A última Ceia: a Missa de sempre
Pe. David Francisquini
A
Quinta-feira Santa nos conduz a uma verdadeira intimidade sacral com o mistério
da alegria e da tristeza, pois enquanto o Divino Mestre reunia os seus
discípulos no Cenáculo para a Ceia, que ficou gravada de modo indelével na
História, afigura-se nos o quadro aterrador de um dos d’Ele, ali presente, que
se tornaria o protótipo dos traidores de todos os tempos: Judas, o infame.
Noite
memorável em que o mistério do amor do Salvador aos homens se manifestou ao
lavar Ele os pés dos seus discípulos, lembrando-os de
que não viera para ser servido, mas para servir. Noite em que — para ficar
conosco até a consumação dos séculos — Ele
instituiu o sacerdócio católico, o sal que salga, a luz que ilumina a Terra
pelos bons exemplos e pela pregação da Boa Nova ensinada por Ele.
Jesus
Cristo muito aspirou estar com os seus discípulos na instituição da Eucaristia,
quando celebrou com antecipação o santo sacrifício da Cruz e inovou
misteriosamente o antigo Sacrifício por meio do pão e vinho. O antigo dava
lugar ao novo, pois um Deus Se fez homem e Se sacrificaria na Cruz derramando seu
preciosíssimo Sangue.
Mosaico na Catedral de Monreale |
A
Igreja sempre revestiu a Santa Missa de sacralidade, beleza e riqueza, em razão
dos tesouros divinos e dos méritos infinitos de Jesus Cristo para benefício das
almas. Com a transubstanciação do pão e do vinho, operada através da
consagração, Ele permanece conosco com seu corpo, sangue, alma e divindade.
Ao
celebrar a primeira missa no Cenáculo, Nosso Senhor ordena aos Apóstolos a fazer
a mesma cerimônia dizendo: “Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em
minha memória”. Não se trata de mera recordação, mas de uma realidade que
faz parte da Santa Igreja Católica e que os protestantes não possuem. Um ato do
próprio Salvador do mundo, que Se serve do sacerdote para renovar o sacrifício
que nos redimiu.
Se
Jesus Cristo colocou o sacerdote como instrumento hierárquico, só ele pode
celebrar e renovar esse sacrifício. Isso o diferencia do simples leigo e
contraria frontalmente os erros luteranos. Ademais, tal sacrifício, pertencente
à Igreja Católica, é único, insuperável, inalienável.
Nada
agrada tanto a Deus, faz tanto bem às almas e causa tamanha confusão nas hostes
humanas e angélicas submissas a Satanás, do que a Santa Missa como a Igreja
sempre a celebrou. Pode-se também compreender o ódio de Lutero votava a ela, ao
afirmar ser algo medieval, a qual só lembrava ter Cristo se imolado por nossos
pecados. Não! A Missa é propiciatória, razão do ódio das potestades infernais.
São Pio V |
Se
a Missa pertence à constituição divina da Igreja, torna-se claro que os
heresiarcas não podem suportá-la, nem tampouco o sacerdócio hierárquico,
sagrado e revestido de um poder conferido na ordenação sacerdotal para oferecer
sacrifício por seus próprios pecados e pelos pecados do povo, compadecendo-se
daqueles que erram. Compreende-se como a Igreja, através dos séculos, revestiu
com toda sacralidade o mistério sagrado do culto para intensificar a piedade dos
fiéis, tornando-se assim o centro da vida cristã.
Ao
promulgar o Missal Romano, o Papa São Pio V, pela autoridade hierárquica
apostólica, aplicou o zelo, a força e o pensamento no sentido de conservar na
sua autêntica pureza tudo o que diz respeito ao culto católico. Ele realizou
essa obra para todos os séculos, a fim de preservar dos ataques luteranos e dos
futuros inimigos da igreja, algo que tanto eleva e compõe a vida interna da Esposa
de Cristo.
“Lex orandi lex credendi”.
A oração regulada por um decreto papal que enaltece e põe em destaque o modo de
se cultuar a Deus, no caso a Santa Missa, um sacrifício propiciatório incruento
que aplica os méritos da Paixão a todos os membros da Igreja. O sacerdote
principal é Nosso Senhor Jesus Cristo e, secundariamente, o celebrante é o
padre sagrado e ordenado.
Missal Romano promulgado por ão Pio V, em 5 de dezembro de 1570 |
Na
promulgação do Missal editado em 1570, São Pio V afirma que nenhuma autoridade
poderá impedir a celebração da Missa impropriamente chamada de tridentina,
sob pena de incorrer em cisma ou heresia. Por quê? Porque a Santa Igreja
Católica Apostólica Romana, em virtude de sua faculdade apostólica, decretou
que a Missa a partir do Concílio de Trento seria irremovível, e isso para
sempre.
Qualquer
celebrante tem, a partir de então, o indulto, a permissão e o poder irrestritos
de usar aquele Missal sem nenhum escrúpulo de consciência e sem incorrer em
nenhuma pena, sentença e censura. São Pio V usou de suas atribuições como
sucessor de Pedro, Vigário de Jesus Cristo, para se contrapor à pseudo-reforma
luterana que envolveu a liturgia e a mudança na forma doutrinária.
Para
salvaguardar o culto católico de qualquer inovação extravagante, sem respaldo
na Tradição e no Magistério, sempre em vigor de maneira ininterrupta, São Pio V
nos concedeu um verdadeiro tesouro protegendo a Missa contra a investida de
seus inimigos. Não se trata de preferência, mas de coerência com o que pensa e
ensina a Igreja, que não contradiz seu passado glorioso, seja no culto
litúrgico, seja na sua doutrina.
São Pio X celebrando a Missa |
Por
isso nós a aclamamos una, porque a coesão e a unidade só se explicam em Deus,
d’Ele provêm e a Ele conduzem, porquanto o Pai enviou seu Filho para renovar
todas as coisas. Continuidade eterna, imutável, cheia de perfeições e
grandezas, pois o próprio Cristo instituiu a Santa Missa como um sacrifício no
qual se renova o sacrifício d’Ele no Calvário, e não para agradar os
luteranos...
Um comentário:
ATÉ HOJE NÃO ENTENDI O QUE HÁ DENTRO DAS MENTES DE SACERDOTES NAS S MISSAS - CELEBRAÇÕES DO SACRIFICIO INCRUENTO DE JESUS NA CRUZ - TRANSFORMADAS NUM SHOW!
O acima do post dispensa comentarios por si mesmo, expõe o que precisamos aprender e apreender!
Muito ao contrario, são as infindas profanação das S Missas celebradas em diversos locais, que mais se depara com show que ela propriamente, a começar do sacerdote, o ator, movimentando a massa de torcedores dentro da Igreja, pois ele mesmo puxa as palmas e os "auês", e ainda permitindo instrumentos geradores de sons estridentes dentro do recinto, dispersando as mentes dos presentes para a dissipação, fazendo desse solene e grave momento um auditorio onde se realizam acalorados debates, tais os ruídos!
Ou então, como se estivessem dentro de um culto hilariante proprio das seitas do alienante pentecostalismo protestante, que nada se difere de centros espíritas por praticarem também esoterismos, bem sabemos, e que em determinados momentos entram numa histeria geral, gente rolando e em contorcionismos grais salão afora, parecendo que o diabo se encarna neles nessa hora, o que não se pode duvidar!
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