no ostracismo.
Em não longínquo passado o ex-frei Leonardo Boff foi condenado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé e reduzido ao silêncio por defender erros teológicos. Ele voltou a ensinar o erro ao afirmar, a respeito de um poeta pernambucano prestes a morrer, que Deus não condena ninguém para sempre.
Ora, a fé nos assegura que o fogo do inferno e os tormentos dos condenados são eternos. Não se trata de opiniões controvertidas entre os teólogos e estudiosos. A eternidade do inferno é uma verdade de fé que nenhuma autoridade pode mudar — nem sequer o Papa —, pois está expressa nas próprias Sagradas Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
As Escrituras opõem-se à ideia de que o inferno não seja eterno ao afirmar: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” (Mt 25, 41). De onde se segue que, se o fogo é eterno, também o é o suplício do condenado. Não haveria razão para Deus ter criado um fogo eterno se não fosse para castigar eternamente os condenados.
Em outro lugar nas Escrituras pode-se ler: “Irão estes para o fogo eterno” (idem 46). “Ir para a geena, para o fogo inextinguível, onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga” (Mc 9, 43 a 44). No Apocalipse 14, 11 está escrito: “A fumaça dos seus tormentos subirá pelos séculos dos séculos. Não terão descanso algum, nem de dia nem de noite, esses que adoram a besta e a sua imagem, e todo aquele que acaso tenha recebido o sinal do seu nome”.
Uma pena que não fosse eterna — e durasse pouco — faria com que o inferno deixasse de ser inferno e Deus deixasse de ser Deus. Ao meditar sobre a eternidade do inferno, Santo Afonso Maria de Ligório nos sugere multiplicar todos os milhões de anos em infinitas vezes. O resultado dessa multiplicação mostraria que o inferno estaria apenas começando…
Uma coisa é a bondade de Deus, que persegue o pecador para convertê-lo, afastá-lo do mau caminho, concedendo-lhe graças, dons, e até mesmo castigos. Outra coisa é a bondade e a misericórdia da Igreja, sempre de coração aberto e mãos estendidas para receber e perdoar o pecador convertido.
Não podemos confundir esse pecador com aquele que não abandona o seu mau procedimento e morre empedernido. Se assim viveu e morreu foi por sua própria culpa. Escolheu livre e espontaneamente o lugar que se chama inferno. Deus dá o prêmio aos bons e o castigo aos maus.
Como Deus é eterno, também eternos são o prêmio e o castigo. Deus deixaria de ser Deus se fosse apenas misericordioso e não desse o prêmio e o castigo de acordo com as obras. Deus é misericordioso porque justo.  Esta eternidade é de fé, porque revelada por Deus, e não uma simples opinião.
 “Apartai-vos de Mim malditos para o fogo eterno. Irão estes ao suplício eterno. Pagarão a pena da eterna perdição. Todos serão assolados pelo fogo” (Mt 25, 41. 46; 1Ts1,8; Mc 9,48). Assim como o sal conserva o alimento, o fogo do inferno atormenta os condenados, mas ao mesmo tempo tem a propriedade do sal ao conservar-lhes a vida.
“Ali o fogo consome de tal modo — disse São Bernardo — que conserva sempre”. Santo Afonso ensina:“O poço não fecha a sua boca, porque se fechar a abertura em cima, se abrirá em baixo para devorar os réprobos”. Continua ele: “Enquanto vivo, o pecador pode ter alguma esperança, mas, se a morte o surpreender em pecado, perderá toda esperança” (Pr 11,7).
Continua ainda mais: "Se os condenados pudessem ao menos embalar-se em alguma enganosa ilusão que aliviasse o seu desespero horrível… Afinal, um infeliz delinquente condenado à prisão perpétua também procura alívio em seu pesar, na esperança remota de evadir-se e obter assim a liberdade.
Mas o condenado não pode sequer ter a ilusão de que um dia poderá sair de sua prisão! Não, no inferno não há esperança. O desgraçado réprobo terá sempre diante de si a sentença que o obriga a gemer perpetuamente nesse cárcere de sofrimentos."
“Uns para a vida eterna, e outros para o opróbrio que terão sempre diante dos olhos” (Dn 12,2). Para Santo Afonso, o réprobo não sofre somente a pena de cada instante, mas sofre a cada instante a pena da eternidade.
Eis o que está escrito no Eclesiastes: “Quando as nuvens estiverem carregadas, derramarão chuvas sobre a terra. Se a árvore cair para a parte do meio dia, ou para a do norte, em qualquer lugar onde cair, ficará” (Ecl. 11, 3).
Tal é a sorte do justo e do pecador: ficará para sempre, no Céu ou no inferno.

domingo, 1 de março de 2015

Armadura de Deus e couraça da justiça


Primeira tentação transformar as pedras em pães
Nosso Senhor Jesus Cristo veio à Terra como verdadeiro Deus-Homem, porque revestindo-se toda ofensa ao Criador de uma gravidade infinita, somente outro Ser infinito seria capaz de resgatar a humanidade pecadora.
 Se Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, tal não se deveu às suas paixões ou más inclinações, absolutamente inexistentes, mas à argúcia e experiência do Maligno, que queria saber quem era aquele homem, se era realmente o Filho de Deus.
            São Mateus narra que Nosso Senhor foi conduzido pelo Espírito ao deserto, onde foi tentado pelo diabo ao final dos 40 dias e 40 noites de jejum, quando teve fome. Com inteligência angélica, o demônio arquitetou um plano nefasto para tentá-Lo através de três seduções. Serviu-se assim da fome, do prestígio e honrarias do poder e, das riquezas que costumam levar os homens a se distanciarem da Lei de Deus.
       O que estava nos sinistros e monstruosos cálculos do demônio era transferir para si a fidelidade de Jesus a Deus. O Divino Mestre agiu com sabedoria e perfeição, inteligência e habilidade, deixando o demônio confuso, humilhado e destronado, pois só Deus deve ser amado e conhecido. Numa grande missão, Ele veio aniquilar o reino que satanás edificara havia tantos séculos.
Segunda tentação lançar daqui abaixo
No mesmo lugar em que os nossos primeiros pais foram infiéis e derrotados, Jesus Cristo venceu a batalha contra satanás e os anjos rebeldes. Concedeu-nos Ele assim o remédio eficaz e salutar para que também nós pudéssemos lu

Deus permite as tentações para nos dar ocasião de granjear méritos e manifestar o nosso valor no manejo das armas que Jesus Cristo nos conquistou. Diz o arca
njo Rafael a Tobias: “Por seres agradável a Deus, foi necessário que a tentação te provasse”. Com efeito, ensina-nos Nosso Senhor no Pai-Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. tar e vencer os inimigos. A tentação é um encanto interior provocado pela nossa natureza depravada ou pela influência do demônio para que violemos a Lei de Deus.
Conseguimos essa força para combater as tentações pela oração, pelo trabalho constante, pelo pensamento frequente em Deus, pelo exercício de domínio sobre as nossas inclinações e paixões desordenadas, bem como pela devoção à Virgem Imaculada, tão recomendada pela Igreja, enaltecida pelos santos, Àquela que é o terror dos demônios.
Terceira tentação oferece os Reinos do mundo e suas
riquezas
A perseguição mais frequente e habitual do espírito das trevas constitui em desviar a alma do bom caminho servindo-se do mundo e da nossa natureza corrompida. São Pedro alerta a todos para vigiar e orar, porque o demônio, como um leão voraz, está ao nosso redor procurando nos devorar pela tentação.
Por sua vez, São Paulo Apóstolo nos convida a resistir às ciladas do demônio, porque nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares. Aconselha-nos ainda a tomar a armadura de Deus para resistir no dia mau.
Inspirado pelo Divino Espírito Santo, ele compara cada combatente a um soldado revestido da armadura de Deus e a couraça da justiça, que guiado pela fé e pelo espírito guerreiro sai sempre vitorioso.  O cristão diligente na observância da lei do Altíssimo está revestido do poder de Deus, que é a graça divina e os princípios cristãos.

Pretendo retomar o tema tão logo me seja possível. Até lá.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Odeio a classe média

*Pe. David Francisquini


Circulou e ainda circula pela internet um vídeo no qual a Profa. Marilene Chauí – sob os olhares complacentes, gargalhadas e aplausos do Sr. Lula da Silva –, afirmou odiar a classe média pelo fato de a mesma ser conservadora, fascista, terrorista, petulante, estúpida, ignorante, de ser um atraso de vida, e outras coisas mais http://www.youtube.com/watch?v=uhpsgGjDuI4
Referiu-se ainda ao programa ‘bolsa família’ como representando grande avanço na liberdade e emancipação da mulher em razão de ter contribuído para mudar o conjunto de relações interpessoais ao alterar a maneira tradicional de configurar a família trabalhadora no Brasil, e em consequência deixou a mulher financeiramente autônoma do marido.
Para a intelectual revolucionária apresentada como figura exponencial do pensamento filosófico do PT, tal conquista da mulher configurou uma vitória mais importante do que 60 anos de luta feminista, portanto uma ação ‘maravilhosa’ do governo petista na mudança de mentalidade da conservadora sociedade brasileira a justo título herdeira dos princípios cristãos.
O que se depreende de sua conferência é a luta de classes condenada pelos papas de Leão XIII a Bento XVI, pois o mandato divino que impõe ao casal a união em um só corpo para constituir uma só família ficou fragmentado em decorrência da ideia de o Deus transcendente, regulador de todas as coisas, ter deixado de ser o centro da vida do homem.
São Paulo afirma que a mulher não deve se separar do marido e que, se o fizer, fique sem casar ou se reconcilie com ele. Por sua vez, o marido não deve repudiar a sua mulher. Mas, com a nova doutrina do PT, a mulher deve ser independente, dona de seu próprio dinheiro, totalmente livre, e não deve dizer ao marido o que ela faz ou deixa de fazer.
A proposta da professora da USP e amiga do PT se contrapõe ao ensinamento contido na Sagrada Escritura, que manda a mulher estar sujeita ao marido, e este de amar a sua esposa, como Cristo faz com a Igreja. Fácil concluir que a mulher acaba por se tornar um corpo estranho dentro do lar quando declara sua rebeldia e sua revolta a um ditame divino.
Irrisão! Ao introduzir o programa ‘bolsa família’, o PT não faz senão fragmentar a família, instituída por Deus para a perpetuação da espécie humana e comparada por São Paulo à figura e imagem da Igreja em relação a Jesus Cristo. Disto a professora petista não só passa recibo, mas se gaba, regozijando-se em destruir. 
Ela odeia a classe média por ser veículo da tradição e de valores morais e psicológicos, por constituir um fator de equilíbrio da sociedade. Na epístola aos efésios, São Paulo pede mais uma vez que todos obedeçam aos seus senhores temporais com reverência e solicitude, com sinceridade de coração, como se servissem ao Senhor, e não aos homens.
 “E vós, os senhores, fazei o mesmo com eles, pondo de parte as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles quanto vosso, está nos Céus e que não faz acepção de pessoas” (Efésios, 6, 1-9). Nota-se que o PT ensina, pela palavra e pelo exemplo, o ódio, a desarmonia, a rixa, a falcatrua e a libertinagem; um partido ateu, materialista, que prega o ódio e a luta de classes.