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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sonho e pesadelo

(*)Pe. David Francisquini


Imaginemos uma família que se inicia com um admirável e promissor casamento diante de um sacerdote que lhes deu formação necessária para bem compreender a nobreza que tal aliança encerra. Com tal perspectiva, uma nova existência começa cheia de esperança à busca da vida virtuosa em comum, de acordo com os ensinamentos da Igreja.


A boa índole do casal os leva a conceber prole numerosa com boa formação moral e religiosa, filhos de caráter que possam honrar com seus predicados os seus pais. E depois de uma vida de dedicação mútua, de trabalhos, de dedicação – numa palavra – de uma vida fecunda aqui na Terra, se reuniriam no Céu juntos ao trono de Deus.


Com o passar do tempo, sob a pressão do ambiente que o envolve, e do mau exemplo proveniente das classes dirigentes que deveriam ser modelo para as demais, o casal percebeu que a situação atual se encontra nos antípodas de suas mais legítimas aspirações, e que a batalha para atingir sua meta será sobre-humana.


Seus filhos se vêem cercados pela imoralidade e violência nos programas televisivos, pelos shows que propagam as drogas e os maus costumes, por doutrinas revolucionárias que eclodem daqui, de lá e de acolá através da mídia e até mesmo dos livros adotados em nossas escolas. Onde os filhos deveriam se formar para mais bem servir a Deus e a sociedade campeiam os maus exemplos.


Incoercível, tal avalanche inunda seu lar, e aos poucos os filhos começam a mudar. Já não desejam o convívio aconchegante do lar, e preferem a rua. Passam a contestar as ordens paternas na hora de ir para a Igreja, fazendo “corpo mole” no momento das orações, pois se sentem como que entediados das coisas de Deus. Cada vez mais exigentes, eles são intolerantes e cheios de capricho.


Parecem querer ocupar o lugar dos pais. Não aceitam mais usar as roupas de acordo com a modéstia cristã e com os padrões de bom gosto, mas se sujeitam “voluntariamente” à ditadura da moda, vestindo o uniforme atual do jeans desbotado e esfiapado. Os mais rebelados usam cortes de cabelo extravagantes, brincos, piercings e tatuagens.


Para infelicidade dos pais e dos bons educadores, as leis vigentes favorecem de maneira brutal o ambiente de rebelião à ordem constituída, substituindo-a pela anarquia generalizada. Nas escolas, as crianças começam já em tenra idade a ser iniciadas para a vida sem “tabus” através das aulas da assim chamada educação sexual, que as ensinam as piores depravações sob a capa de normalidade.


Como estudioso e diretor de almas, afirmo que tal situação não começou da noite para o dia e que ela não atinge apenas o Brasil. A crise que assola nossa civilização vem do Renascimento, passando pelo protestantismo, Revolução Francesa, comunismo e, agora com a revolução cultural que apregoa a quebra de todos os valores da família, da religião e da propriedade particular.


Trata-se de uma crise profunda e sem precedentes que tem como mola propulsora os vícios do orgulho e da sensualidade, e atinge todos os campos da vida humana, como escreveu o ilustre pensador católico, o Professor Plínio Correa de Oliveira, em seu livro “Revolução e Contra-Revolução”.


Em próximo artigo, pretendo continuar analisando essa candente situação que vem causando justa preocupação não apenas aos zelosos pais que amam e temem a Deus, mas a todos aqueles que procuram zelar pela maravilhosa ordem criada e desejada pelo Criador para propiciar aos seus filhos a eterna felicidade.

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom os artigos, parabéns por este zelo sacerdotal padre Davi, quem nos dera ter muitos sacerdotes como o Sr.

Plinius disse...

Quais os horários das Missas?

Silvaninho disse...

Parabéns Pe David pela matéria!
Foi muito feliz nos comentários, DEUS o conserve na sabedoria Celeste para conversão do nosso povo.

Lucieli Neves disse...

Excelente o artigo. Retrata bem a decadência que vem sofrendo as famílias naquilo que há mais de sublime que a procriação.

Simone Serrou disse...

Caríssimo Pe. Francisquini.
Congratulo-me com o sr e suas sábias palavras que demonstram sua excelente formação sacerdotal.
Todos sabemos, principalmente os católicos, que infelizmente, muitos sacerdotes de hoje, não tem formação condigna com sua importantíssima função de pastor de ovelhas. Cometem erros crasos e demonstram ignorância em suas homilias, geralmente com um viés político, dito moderno e atual,levando muitos ao erro e a não retornar à igreja, ocasionando uma indignação que produz críticos amargos e desencantados com o quadro predominante.
Saudações