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terça-feira, 10 de abril de 2012


Meus votos de Páscoa
 *Pe. David Francisquini

Jesus Cristo Nosso Senhor não veio destruir a antiga Lei, mas cumpri-la e aperfeiçoá-la. Com a sua gloriosa Ressurreição no Domingo de Páscoa, Ele fez brilhar nova luz para que na Igreja resplandecesse o que havia sido obscurecido pela Sinagoga. De sábado, o dia do Senhor passou para domingo.
O sol ainda não havia raiado naquele domingo quando Maria Madalena – aquela que obteve o perdão de seus muitos pecados porque muito amou e, por isso mesmo, teve a sua alma purificada de toda culpa – saíra para visitar Cristo em seu sepulcro. O Evangelho narra que ela estava acompanhada de outra Maria e ambas portavam os aromas próprios para embalsamar o corpo do Salvador.
Ao encontrarem a tumba vazia, Maria Madalena sai pressurosa ao encontro dos apóstolos Pedro e João para avisá-los do grande acontecimento. Quem perdoa pouco, ama pouco, e quem perdoa muito, ama muito. Maria Madalena, que havia recebido um grande perdão, se resplandece ao rever Cristo com vida nova, sendo naquele momento mesmo confirmada na fé da Ressurreição.
E as duas Marias que precederam os apóstolos na visita à sepultura do Senhor representavam a gentilidade e o judaísmo, povos que fariam parte da Igreja Católica fundada por Jesus Cristo. Até aquele momento, foi Maria, a Mãe do Salvador, quem assistiu a Igreja, quem A compendiou em meio às densas trevas de deserção que grassou naqueles três dias. Nela, a virtude da fé brilhava com tal intensidade, que salvou e iluminou as almas escolhidas para serem o fundamento do mundo regenerado.
Cristo com a sua Ressurreição como que renascera do Sepulcro, pois do que adiantaria ter fé se Ele não tivesse ressuscitado? Eis o maior milagre da divindade do Salvador do mundo, que não só ressuscitou Lázaro, mas com seu poder infinito ressuscitou a Si mesmo.
Aquele que havia sido gerado num ventre virginal sem detrimento da integridade da Mãe, porque Deus tudo pode, até ter uma Mãe Virgem; Aquele que a virgindade havia encerrado no ventre materno veio à luz da vida, e o sepulcro cerrado O devolvia agora à vida imortal.
Tendo saído íntegro, manifesta Cristo todo o seu poder, toda a sua glória, toda a sua grandeza da mesma forma em que havia deixado o corpo virginal de Maria. Sai do sepulcro deixando-o selado, para que um anjo do céu removesse a pesada pedra da sepultura, e assim confundisse os inimigos.
A terra estremecida presta homenagem ao vencedor da morte, porque tudo n’Ele é vida e, como um sol, difunde sobre a terra a claridade de todas esperanças.  Ao sair do sepulcro Cristo deu o maior argumento apologético de sua divindade, de que Ele é o Rei e travou a batalha contra a morte, contra o demônio, contra o mundo e a natureza corrompida.
Nuvens espessas pairam sobre grande parte da humanidade neste início de milênio, com o desespero parecendo bater-lhe à porta. Que a Ressurreição de Cristo console e dê esperanças redobradas às almas aflitas! Estes são os meus votos nesta Santa Páscoa de 2012.

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