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terça-feira, 23 de abril de 2019


Bem-aventurados os que não viram,
 e, contudo, creram

Pe. David Francisquini

Inconsolável, ao romper do dia de domingo, Maria Madalena foi visitar o Santo Sepulcro. Ao se aproximar dele foi tomada de grande surpresa, pois se deparou com um anjo, cuja aparência era de um relâmpago, sentado sobre a grande e pesada rocha que ele mesmo havia removido do túmulo de Jesus Cristo.
Santo Agostinho comenta que depois das zombarias, dos açoites, dos suplícios da Cruz, do vinagre e do fel, da morte e descida à região dos mortos, Jesus retornou à nova carne, fazendo ressurgir a salvação para os homens pelos sofrimentos daquela carne, já agora ainda mais bela, pois retinha a contemplação da divindade.
Nosso Senhor havia sido depositado no sepulcro na sexta-feira. Enquanto era lícito trabalhar, os seus amigos prepararam os unguentos e os perfumes, a seguir, segundo ordenava a lei, guardaram o repouso do sábado. Terminada a véspera, quando todos já poderiam voltar às atividades, adquiriram o que ainda faltava para o cumprimento de suas devoções, a unção do Senhor.
De súbito, as santas mulheres se depararam com o sepulcro vazio, pois fora destruída a morte. O inferno foi derrotado, a terra restabelecida com o céu. A ressurreição de Cristo manifesta a grandeza de sua divindade e de seu poder. Estava morta a morte, e Cristo passou a reinar sobre a Terra.
O esplendor e a elevação da ressurreição de Cristo movem os corações dos
apóstolos à esperança e à fé que Cristo é o Senhor da vida e da morte, porque todo o poder lhe fora dado no Céu e na Terra. As santas mulheres haviam anunciado a eles o que viram e ouviram do anjo, sementes de fé e de luz que deveriam anunciar por toda parte Cristo ressuscitado, vencedor da morte.
Em decorrência de o diálogo entre Eva e a serpente ter sido desastroso para a humanidade, o diálogo entre o Anjo do Senhor com as santas mulheres foi fundamental para mover  os apóstolos a propagar até os confins da terra a Redenção e o milagre de Cristo ressuscitado, penhor de nossa ressurreição, pois se Ele não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé.
Aquelas mulheres fortes, cheias de respeitoso temor e, ao mesmo tempo, maravilhadas pela grandiosidade do milagre da Ressurreição, foram impelidas a apressar os passos para anunciar que Cristo não mais jazia entre os mortos.
Tomados pela notícia, Pedro e João correram até o sepulcro para se certificarem da boa nova. A partir dali, passaram eles a difundir, a semear a semente da verdade de fé católica sobre a ressurreição de Cristo.
Como a fé não provém da exterioridade das coisas, mas das invisíveis, Jesus proíbe Maria Madalena de tocá-Lo, pois deveria acreditar n’Ele ressuscitado contra todas as aparências. Contudo, permite que as outras duas Maria abracem os seus pés e os osculem, a indicar que com suas carnes humanas, era Ele mesmo.
As mulheres tinham percebido que os guardas haviam notificado aos pontífices e sacerdotes de que Cristo não se encontrava mais no sepulcro. Ademais, eles se utilizaram de um ímpio estratagema para negar a ressurreição de Cristo, espalhar que os guardas teriam recebido dinheiro para mentir que o corpo de Cristo teria sido roubado.
O anúncio da verdade da ressurreição foi reforçado pelos próprios adversários de Cristo que lacraram a tumba com o selo imperial, proibiram de tocar naquele sepulcro, além de tê-lo munido com guardas. Todos esses cuidados serviram para tornar a verdade da ressurreição incontestável, como afirma São João Crisóstomo.
Enquanto uns acataram com simplicidade de coração a verdade da boa nova, outros se afundaram no precipício da perversidade e da malícia, negando a verdade conhecida como tal. Foi o que aconteceu com essa gente, pela sua impiedade.
O certo é que Cristo ressuscitado passou a ser um fato apologético de transcendental grandeza entre os judeus, para a missão que recebera do Pai. Ele não fora o pretenso impostor ao afirmar que depois de três dias ressuscitaria, pois de fato ressuscitou.
Imaginemos Cristo Ressurrecto olhando para os nebulosos dias contemporâneos e compreendendo tanta moleza, tanta malícia, tanto ódio à sua obra. Peçamos a Ele e ao Imaculado Coração de Maria que iluminem nossas mentes, aqueçam nossos corações, façam triunfar a Santa Igreja o quanto antes sobre os seus inimigos.

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