As prerrogativas da Mãe de Deus
*Pe David Francisquini
Os poucos textos referentes à Maria Santíssima encontrados nas Sagradas
Escrituras são valiosos em ensinamentos para se avaliar as suas prerrogativas e
de quão necessária é a devoção à Mãe de Deus e nossa. Ainda há pouco, a Igreja
comemorou a maior festa da Cristandade, a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Com efeito, São Paulo sentenciou que se Cristo não tivesse ressuscitado,
nossa fé seria vã.
Se ao deixar seu sepulcro selado Jesus Cristo pôde introduzir-se no
Cenáculo com as portas trancadas, sua onipotência obteve que, gerado em Maria
por obra do Espírito Santo, Ele deixasse o ventre materno preservando toda a
sua integridade virginal. Daí a teologia concluir que Maria Santíssima é virgem
antes, durante e depois do parto. Não há como ocultar tal verdade e dela
duvidar sob pena de se perder a fé na Divindade de Cristo.
Se o Filho de Deus teve um sepulcro onde ninguém antes havia sido
depositado, assim também foi o ventre de Maria. Mesmo depois de sua
Ressurreição, a Escritura Divina narra que todos os seus seguidores tiveram uma
veneração enorme ao seu sepulcro. Em outros tempos, quantas Cruzadas houve para
libertar o Santo Sepulcro? Assim, por que não devotar a mesma veneração, honra,
homenagem e amor Àquela que gerou o Redentor do mundo?
O anjo A saudou, ave, ó cheia de graça, o Senhor é contigo. Eva, a
primeira mulher, ouviu de Deus que geraria seus filhos na dor por causa do
pecado cometido. A Virgem Maria, pelo contrário, desterraria a tristeza por
meio do júbilo que sentia ao ser Mãe d’Aquele que tudo criou. Com razão o anjo
anuncia uma nova mensagem de paz e harmonia louvando Maria pela abundância das
graças que Ela possuía.
É plena de graça Aquela que o Espírito Santo cumulou com uma chuva
benfazeja de graças, inundando a sua alma muito acima de qualquer criatura.
Deus está em seu coração, o Filho de Deus se forma em suas entranhas virginais;
cheia de Deus está sua mente, plenos estão os seus sentidos. O filho de Deus
recebe a natureza humana por Maria e por isso Ela se torna a bendita entre
todas as mulheres.
Se de um homem e de uma mulher veio a maldição do pecado sobre a raça
humana, de Maria e de Jesus nos vieram de novo a bênção, a salvação, a redenção,
a alegria, a paz, o bem-estar e a harmonia. “Não te turbes Maria, porque achastes graça diante de Deus”. É como
se o Anjo dissesse: Não venho te
roubar a sublime e inviolável virgindade como fazem os homens enganosos e
falsos. Afinal, não sou o mensageiro da
mentira.
E o Anjo poderia ter continuado: Quem
merece graça diante de Deus não precisa temer, pois Tu estás adornada com as
mais excelsas virtudes como o brilho da pureza e da santidade. Eu vim dos Céus
não apenas para defender a tua inviolável virgindade, mas para custodiar e
conservar tua consciência imaculada e reta. E eis que conceberás em teu ventre
e darás à luz um filho e por-lhe-ás o nome de Jesus.
Um comentário:
Excelente postarem, padre. Adorei a perspicácia da observação sobre o sepulcro e sua relação com a preservação virginal de Nossa Senhora. Muito bom!
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