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sábado, 1 de agosto de 2020

Melhor fora que não tivesse nascido

Pe. David Francisquini

 


Ninguém põe em dúvida os enormes sofrimentos que São Paulo Apóstolo padeceu para levar a boa nova do Evangelho aos gentios por toda a região do Mediterrâneo. Assistido pelo Espírito Santo, ele alimentou a fé, esperança e caridade não somente dos prosélitos de seu tempo, mas também de todos os homens dos séculos futuros. É dele a exortação de que “a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, apto para toda boa obra” (II Tm 3, 16).

Nessa mesma epístola São Paulo fala sobre um seu discípulo de nome Alexandre, o Latoeiro, que diante dos sofrimentos e perseguições movidos pelo Imperador Nero, o abandonou nas vias do bom combate para se tornar seu perseguidor. E mais tarde, em Roma, ainda tentou interferir no julgamento de seu antigo mestre, causando-lhe muitos males e dores. Seguindo os ensinamentos de Nosso Senhor, São Paulo não deixou de repreender o seu antigo prosélito Alexandre ao informar a Timóteo de que este latoeiro pagaria no Senhor por aqueles malefícios.

Na existência dos grandes homens, quantos são aqueles que não cumprem com o dever de justiça negando-lhes reconhecimento e ajuda; quantos iniciam essa via épica com entusiasmo, mas não perseveram por acharem demasiadamente pesada a cruz que lhes pesa sobre os ombros; quantos desses não se contentam apenas em abandonar a obra começada, mas passam a prejudicar e a perseguir aqueles que quiseram lhes fazer o bem, chamando-os para as vias do heroísmo e da santidade. O grande exemplo da História foi o de Judas Iscariotes…

Quantos Latoeiros passaram pelos caminhos de profetas, de monarcas, de guerreiros, de desbravadores e de santos! Se isso acontece em relação aos homens, ocorre igualmente com instituições como a Santa Igreja Católica e o Estado, como a História vem registrando. Tomemos o Brasil. Ninguém de boa-fé pode negar a sua grande vocação no concerto das nações, agora e para os séculos vindouros. Ao lado de muito bons brasileiros que perseguem e lutam por este ideal, quantas traições e tramas para pôr em xeque os destinos do País! Com certeza, eles também pagarão no Senhor não apenas pelo que deixaram de fazer, mas principalmente pelos malefícios causados.

Na atual quadra em que o Brasil se encontra — ainda padecendo as consequências de décadas de governos esquerdistas que se empenharam em desviá-lo de sua providencial missão, agravadas pelos males da pandemia chinesa e pela instrumentalização inescrupulosa que numerosos políticos vêm fazendo dela —, quanta indiferença, quantos não cumprem sua obrigação de filhos, quantos começam e abandonam o seu dever e, o mais infamante, quantos tramam e lutam para prejudicá-lo! Uma coisa é certa: todos pagarão junto a Deus pelo mal que promovem ou pelo bem que omitem de fazer pelo País nas vias de uma civilização cristã.

É ainda São Paulo o nosso ponto de referência, pois na sua primeira defesa ante o Tribunal Romano, todos os que teriam podido defendê-lo não o fizeram. E não ficou apenas aí. Aparece o latoeiro Alexandre para difamá-lo e acusá-lo junto àquele tribunal pagão. Guardando as devidas proporções, o Brasil se encontra numa situação semelhante, pois dentre os brasileiros que deveriam se levantar numa só voz para defendê-lo, vemos, pelo contrário, os que o perseguem buscando quebrar a moralidade nas famílias, destruir a Fé e os bons costumes.

Para nos entendermos bem, recordemos o que Josafá, Rei de Judá, disse ao estabelecer Juízes em todas as cidades do reino, recomendando e ordenando as responsabilidades que iriam exercer: “Vede o que fazeis, porque não exerceis a justiça do homem, mas sim a do Senhor; tudo o que julgardes, recairá sobre vós. O temor do Senhor esteja convosco. Fazei todas as coisas com diligência, porque no Senhor nosso Deus não há iniquidade, nem acepção de pessoas, nem cobiça de dádivas”.

Excelente conselho que nos dá o Rei de Judá no encaminhamento das causas judiciais. O Catecismo Romano da Igreja Católica alerta sobre a ideologia totalitária que defende um critério objetivo sem referência do bem e do mal, expondo assim a salvação das almas. Ressalta ainda que a missão da Igreja ao respeitar a ordem política tem como objetivo defender os direitos fundamentais do homem e o seu destino eterno. Não havendo justiça, como se cumprirá o que determina a vontade de Deus? Como haverá ordem e harmonia nas classes sociais sem a observância do ordenamento jurídico?

A Lei natural é a reta razão gravada nos corações das pessoas, que tendem a rejeitar o mal e operar o bem. Deus, ao criar o homem, criou-o para um fim supremo, eterno. Gravou em seu coração leis que se aplicam a todos os povos, em todos os lugares e em todas as épocas; leis que determinam e estabelecem a regra da justiça, ao dar a cada qual o que lhe pertence. É um direito inalienável, estabelecido pelo próprio Deus. E ai daquele que não julgar com os critérios da moral eterna! Talvez se pudesse dizer dele o que São Mateus escreveu sobre Judas: melhor fora que não tivesse nascido.


quinta-feira, 2 de julho de 2020

Mais vale morrer do que viver numa terra devastada e sem honra

Pe. David Francisquini

Um brasileiro pouco afeito à grande mídia esclerosada é capaz de relacionar a suspensão da prisão em 2ª instância com certos crimes e, sobretudo, com certos criminosos... Ele procura em via de regra pensar bem, luta por uma sociedade sadia, ancorada em valores e instituições de índole cristã que pautaram a vida social e política do Brasil desde o seu nascedouro.
Com efeito, esse brasileiro nunca se afirmará de esquerda ou progressista, pois ele é naturalmente bondoso, cordato, além de criativo e empreendedor, sentindo-se bem ao cultivar nossos valores religiosos e familiares. Ele se encontra nas antípodas de uma minoria que tendo haurido um espírito alienígena de revolta, de ódio e de ressentimento, se define esquerdista, socialista, comunista, e até mesmo anarquista.
A nossa velha e esclerosada mídia parece ter desempenhado papel importante nesse longo processo de envenenamento dessa parcela da população, ora  desacreditando pessoas de bem e verdadeiros patriotas que anelavam e lutavam por um País melhor rumo ao seu autêntico progresso, ora imputando-lhes inverdades ou suspeições – hoje diríamos fake news – a fim de criar um caldo de cultura falso como arma de propaganda de guerra psicológica revolucionária.
Vem-se falando muito de agendas agenda ecológica, agenda homossexual, agenda política... Qual a fonte dessas agendas?  Quem as faz? Há uma central da esquerda internacional formada por estudiosos de um falso ideal encarregados de compô-las? Com efeito, tais agendas não podem ser um fruto espontâneo da natureza. Quem as manipula apresenta uma ‘bula’ esclarecendo onde, quando e como elas devem ser aplicadas? Diante do conservadorismo brasileiro, como proceder? Quais setores devem ser atacados em primeiro lugar? Existe um cronograma? As perguntas poderiam se multiplicar...
Convido o leitor a analisar um ponto apenas da nossa – chamemo-la assim – agenda judiciária. Em 7 de novembro de 2019, dia em que o STF oficializou a suspensão da prisão em 2ª instância para favorecer a soltura de Lula, a esquerda comemorou o fato. Mas não parece mera “coincidência” o fato de esse dia ser também comemorado pelos bolchevistas que se serviram de criminosos soltos expressamente para atacar e dizimar populações inteiras. Isso já havia acontecido na Revolução Francesa.
O Livro Negro do Comunismo narra com cores sinistras toda a criminalidade perpetrada por essa ideologia. Foram 61 milhões de pessoas assassinadas na Rússia, além de mais 78 milhões na China, para implantar o regime comunista despótico, cruel e antinatural. Ainda hoje vemos a perseguição à Igreja na China, membros do clero e fiéis sendo presos e igrejas destruídas, enquanto no Ocidente grassa a propaganda para tentar quebrar a harmonia entre os poderes constituídos e assim fomentar o descrédito e a divisão da ala conservadora e anticomunista.
Há mais. O PC chinês vem se intrometendo na vida interna das nações, desrespeitando suas soberanias. Às vezes eu me pergunto se esse coronavírus não faria parte da ‘agenda chinesa’ para impor a sua dominação.  O mais triste e perplexitante é ver até mesmo altas autoridades eclesiásticas colaborarem com o regime chinês nesse non sense jamais imaginado.
O que nos vem deixando igualmente perplexos no curso da presente epidemia é o favorecimento que uma parte do Judiciário a alguns governadores e prefeitos no sentido de atender a agenda da esquerda, em detrimento do governo federal e dos mais lídimos interesses do Brasil, no que foram coadjuvados pelo Legislativo, que abriu as comportas do erário sem pensar no futuro que nos aguarda.
Por outro lado, enquanto todos se dizem empenhados em defender vidas, no Congresso Nacional tentam aprovar a matança de inocentes; enquanto as pessoas de bem são confinadas para poupar vidas, bandidos e assassinos são soltos para atentar contra as vidas. Morros que são esconderijos de armas pesadas não poderão ser revistados durante a pandemia, enquanto jornalistas, blogueiros e manifestantes conservadores são arbitrariamente revistados e presos.
Estará a esquerda preocupada com a saúde, ou antes, está empenhada em conduzir o Brasil para o caos? Soltar criminosos em razão do vírus chinês não constitui um eventual perigo de uma guerra fratricida? Por que teria o Judiciário proibido o Exército e a Polícia de investigar os morros?  Que relação há entre drogas, crime organizado, tráfico de armas pesadas e toda a incessante movimentação da esquerda de cerceamento do governo federal?  Por que ainda se dificulta a posse de armas aos homens de bem?
Se tudo isso acontece no Brasil, por que permite Deus tão tremenda provação? Por que o episcopado nacional, em vez de manifestar seu zelo pelas almas atraindo-as para Deus, fecham as portas dos templos, parecendo mais preocupados com a saúde do corpo do que com a da alma? Por que não elevam suas preces aos céus a fim de pedir a Deus que perdoe os nossos pecados?  Para se entender um tanto o que está acontecendo, citaremos II Crônicas, VII -12, que aconselha:
Plínio Corrêa de Oliveira
“O Senhor apareceu-lhe [a Salomão], de noite e disse: Ouvi a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. Se Eu porventura fechar o céu e não cair chuva, mandar e ordenar aos gafanhotos que devorem a terra, mandar a peste ao meu povo; e o meu povo sobre o que foi invocado o meu Nome, convertendo-se, me rogar, buscar a minha face, fizer penitência dos seus maus caminhos, eu também o ouvirei do Céu, perdoarei os seus pecados e purificarei a sua terra. Os meus olhos também se abrirão e os meus ouvidos atenderão a oração daquele que orar neste lugar; porque eu escolhi e santifiquei esse lugar a fim de estar o meu nome para sempre, os meus olhos e o meu coração estarem fixos para sempre.”
Como podemos constatar, duas décadas de regime de esquerda produziram uma nefasta transformação no Brasil. Aparelharam-se instituições, e, sobretudo, por meio da infiltração comunista, os próprios meios católicos foram contaminados. É hora de conclamar o povo brasileiro a lutar, a exemplo do que sempre fez o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em sua incansável cruzada, a qual marcou indelevelmente a história do século XX e reverberará pelos séculos futuros.
Se hoje o conservadorismo viceja no Brasil, deixando estonteadas as forças do mal, é porque tivemos um homem de pensamento e ação contra-revolucionária que, por meio das caravanas de propagandistas da TFP, fez ecoar em todos os rincões deste país-continente o brado de inconformidade dado outrora por Judas Macabeu, mais vale morrer do que viver numa terra devastada e sem honra!.

segunda-feira, 4 de maio de 2020


Se hoje ouvirdes a voz da graça, não endureçais vosso coração

* Padre David Francisquini 


Tomei conhecimento de notícia publicada pelo G1 que trata da aprovação de um projeto de lei que transitou na Câmara estadual do Rio de Janeiro. Pleiteia-se a decretação do estado de calamidade púbica em 66 municípios do estado por causa da pandemia do vírus Chinês. Esse projeto de lei pleiteia também autorização para os municípios poderem realizar gastos extras na saúde.
O mesmo projeto de lei, publicado no dia 16 de abril, autoriza os prefeitos a gastarem mais do que o previsto do orçamento municipal com obras, serviços e pessoal para o combate da peste, sem que haja a aplicação das penalidades previstas na lei.
Não vou entrar no mérito de se serão fiscalizados ou não os gastos superfaturados. Se bem que, em momentos de crise como a atual não se deve duvidar da idoneidade dos prefeitos, é sabido  que, em matéria de dinheiro, políticos inescrupulosos costumam aproveitar situações como essa para assaltar os cofres públicos.
A nós, católicos, uma pergunta se impõe: Como é que fica o Quinto Mandamento da Lei de Deus, que proíbe apoderar-se dos bens alheios? Infelizmente sabemos que muitos políticos não são assim tão sensíveis à Lei de Deus.  
Contudo, o que me deixa surpreso é o fato de ser decretado de modo amplo e irrestrito o estado de calamidade pública no Estado, sem se verificar se cada município está nesse caso. Cito como exemplo os municípios de Cardoso Moreira, Italva, Laje do Muriaé, entre outros.
Referindo-me à minha cidade, Cardoso Moreira: não há um só caso constatado do novo coronavírus. Houve apenas suspeitos, mas que foram depois liberados. Então, por que decretar estado de calamidade pública em regiões em que não se verificam casos que exijam isto?
O que se pode chamar de “calamidade pública”: ter numa localidade um ou dois casos constatados de infectados do vírus chinês, ou grande parte da população infectada? Qual a razão para se decretar estado de calamidade pública no primeiro caso? Muitos diriam que é para se receber dinheiro do Governo Federal com mais facilidade, ou mesmo com fins eleitoreiros, num ano eleitoral.
Nosso Senhor, nas páginas do Evangelho, nos ensina a prevalência dos bens espirituais sobre os bens materiais na vida do homem. Ele disse mesmo que “Onde está o teu tesouro, aí também está teu coração.” (Mt 6-21). É lamentável ter que reconhecer que muitos de nossos políticos, habituados ao prestígio, à honra e à dignidade, dão mais importância aos bens materiais que aos espirituais, visando assegurar suas posições.
Num Estado já falido pelas más gestões anteriores como o do Brasil, alguns deles parecem estar procurando agravar mais a situação econômica e social do País, mesmo com o risco de apressar seu funeral ou acelerar as exéquias do que ainda resta de ordem e de bem na nação. Eles agem como verdadeiras aves de rapina, predadoras desse Estado mal governado por décadas de governos inescrupulosos, verdadeiros abutres ansiosos para se açambarcar dos cofres públicos, já tão deficitários.
Desejam eles endividar propositalmente os Estados e os municípios, para que o Brasil se torne uma nova Venezuela? Pois tentam saquear os cofres públicos, desinteressados do progresso, do enriquecimento do País e da cultura.
O controle sobre a população indefesa está ficando cada vez maior. Já há, e é de se lamentar, guardas e enfermeiros à entrada das cidade para submeter quem entra e sai às exigências sanitárias. O que nos deixa perplexos é estar o comércio parado, as liberdades individuais cerceadas, as pessoas impedidas no que tem de mais elementar que é o direito de receber os Sacramentos e servir a Deus em suas igrejas. Lamentamos que não haja reação proporcional por parte da sociedade contra essa interferência dos poderes públicos.
Por outro lado, alguns particulares tornam-se cada vez mais ousados e atrevidos em dilatar aos órgãos públicos seus vizinhos que não estejam cumprindo as normas do Governo. Há uma vigilância cada vez maior para coibir a liberdade individual, numa cidade cada vez mais controlada pela polícia, que está se tornando num regime de terror.
Indo as coisas como vão, em matéria de liberdade individual, qual será a diferença entre a tirania da China comunista e o Brasil em pouco tempo?
Todas estas considerações nos fazem lembrar do que disse Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o resultado de nossas ações: “Ou dizei que a árvore é boa, e o seu fruto bom: ou dizei que a árvore é má, e o seu fruto mau; pois que pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras , como podeis dizer coisas boas, vós que sois maus? Porque a boca fala da abundância do coração. O homem bom tira boas coisas do bom tesouro (do seu coração); e o mau homem tira más coisas do mau tesouro. Ora, eu digo-vos que de qualquer palavra ociosa que tiverem proferido os homens, darão conta dela no dia do juízo. Porque pelas tuas palavras serás justificado ou condenado.” (Mt 12, 33-37).
Acrescenta-se a isso que, num ambiente cada vez mais afastado dos mandamentos, há um terrorismo mediático que vai gradualmente se impondo e mais exigindo do homem levando-o a se despojar de sua individualidade, dos seus valores, de sua liberdade, como ser racional, dono dos seus próprios atos. É uma ditadura de poucos que quer obrigá-lo a aceitar tragicamente o caminho das concessões. O que vai fragilizando e prostrando mais o homem rumo ao despenhadeiro.
Santo Agostinho afirma “que a vontade livre deve ser contada entre os bens recebidos de Deus”. (De Lib. Arb. II 18,47). Caso o homem observe atentamente a lei perfeita de Deus e a pratique, terá sua recompensa como afirma São Tiago Apostolo.
Temos liberdade de fazer o bem e o mal. O bom ou o mau uso dessa liberdade está nas mãos de cada um. O que a Revolução gnóstica e igualitária deseja quebrar em nós, é esse dom magnífico que Deus nos deu: ou seja a nossa liberdade de escolha. O que fazem os terroristas ao utilizar homens bombas para semear o caos, hoje a mídia ideologizada e esquerdista utiliza o terrorismo psicológico abusando de um vírus made in China para cercear nossa liberdade de ir e vir, pela ameaça de uma possível calamidade pública, real ou fictícia. Isto porque os malefícios da crise são muito maiores do que os da própria doença. Pois está provocando fome, desempregos em massa, doenças psicológicas, desesperos, suicídios, assaltos sem conta. Enquanto prendem os homens de bem por usar de sua liberdade de ir e vir, soltam os bandidos.
Ao mesmo tempo, enquanto falam de preservar a vida, com pretexto da ameaça do vírus chinês, o STF tenta legalizar o aborto em nosso país, em nome da eugenia.
 Em que país estamos, cheio de contradição, em que desejam nos levar à miséria moral, psicológica, econômica e política? Ninguém confia em ninguém. Para alguns os dias são sombrios, borrascosos, sem esperança. Se a própria Igreja fecha seus templos privando-nos dos Sacramentos e do Santo sacrifício, o que nos aguarda?
O que devemos esperar de tudo isto, quando já se fala que o mundo, depois dessa pandemia, não será mais o mesmo? Dizem mesmo que já começou uma outra era. E essa era imprevisível, com um Estado totalitário e todo poderoso, nos leva a temer pelo futuro.

Se a dúvida e a incerteza tomam conta dos espíritos, o que nos resta é voltarmos de todo o coração para Deus e Senhor de todas as coisas. “Se ouvirdes hoje sua voz, não endureçais vossos corações”.
 A Virgem, em Fátima, alertou que o Comunismo espalharia seus erros pelo mundo. Mas prometeu que seu Coração Imaculado triunfaria. Por isso, dizemos: “Se hoje ouvirdes a voz da Virgem de Fátima, não queirais endurecer vossos corações, mas permanecei na esperança, na certeza, na fé, na luta, para alcançar a vitória do Imaculado Coração de Maria”, porque cremos e esperamos contra todas as esperanças.

terça-feira, 14 de abril de 2020


Vírus “made in China”. Que lição tirar?

Pe. David Francisquini

Diante da conjuntura mundial golpeada pelo vírus chinês, a mídia vem se ocupando tão-só da proteção à saúde com o confinamento dos indivíduos e o fechamento de shoppings, casas comerciais, casas de diversão, e até de igrejas. Tudo para evitar a aglomeração de pessoas.
Apesar de haver grandes divergências entre as autoridades institucionais, todas procuram se alinhar com os mesmos métodos e metas para cumprir determinações, ditadas ora pela esquerdista Organização Mundial da Saúde, ora pelas autoridades de cada país. E ai de quem não obedecer!
Afinal, quem comanda em âmbito mundial toda essa articulação, à qual a própria Igreja Católica deve obedecer? Será a vida terrena mais importante que a vida eterna? Será que essa mesma Igreja, que sempre pregou as verdades eternas, se abdica em momento tão delicado de sua missão salvífica? Nosso Senhor Jesus Cristo afirma no Evangelho:
“Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino” (Mt 16, 24-28).
“A vós, pois, meus amigos, vos digo: não tenhais medo daqueles que matam o corpo, e depois nada mais podem fazer. Mas eu vos mostrarei a quem haveis de temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vos digo, temei este” (Lc 12, 1-8).
A missão da Igreja é divina como divino é o seu Fundador. Cuidemos, sim, da nossa saúde, mas não em detrimento da missão divina confiada por Deus à Igreja, de encaminhar os homens para estarem junto d’Ele por toda a eternidade.

Com efeito, temos tantos exemplos de santos que expuseram suas vidas para cuidar de leprosos, de tuberculosos e de toda sorte de peste, como Frei Damião de Molokai, o leproso; São Luís de Gonzaga, atingido por epidemia; São João Bosco [representação ao lado], que prometeu aos seus alunos que eles se salvariam do flagelo do cólera asiático se vivessem na Graça de Deus, e nenhum deles foi atingido…
Em outras circunstâncias, as igrejas não cerraram suas portas; os padres ficavam sempre à frente de seu trabalho apostólico; celebravam os ofícios e a Santa Missa; facilitavam o acesso aos sacramentos; além do conforto material como comida, roupa e medicamento aos atingidos pelas pestes.
Na verdade, houve agora uma mudança drástica no comportamento eclesiástico, que passou a ter uma concepção transitória, oportunista, materialista e relativista diante de uma situação de calamidade pública, pois parece ter-se afastado de Deus como fundamento absoluto e razão de ser de todas as coisas.
Como é natural, quanto mais alto um homem for constituído em honra e dignidade, tanto maior deve ser a caridade dele para com os próximos, sobretudo se forem seus fiéis. Como não há dignidade mais alta do que ser ministro de Deus, as pessoas a Ele consagradas devem procurar antes de tudo a glória divina e o bem do próximo.
Creio que um dos maiores elogios que se possa fazer a uma autoridade é chamá-la de paternalista, pois Deus, na mais sublime das orações que é o Pai-Nosso, quis ser chamado de Pai.

 Transcrevo a seguir algumas palavras do combativo e zeloso líder católico Plinio Corrêa de Oliveira sobre a figura do sacerdote.
“O Padre, nas horas mais difíceis, reluz o esplendor de sua vocação pelo seu zelo e dedicação, pela bondade e compreensão, pelo carinho e amabilidade com aqueles que se encontram nos revezes da vida.
“O Padre deve estar disposto a se imolar por suas ovelhas. O mercenário, aquele que não é pastor das ovelhas, quando vem o lobo, foge, porque não é pastor. Verdadeiro pastor, por exemplo, foi Santo Odilon [(962-1049) abade da Abadia beneditina de Cluny (pintura ao lado)], que amava com uma caridade bem ordenada a Deus mais do que a si mesmo, o próximo como a si mesmo, e as coisas menos do que a ele mesmo.
“Administrador fiel e sábio, Santo Odilon colecionava víveres e roupas para os enfermos. Fez mesmo construir casas para os leprosos, às ocultas, e como se fossem construídas por outros, para que essa boa obra não fosse atribuída a ele”.
Citamos acima Frei Damião como modelo luminoso de heroísmo e de zelo na ilha de Molokai, onde viveu o sacerdócio em função dos leprosos. Ao contrair ele mesmo a lepra, declarou altaneiro num sermão: “Nós, leprosos…”, pois ser leproso era para ele um título de glória, à imitação de Jesus Cristo, que se sacrificou por nossa salvação.

 Frei Damião [foto ao lado] não fugiu à obrigação do ministério sacerdotal, antes, pois partiu para Molokai por sua sede de almas, desejava consolar os aflitos e enxugar as lágrimas daqueles que deixaram seus entes queridos pelo fato de terem sido atingidos pela lepra.
Molokai era um palco de violência, sem um parâmetro civilizador, sem esperança, sem fronteira de carinho, de bondade, de misericórdia e de calor humano. Frei Damião imolou-se dentro dessa ilha como um pai que se imola aos filhos em dedicação extrema, porque possuía Deus como parâmetro absoluto em sua vida.
Ele construiu igrejas, hospitais, escolas e atendimentos caritativos, não pensando em si, mas somente em Deus e no próximo. Bem diferente do procedimento do clero de hoje diante da pandemia made in China… Afinal, o que esperam os fiéis da dedicação de um padre?
São Luís Gonzaga [pintura ao lado], no final do século XVI, ao chegar a Roma, deparou-se com as vítimas de uma doença contagiosa chamada tifo. Ao presenciar o sofrimento do povo, movido pela caridade e amor ao próximo, passou a ajudar os doentes como podia. Acabou sendo contagiado, vindo a falecer com apenas 23 anos, pouco antes de se ordenar sacerdote.

A figura do padre diante do perigo e da dor deve ser um referencial. Além de formador de opinião, cabe-lhe liderar a comunidade católica com seu exemplo, sua caridade e sua elevação de alma. Ele deve comunicar tranquilidade, paz e bem-estar espiritual aos fiéis.
A pessoa revestida do sacerdócio católico não pode participar do pânico, do medo e da incerteza gerados por essa pandemia, nem mesmo dar ares de quem teme, pois se ele se deixar contagiar pela doença psicológica poderá ser mais nocivo aos seus fiéis do que o vírus chinês.
Nessas horas difíceis, a oração é o nosso único refúgio e mesmo a solução. Os sacramentos são os únicos remédios que proporcionam segurança e estabilidade. A Missa celebrada na igreja com os fiéis é a única fonte de esperança que liga o Céu e a Terra, pois é o sacrifício do Homem-Deus.
As nossas matrizes, capelas e reitorias são lugares onde se encontram a unidade, o conforto e o equilíbrio. Fechar as igrejas, suprimir as Missas, os sacramentos pode ser um elemento a mais de definhamento e desequilíbrio psicológico. O soldado que foge à luta por medo de morrer não é um soldado, mas um mole e um covarde. O mesmo se aplica ao sacerdote de Cristo que foge à luta por medo da epidemia.
Melhor lhe fora não ter sido ordenado padre, pois esta palavra quer dizer pai, fazendo-nos lembrar de Deus, que quis ser chamado de Pai, Aquele que nos vivifica e nos ilumina em todas as coisas. Como o sal que salga, alimenta e atiça o paladar, assim deve ser o padre.

Fonte: http://www.abim.inf.br/virus-made-in-china-que-licao-tirar/

quinta-feira, 2 de abril de 2020


Deus, o Estado Repressor e o Coronavírus

 Padre David Francisquini

Ainda quero voltar ao assunto sobre a peste chinesa. Uma leitora, ao apoiar o meu ultimo artigo (em que falo da situação em que estamos por causa do Coronavírus), confirma que passa por uma pressão com alguém da família. Essa pessoa fica na porta de sua casa o dia inteiro vigiando para que ninguém saia para a rua. Um verdadeiro terrorismo psicológico.
É verdade, pois haviam quatro pessoas reunidas num templo protestante na região, reunidos para uma conversa, e o templo foi multado pelos agentes fiscais.
Já o governo da Prefeitura do RJ publicou, numa edição especial do Diário Oficial Municipal, o decreto Nº 47301, de 26 de março de 2020, que disponibiliza um meio de denuncia para aglomerações.
O que se nota é que o Estado está cada vez mais forte e repressor. Adotam-se medidas prepotentes e abusivas de intimidação.
A consequência de tudo isso será desastrosa na vida dos brasileiros.
Quem poderia imaginar que aparecesse um vírus intimidador da China que levaria o Estado repressor a passar de todos os limites e a implantar o caos e a ditadura? O que podemos esperar de tudo isso a não ser o aparecimento de neuroses e psicoses?
Hoje, o que se dá valor é apenas a saúde física. Esquecem-se da alma. E, por causa disso, milhões de brasileiros viverão no medo e na apreensão.
Que fatores e agentes estão por trás de tudo isso para arruinar a nossa economia e a vida religiosa dos brasileiros? O pior de tudo é que o clero se conforma com essa ditadura despótica e desastrosa em nome da saúde pública, sem nenhuma análise e observação sobre a dimensão real do problema da peste Chinesa.
Ando por toda parte na minha região, não constatei nenhum caso real e sério a respeito dos infectados. Há suspeitas de duas pessoas. Não é normal querer colocar brasileiros encarcerados em casa, em um regime fechado, proibindo de ir e vir, por causa de duas suspeitas!
Isso está em todo o Brasil de uma maneira indiscriminada e despótica por parte de governadores e prefeitos que não aceitam as orientações do Governo Federal. Proíbem até mesmo o trabalho daqueles que precisam conseguir o seu sustento.
O que é ainda pior e inexplicável é a restrição que fazem aos padres de não poderem ter os seus fiéis na celebração do culto católico. Tem padres contentes e felizes por essa situação, afirmando que é bom esse novo sistema de comunicação. A Igreja ganharia, segundo eles, um espaço de confiança e o padre animaria, reconfortaria e consolaria os seus paroquianos pela internet.
“O que eu fico mais feliz – diz um padre – é ver os bancos da igreja repletos de fotografias. Não é uma corrente sombria, mas são laços de fé que nos unem. Todo mundo quer fazer parte disso”.
É estarrecedor ver esse contentamento com essa situação em um padre! Algo assim faz arrepiar o católico que deseja se aproximar dos sacramentos.
Nossa Senhora em Fátima disse que a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo, perseguindo a Igreja e os bons que não conseguem se aproximar dos seus templos para rezar. Agora, um vírus da China, país comunista, se espalha pelo mundo. Com esse vírus, a Igreja é perseguida, os bons são perseguidos.
Como fica a fé sem as obras? São Thiago Apóstolo afirma que a Fé precisa das obras, senão ela é morta. Bem que Nossa Senhora em Fátima disse que a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo, perseguindo a Igreja e os bons que não conseguem se aproximar dos seus templos para rezar.
E Ela pediu a conversão, mudança de vida, para que a Rússia não espalhasse esses erros pelo mundo. Mas os homens não se converteram!
Agora, um vírus da China, país comunista, se espalha pelo mundo. Com esse vírus, a Igreja é perseguida, os bons são perseguidos.
Que lição podemos tirar de tudo isso? O que Deus quer de nós com isso?
De um lado, há a malícia dos que espalham os erros e fecham as portas de nossas Igrejas. Mas, de outro, Deus tira proveito de tudo.
Deus não quer o mal e castiga os malfeitores com a punição na outra vida, mas Ele tira o bem dessa situação fazendo resplandecer sua justiça e nos purificando com a perseguição que sofremos.
Para ficar mais claro, daremos um exemplo. Se a testemunha de um crime acusa o criminoso porque era inimigo pessoal dele e não pelo desejo de justiça, o crime não deixará de ser crime.
Se esse crime for punível com a morte e essa testemunha ainda pedir para ser o carrasco que matará seu inimigo, a sentença que condenar o criminoso não deixará de ser justa.
O juiz terá feito uma obra boa por castigar o criminoso segundo a lei. O executor terá feito uma obra má em matar o seu inimigo pessoal.
Assim é Deus, que se serve dos maus para nos fazer o bem.
E assim, mesmo esse vírus espalhado a partir da China, poderá ser ocasião de resplandecer a Justiça de Deus e de chamar os homens à Conversão.
Os malfeitores são os políticos que temos em nossa Nação. Eles favorecem a China e prejudicam o Brasil e os Conservadores.Poderíamos até perguntar quem é mais bandido, os que são colaboradores do regime marxista chinês ou o próprio Xi Jinping, Presidente daquele país?
Quem é mais criminoso, quem espalhou o vírus ou quem quer destruir o Brasil para se aliar a China? Claro que são os colaboradores que estão aparelhados contra a nossa nação. São pelo menos agentes úteis do comunismo para implantar o caos.
Poderíamos também perguntar se, mesmo dentro da Santa Igreja Católica, não haveria alguém (ou alguns) envolvido nessa manobra para quebrar o Brasil, emudecer a Igreja e, assim, implantar o caos em nosso país. Os adeptos da chamada “esquerda católica” são os piores inimigos contra os quais temos que lutar.
O que vejo, até o momento, é que esse vírus está sendo usado para implantar uma anarquia no Brasil.
O Profeta Jeremias descreve que a fome, a espada, a peste, são os castigos que Deus envia para as Nações que transgridem a Lei de Deus. Indispensável, neste momento, rezar e rezar muito, e se converter ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração. O terço é uma arma poderosa que a Virgem de Fátima nos recomendou.


quinta-feira, 26 de março de 2020


Desabafo de um Padre do Interior do Rio de Janeiro sobre o Coronavírus e a Liberdade Religiosa



Fui ensinado durante os meus 15 anos de estudo no seminário a respeitar os superiores e a não querer ensinar o “Padre Nosso pro vigário“, respeito as opiniões, mas também tenho a minha e prezo por isso. Sou contra a imposição ditatorial que está a nos impedir de ir e vir, ferindo a constituição brasileira e as normas centrais do governo federal, bem como a liberdade religiosa, fazendo uma republiqueta do Rio de Janeiro e transformando as pequenas cidades em comunas próprias ao regime bolchevista.
Igreja do Imaculado Coração de Maria, em Cardoso Moreira (RJ) onde o Pe. David exerce sua missão sacerdotal.
Nestes 44 anos aqui em Cardoso Moreira e em tudo quanto li e estudei, nunca vi a igreja ser massacrada assim. O Estado quer dominar a fé, fazendo um terrorismo psicológico.
Querem retirar os direitos de Deus, querem destruir as almas cristãs.
Penso que cada um deve arcar com as suas responsabilidades. Todavia, alguns organismos de saúde estão impondo à população um remédio amargo e descabido. Chegam até mesmo a colocar polícias em frente às igrejas com sirenes ligadas para intimidar os fiéis.
A igreja tem o Depósito da Fé e, por isso, além do bem físico, ela quer o bem espiritual de todos. E não é afastando os fiéis que vamos, nesta hora difícil, ajudar a manter a calma e a tranquilidade.
Precisamos rezar, e rezar muito, pois todo o bom êxito das campanhas de saúde e de proteção da vida humana está em Deus. Se afastamos as almas de Deus, como receberemos dEle as graças necessárias para por fim a tudo isso? É trancando o povo em casa, como prisioneiros, que esperamos resolver tudo?
Consagração do município de Cardoso Moreira à
Nossa Senhora Aparecida  em 30/11/2017
E os futuros problemas psicológicos, que já estão ocorrendo aqui em nossa cidade e tendem a se agravar mais, serão resolvidos se essas pobres almas, que precisam da Graça de Deus, não podem nem mesmo recorrer ao sacerdote no confessionário ou receber a Sagrada Comunhão, através da qual recebemos o próprio Cristo? E como daremos atendimento aos doentes se somos impedidos?
Como vamos manter uma boa e digna alimentação na mesa dos pobres se todos estão impedidos de buscar o seu sustento, impedidos de trabalhar? E a economia brasileira, como ficará se o giro comercial está bloqueado? Quem pagará as nossas dívidas?
Que futuro daremos as nossas crianças e jovens se não podemos lhes dar a devida educação, pois as nossas escolas estão trancadas?
Somos brasileiros, povo livre e batalhador, povo que luta com força e garra, jamais aceitaremos de boa vontade este regime chinês ditatorial que quebra a liberdade e a dignidade do ser humano e que estão querendo implantar nem nosso país. Como diz o Hino da Independência : “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil.”
Com minha bênção, invocando Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rainha e padroeira de Cardoso Moreira para que nos livre desta praga chinesa.




quarta-feira, 18 de março de 2020


Malefícios da ignorância religiosa


Pupitre na sede do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, decorada pelo próprio Prof. Plinio. O leão à esquerda está lutando contra uma serpente bicéfala simbolizando o orgulho e a sensualidade, as duas molas propulsoras da Revolução. E o da direita está enfrentando uma serpente com três cabeças, em recordação das três Revoluções. Ao centro, a frase “Residuum revertetur” (O resto voltará). O ano de 1571 evoca a vitória da Cristandade em Lepanto

Pe. David Francisquini


Enquanto processo multissecular de destruição paulatina da civilização cristã nascida na Idade Média, a Revolução atua em todos os campos da atividade humana para corroer os fundamentos dessa civilização. Quem o afirma é o intelectual católico Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro Revolução e Contra-Revolução: “Claro está que um processo de tanta profundidade, de tal envergadura e tão longa duração não pode desenvolver-se sem abranger todos os domínios da atividade do homem, como por exemplo a cultura, a arte, as leis, os costumes e as instituições”.
Para o mestre da Contra-Revolução “Este inimigo terrível tem um nome: ele se chama Revolução. Sua causa profunda é uma explosão de orgulho e sensualidade que inspirou, não diríamos um sistema, mas toda uma cadeia de sistemas ideológicos. Da larga aceitação dada a estes no mundo inteiro, decorreram as três grandes revoluções da História do Ocidente: a Pseudo-Reforma, a Revolução Francesa e o Comunismo”.**
A causa mais profunda da baldeação ideológica de fiéis para as hostes contrárias à Igreja reside em larga medida na ignorância religiosa e doutrinária que grassa nos meios católicos. A propósito, recordo-me de que nos idos de 1960 um jornalista muito arguto, mas pouco fiel à nossa santa fé, chegou a afiançar que o Brasil não tardaria a se transformar no maior país ex-católico do mundo.
As Igrejas Católicas, na Europa, são vendidas para restaurantes, cinemas, boates, clubes de recreação, por falta de fieis.
São Pio X ensina que a debilidade das almas, da qual derivam os maiores males, provém sobretudo da ignorância das coisas divinas. As obras da ignorância religiosa são a paganização da sociedade, a germinação de doutrinas contrárias à fé e a adoção de costumes hostis à nossa santa religião. Tal ignorância é o resultado da educação deficiente em matéria de moral e religião, que desde a infância prepara o homem contemporâneo para a aceitação de doutrinas errôneas. Haja vista a maldita ideologia de gênero que tenta relativizar uma das maiores obviedades existentes na natureza, a diferença entre homem e mulher.
Sabemos pelo profeta Isaías que o caminho do ímpio e seus iníquos pensamentos e obras agridem o Senhor. Deus é generoso para perdoar, mas desde que haja arrependimento e contrição, pois tão-só aí a alma encontrará a felicidade, existente apenas dentro da lei divina. Os que se afastam dela e promovem a iniquidade, seus pensamentos e caminhos não são os de Deus, cujas cogitações e vias se elevam muito acima deles. O profeta Isaías diz ainda que assim como a chuva e o orvalho caem do céu para irrigar a terra e fazer germinar a semente, a palavra de Deus produz o efeito de reconduzir o homem ao caminho do bem, fazendo frutificar nele os efeitos da virtude.
Profanação no carnaval
A mídia revolucionária vomita diuturnamente as mais escabrosas blasfêmias contra Deus e Nossa Senhora. O mesmo acontece com as chamadas exposições de “arte”, com filmes e programas de televisão, com escolas de sambas, com obras literárias etc. Com efeito, a presente etapa da Revolução não se limita apenas em implantar o socialismo, mas vai muito além, agindo na alma do homem com a intenção de destruir todos os valores cristãos existentes nele e na família. De onde o ódio e blasfêmia, cujo fim é o culto ao próprio demônio.
Não pensem os teimosos revolucionários que conseguirão implantar o reino satânico desejado pelo príncipe das trevas; não creiam que a implantação de leis iníquas conseguirá vencer as leis e a obra divinas, porque paira sobre a Igreja a promessa de que as portas do inferno não prevalecerão.

domingo, 8 de março de 2020



É POSSÍVEL O SACERDÓCIO FEMININO NA IGREJA?

Responde o Pe. David Francisquini nas páginas da revista Catolicismo, em sua edição deste mês.

Diferentemente da Igreja Católica,
comunidades protestantes já têm pastoras,
 como é o caso de Barbara Harris,
 “ordenada” bispo da igreja
 episcopal nos Estados Unidos em 1989.


Pergunta — Em nosso grupo de oração foi exibido um vídeo de apresentação do livro Olhar para Maria e ver a Igreja, do jesuíta português Pe. Vasco Pinto Magalhães. O autor defende a existência de um sacerdócio feminino que não é mera cópia do sacerdócio masculino. Para ativá-lo, seria necessário procurar aquilo que a mulher pode fazer na Igreja e ainda não faz, segundo a dimensão feminina de Deus, uma vez que Deus é pai e mãe. Confesso que fiquei confusa, e gostaria de saber se há algo de verdadeiro nisso; e, em todo caso, qual é o papel da mulher na Igreja. Obrigada.
Resposta — A pergunta de nossa missivista é muito oportuna, porque a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia e o mal chamado “caminho sinodal” da Igreja alemã reabriram o debate sobre a possibilidade de existir na Igreja um ministério exercido por mulheres.
O debate começou logo após o Concílio Vaticano II, como um derivado do diálogo ecumênico, e fazendo eco às iniciativas feministas de “emancipação da mulher”. Dizia-se que, de um lado, a mulher participa hoje de modo ativo em todas as esferas da vida social, e também no seio das paróquias (por vezes, até mais do que o elemento masculino); e de outro lado, que nas comunidades protestantes as mulheres de há muito têm acesso à condição de pastoras.
A primeira resposta concisa e abrangente da Santa Sé a essa problemática foi a Inter Insigniores, uma declaração da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé sobre a questão da admissão das mulheres ao sacerdócio ministerial, publicada em 15 de outubro de 1976 e assinada pelo seu Prefeito, o cardeal croata Franjo Seper.
Após reconhecer o papel decisivo de algumas mulheres na vida da Igreja ao longo de sua história — basta pensar em Santa Catarina de Siena, Santa Teresa d’Ávila e tantas fundadoras de congregações religiosas (às quais poderíamos acrescentar a grande Isabel a Católica, na esfera temporal) —, a declaração enumera as gravíssimas razões de fé que impossibilitam o acesso de mulheres às ordens sagradas.
Gostaria de ressaltar desde já algo que a declaração coloca somente no final. Trata-se do fato de que a Igreja, por ter sido fundada diretamente por Nosso Senhor Jesus Cristo, “é uma sociedade diferente das outras sociedades, original pela sua natureza e por suas estruturas”. De onde resulta que, por mais que as sociedades nascidas da sociabilidade natural ou do engenho do homem possam adaptar-se às evoluções do espírito humano, a Igreja não pode mudar, e deve resolver seus problemas de eclesiologia à luz da Revelação e da Tradição que os Apóstolos deixaram, não dos postulados das ciências humanas.
No caso em questão, o ministério pastoral e o governo na Igreja são ligados ao sacramento da Ordem, o qual não foi instituído por homens, mas pelo próprio Jesus Cristo, e é conferido pela imposição das mãos e pela oração dos sucessores dos Apóstolos, que garantem a escolha do candidato da parte de Deus. De onde os ordinandos serem chamados de “clérigos” (do grego “kléros” — tirado por sorte, porção, herança), como consta da eleição de São Matias para substituir Judas no Colégio Apostólico (At 1, 26).
Acontece que “Jesus Cristo não chamou mulher alguma para fazer parte do grupo dos Doze”; e não se pode dizer que Ele agiu assim para Se conformar aos usos da época, como pretendem as feministas, “porque a atitude de Jesus em relação às mulheres contrasta singularmente com aquela que existia no seu meio ambiente”, como afirma o documento da Sagrada Congregação. Ele conversa publicamente com a Samaritana (Jo 4, 27); não leva em consideração o estado de impureza legal da mulher atormentada por um fluxo de sangue (Mt 9, 20-22); permite que uma pecadora se aproxime d’Ele na casa do fariseu Simão (Lc 7, 3 e ss.); perdoa a mulher adúltera (Jo 8, 11); e rejeita o repúdio à mulher, restaurando a indissolubilidade do matrimônio (Mt 19, 3-9). Mais ainda, fez-se acompanhar no seu ministério itinerante não somente dos doze Apóstolos, mas também de um grupo de mulheres. E contrariando a mentalidade judaica e o direito hebraico, que não reconhecia grande valor ao testemunho das mulheres, faz delas as primeiras testemunhas de sua Ressurreição e lhes confia o encargo de levar a primeira mensagem pascal aos Apóstolos.

As chaves do Reino dos Céus confiadas aos Apóstolos
Portanto, como afirma a Congregação, existe “um conjunto de indícios convergentes que acentuam o fato notável de que Jesus não confiou a mulheres o encargo dado aos Doze”. Acima de tudo, é expressivo que nem sua própria Mãe foi investida do ministério apostólico, embora tão intimamente associada ao apostolado de seu Filho e ter desempenhado um papel ímpar em Sua vida e na da primeira comunidade cristã.
Sobre isto escreveu o Papa Inocêncio III no início do século XIII: “Conquanto a Bem-aventurada Virgem Maria superasse em dignidade e excelência todos os Apóstolos, não foi a Ela, contudo, e sim a estes, que o Senhor confiou as chaves do Reino dos Céus” (Carta de 11 de dezembro de 1210 aos Bispos de Palência e Burgos).
A comunidade apostólica se manteve fiel ao exemplo de Nosso Senhor. Embora Nossa Senhora estivesse depois da Ascensão no Cenáculo, ao se tratar de eleger um substituto para o traidor Judas, seu nome nem foi apresentado, mas sim os de dois discípulos aos quais os Evangelhos não fazem menção. Igualmente, ao expandir-se o cristianismo fora dos limites do mundo judaico, penetrando na área helenística (onde eram confiados a sacerdotisas vários cultos idolátricos), nem sequer foi aventada a possibilidade de conferir a Ordenação a mulheres, mesmo que algumas delas colaborassem tão estreitamente com São Paulo, a ponto de serem mencionadas em suas Epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Aliás, São Paulo se referiu aos homens e mulheres que o ajudaram com a expressão “meus colaboradores”, mas reservou a designação de “colaboradores de Deus” para si mesmo, para Timóteo e para Apolo, por estarem consagrados diretamente ao ministério apostólico.
O sacerdote deve representar Nosso Senhor Jesus Cristo
O sacerdote representa Cristo,
 que age por meio dele, como
afirma a Sagrada Congregação
 para a Doutrina da Fé: “‘O sacerdote
faz realmente as vezes de Cristo’,
escrevia, já no século III, São Cipriano”.
Quadro acima: O padre Bervoets,
coadjutor da igreja de São Carlos Borromeu
– Ernest Wante (início do séc. XX), Anvers, Bélgica
Eis por que a Igreja nunca admitiu que as mulheres pudessem receber validamente a Ordenação ministerial. “Algumas seitas heréticas dos primeiros séculos, sobretudo as gnósticas, pretenderam fazer exercer o ministério sacerdotal por mulheres: tal inovação foi imediatamente observada e censurada pelos Padres, que a consideraram inaceitável na Igreja”. É o que afirma a declaração do Cardeal Seper, citando Santo Irineu, Firmiliano de Cesareia, Orígenes e Santo Epifânio, a Didascalia Apostolorum e São João Crisóstomo. O principal argumento das condenações de tal novidade é precisamente o da obrigação de fidelidade ao tipo de ministério ordenado por Nosso Senhor e escrupulosamente mantido pelos Apóstolos.
Continua o documento do Vaticano: “A tradição da Igreja nesta matéria, ao longo dos séculos, foi de tal maneira firmeque o Magistério não se sentiu na necessidade de intervir para formular um princípio que não constituía objeto de controvérsias, ou para defender uma lei que não era contestada”.
Soma-se a todo o anterior uma profundíssima razão teológica ligada à própria natureza do sacramento da Ordem. No exercício da sua função, o ministro sagrado não age em seu nome próprio. Ele representa Cristo, o qual age por meio dele, como afirma a S. Congregação para a Doutrina da Fé: “‘O sacerdote faz realmente as vezes de Cristo’, escrevia, já no século III, São Cipriano. Tal valor de representação atinge sua expressão mais alta na celebração da Santa Missa, durante a qual se renova de maneira incruenta o sacrifício de Cristo no Calvário: ‘O sacerdote, que é o único que tem o poder de realizá-lo, age então não somente em virtude da eficácia que Cristo lhe confere, mas in persona Christi, fazendo o papel de Cristo, até ao ponto de ser a sua própria imagem, quando pronuncia as palavras da consagração’”.
Impossibilidade da ordenação sacerdotal de mulheres
Nossa Senhora recebe aComunhão das mãos de
 Nosso Senhor Jesus Cristo– Anônimo (1600). 
Museu do Prado, Madri.
Portanto, o sacerdócio cristão é de natureza sacramental: “O sacerdote é um sinal cuja eficácia sobrenatural lhe advém da Ordenação recebida; mas um sinal que deve ser perceptível, e que os fiéis devem poder reconhecer sem dificuldade”. Ora, como diz Santo Tomás de Aquino, “os sinais sacramentais representam aquilo que eles significam por uma semelhança natural (In IV Sent., dist. 25, q. 2, art. 2, quaestiuncula 1ª ad 4um).
Mas é patente que tal ‘semelhança natural’, que deve existir entre Cristo e o seu ministro, não existiria se a função de Cristo não fosse desempenhada por um homem: caso contrário, dificilmente se veria no mesmo ministro a imagem de Cristo. Com efeito, o próprio Cristo foi e continua a ser um homem” — frisa a declaração Inter Insigniores.
Com efeito, a Encarnação do Verbo se realizou segundo o sexo masculino, fato que não pode ser dissociado da economia da salvação, porque “a Aliança acha-se descrita, já desde o Antigo Testamento e no modo de expressar-se dos Profetas, sob a forma preferida de um mistério nupcial: o povo escolhido torna-se para Deus uma esposa ardentemente amada. […] O Verbo, Filho de Deus, assumiu a carne para inaugurar e selar a nova e eterna Aliança com o seu sangue, que será derramado por muitos para a remissão dos pecados: a sua morte congregará os filhos de Deus que andavam dispersos; do seu lado traspassado nascerá a Igreja, assim como Eva nasceu do lado de Adão. É então que se realiza plena e definitivamente o mistério nupcial anunciado e cantado no Antigo Testamento: Cristo é o Esposo; a Igreja é a sua esposa, que Ele ama por isso mesmo que a remiu com o seu sangue e a tornou resplandecente de glória, santa e sem mancha, e doravante Ele é inseparável dela”.
Isso obriga a admitir que “naquelas ações que exigem o caráter da Ordenação, e em que é representado o próprio Cristo, autor da Aliança, Esposo e Chefe da Igreja exercendo o seu ministério da Salvação — como sucede no mais alto grau no caso da Eucaristia —, seu papel há de ser desempenhado (é este o significado primigênio da palavra ‘persona’) por um homem”.
Confirmando todo o anterior, o Papa João Paulo II declarou solenemente em sua Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, de 22 de maio de 1994: “Para que não haja mais dúvidas sobre esta questão de grande importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, declaramos, em virtude do nosso ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser mantida definitivamente (nº 4).
Impossibilidade contida na Revelação e confirmada pelo Magistério
Em resposta a declarações de Dom Erwin Kräutler, bispo emérito da Prelazia de Xingu, no sentido de que a impossibilidade da ordenação de mulheres “não é um dogma”, o antigo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Gerhard Müller, retrucou:
“É fora de dúvida que a decisão definitiva de João Paulo II é realmente um dogma da Fé da Igreja Católica, e que esse era obviamente o caso já antes que dito Papa, no ano de 1994, definisse essa verdade como estando contida na Revelação. A impossibilidade de uma mulher receber validamente o Sacramento da Ordem Sagrada em cada um dos três graus [diaconato, sacerdócio e episcopado] é uma verdade contida na Revelação e, portanto, é infalivelmente confirmada pelo Magistério da Igreja e apresentada por Ela como devendo ser crida pelos fiéis”.
Em uma declaração posterior, o purpurado reiterou que a exclusão da ordenação de mulheres inclui o diaconato, uma vez que o Papa e os bispos não têm autoridade sobre a substância dos sacramentos. Ora, o Concílio de Trento declarou solenemente que “bispo, sacerdote e diácono são apenas graus do único sacramento da ordem sagrada” (Decreto sobre o Sacramento da Ordem Sagrada: DH 1766; 1773).

Nossa Senhora é o modelo sublime da vocação da mulher na Igreja. Não recebeu qualquer missão oficial nela, mas, devido à sua íntima união de Mãe, é o liame que une a Cabeça ao Corpo Místico, é a Medianeira de todas as graças. Peçamos a Ela que obtenha para todas as religiosas, catequistas, coadjuvantes em qualquer área ou simples mães de família, uma grande participação na sua própria fecundidade espiritual. E proteja a Santa Igreja da atual arremetida herética e gnóstica contra a sua estrutura hierárquica instituída pelo seu Divino Filho.