Relembrando
doutrina oportuna em
situações
de crise grave
Padre David
Francisquini
Das sociedades, a primeira e a mais natural
de todas é a família
|
Por essa razão, os problemas sociais e políticos em
geral, condicionam fortemente a busca de nossa perfeição humana e até
sobrenatural. No estudo deles, o que se convencionou chamar pensamento
aristotélico-tomista ilumina até hoje os nossos caminhos. É com base nele que
volto os olhos para a terrível realidade brasileira.
Das sociedades, a primeira e a mais natural de todas é a
família. De sua normalidade depende a sanidade das outras sociedades da ordem
temporal, até da suprema delas, o Estado. É no interior da família, embebido de
afeto e presidido pelo exercício da autoridade, que surgem os costumes e os
caracteres que darão depois rumo à escola, às empresas e aos vários órgãos do
Poder Público.
Não pretendo tratar hoje do tema mais debatido no Brasil,
o impedimento da Presidente, sem antes lembrar que, de longe, a perder de
vista, o mais importante para o futuro pátrio não é o que acontece em Brasília,
mas a promoção da virtude no interior dos nossos lares.
É mais do que chegada a hora de pôr os olhos na Pátria,
sacudida por um intenso e tantas vezes caótico debate, envolto no clamor
popular majoritário para que a Presidente seja afastada. Afastada por que
motivo? — Por ter violado a lei. E volto a Santo Tomás de Aquino, segundo o
qual a lei é a ordenação da razão para o bem comum, promulgada por quem tem a
seu cargo a comunidade. Ele falava da lei humana. Tinha em vista, como sua
inspiradora, a Lei natural, que é o reto agir da natureza.
“Tal é, acima de todas, a
Lei natural que está escrita e gravada no coração de cada homem, porque é a
razão mesma do homem que lhe ordena a prática do bem e lhe interdiz o pecado.
“Mas esta prescrição da
razão humana não poderia ter força de lei, se ela não fosse órgão e intérprete
duma razão mais alta à qual o nosso espírito e a nossa liberdade devem
obediência.
“Sendo, na verdade, a missão
da lei impor deveres e atribuir direitos, a lei assenta sobre a autoridade,
isto é, sobre um poder verdadeiramente capaz de estabelecer esses deveres e
definir esses direitos, capaz também de sancionar as suas ordens por castigos e
recompensas; coisas todas que não poderiam existir no homem, se ele desse a si
próprio, como legislador supremo, a regra dos seus próprios atos.
“Disto se conclui, pois, que a lei natural outra coisa
não é senão a lei eterna gravada nos seres dotados de razão, inclinando-os para
o ato e o fim que lhes convenha; e este não é senão a razão eterna de Deus,
Criador e Governador do mundo”.
São Tomás de Aquino |
E o que é a razão ou Lei eterna de Deus? Aqui recorro de
novo ao Doutor Angélico. Lei eterna, pontua Santo Tomás, é a “razão ou
plano da divina sabedoria, enquanto dirige todos os atos e movimentos das
criaturas” (I-II. Q. 93, a 1). De outro modo, é o plano de Deus, a
Providência Divina para o governo de suas criaturas. Assim, em cada criatura
temos a lei própria de sua natureza; a Lei eterna é causa de todas elas.
Na linguagem corrente, falamos com fundamento em leis
divinas. A lei natural, em certo sentido, é lei divina, pois tem sua raiz no
Criador. E é grave não a levar em conta. Os Dez Mandamentos, expressão da Lei
natural, partem da Revelação; são leis divinas, no sentido de que vieram de
Deus por meio de Moisés. A Igreja, quando legisla, com base no mandato de
Cristo, nos impõe leis divinas, pois é divina a base de seu poder. São as
legítimas, necessárias e justificadas liberdades da linguagem corrente.
Por isso, com boa escora, podemos dizer que o governo
petista, nos 13 anos em que vem infelicitando o Brasil, tem agido obstinada e
repetidamente contra as leis divinas. Basta observar seu histórico (ou
prontuário). Mas não me limito ao governo petista no Executivo. Qualquer ramo
do Poder, Executivo, Legislativo, Judiciário, e membros de qualquer partido
político, quando agridem leis naturais, como, por exemplo, o direito à vida
desde a concepção, o casamento monogâmico e indissolúvel, a propriedade
privada, agem contra mandamentos divinos.
Continuo na mesma trilha. A autoridade existe para o bem
dos governados. Se um pai de família lesa gravemente o bem do filho (de ser
nutrido e educado retamente, segundo sua condição), por Direito natural e, no
caso brasileiro, por legislação existente, a guarda deve lhe ser retirada. O
mesmo se aplica ao professor, ao superior religioso, ao diretor de empresa etc.
No caso do governo de um país, a autoridade existe para o
bem comum. Havendo lesão grave a este, depois de pesadas prudentemente as
razões em causa, pode ser o caso de sua substituição, se nos ativermos ao
Direito natural.
No caso brasileiro, considerando de momento não o Direito
natural, mas a legislação positiva, os instrumentos estão na legislação
constitucional e infraconstitucional. E como se pode lesá-lo? Por exemplo, com
o emprego generalizado da corrupção, com impostos exorbitantes, aplicando
políticas que destroem o emprego, a renda e as perspectivas de melhoria social.
No Congresso Nacional, manifestação contra a implantação da
“Ideologia de Gênero” nas escolas
|
Lembro ainda, e com relevo, a difusão da Ideologia de
Gênero, as tentativas de legalizar o aborto e a eutanásia, a leniência no
combate às drogas, o favorecimento da prostituição e dos métodos antinaturais
de limitação da natalidade, bem como o golpear constante as instituições a fim
de impor ao Brasil um regime bolivariano, que nos tiraria a liberdade,
sujeitando-nos a um regime socialista ditatorial.
Tudo isso constitui matéria para o juízo de que o governo
federal lesa gravemente o bem comum. Entre nós, o acento tônico até agora está
na violação da Lei de Responsabilidade Fiscal, sobre a qual não preciso me
estender, porquanto os jornais e o noticiário de televisão têm divulgado
informações de sobejo. E, ademais, pretendo enfatizar aspectos doutrinários da
questão, pastoralmente mais úteis.
Posta a situação anômala, compete ao povo, por suas
manifestações e pelo emprego da legislação pertinente, substituir o governo por
outro que, por juízo prudencial, lhe seja favorável ou pelo menos lese em menor
escala o bem comum.
Para terminar, lembro aqui princípio do Direito natural,
ensinado também no Direito Romano: Salus populi suprema lex esto (A
salvação do povo seja a suprema lei). De outro modo, acima da legislação
positiva, como sua fonte inspiradora, está a salvação do povo. Que Nossa
Senhora Aparecida nos ilumine a todos para agir com prudência e coragem nesta
hora de gravíssima crise para o Brasil.
Um comentário:
Infelizmente, e tudo isso que sucede demonstrado no post acima naõ seria nem tanto por culpa do povo; quantos pastores se empenham em esclarecê-lo que seja a pestífera ideologia marxista do material-ateísta PT e associados que entram de roldão impondo tais mazelas na sociedade?
Trazem consigo o aborto, pedofilia, eutanasia, ideologia de gênero, a infernal instigação dos odios entre grupos e classes via "lutas de classes", a permissão de difusão da pornografia para alienar o povo, apoio à liberação, uso e alianças com traficantes e terroristas, particularmente prejudicando a infancia e juventude, como nas novelas - cenas de quarto de motel dentro de seu lar, transformando-o em lupanar!
As novelas, por ex., ESTÃO REPLETAS DE MENSAGENS SUBLIMINARES ANTICRISTÃS, VILIPENDIANDO A IGREJA E A FÉ CATÓLICA, PROMOVENDO APENAS ABERRAÇÕES EM NOME DA "LIBERDADE", TIPO AS ORGIAS DOS BBBs, a entronização da imoralidade geral pelas ruas, mais se parecendo pelas cenas visitas a uma boemia...
Até dentro das igrejas, a começar de bastante idosas "CATÓLICAS", PÉSSIMOS EXEMPLOS ÀS MAIS JOVENS, vestindo-se como vão às boites e acedendo ousadas até à S Comunhão, PROFANANDO-A, como tenho visto, super decotadas, transparentes, de collants, de alcinhas, costas de fora, shortinhos...
A imodestia alienou e se arraigou tanto que, se misturarem as mulheres boemias com as das ruas, poucas exceções, A PARTIR DAS ROUPAS, NÃO SE DISTINGUE QUAL OU NÃO É PROSTITUTA, SUCEDENDO-SE TUDO ISSO ÀS BARBAS DE NOSSA CNBB, DO EPISCOPADO, QUE DEVERIAM ESTAR NUMA CRUZADA ANTI IMODESTIA E ANTI IDEOLÓGICA, pragas essas que, como as legiões infernais infestam o Brasil, encarnadas em seres humanos, como nos comunistas do PT e associados a eles!
Por onde andam os apologetas da fé?
A classe de diabos da mudez parece que está dominando, lacrando as bocas de muitos que deveriam ser os arautos da fé!
Não se fazem referencias a esses assuntos acima nem nos boletins paroquiais nos últimos 30 anos frequentei e adjacentes, nunca (apenas uma vez na vida) ouvi nem em homilias, que recorde, nem de padres ou bispos, a não na net da 1/2 duzia de sempre, como aqui!
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