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domingo, 20 de fevereiro de 2011

A vida não foi feita para o prazer (II)

A vida não foi feita para o prazer (II)
                                                                                                                     *Padre David Francisquini


Como vimos no artigo anterior sobre o candente assunto dos preservativos, o seu uso abre as portas para todas as libertinagens morais. Tomemos o caso de um jovem que passe a ter relação sexual precoce. Ele acabará logo por perder o domínio do seu instinto, tornar-se-á inescrupuloso, passará a encarar isso com naturalidade e não mais respeitará qualquer princípio ou regra de ética ou moral.
Infelizmente, o preservativo vem sendo distribuído a mancheias, espalhando o amor livre e a depravação dos costumes, o que provoca por sua vez desordens e chagas sociais que gangrenam toda a sociedade. Esse meio apenas serve para destruir os fundamentos da vida conjugal e da família. Com todo o propósito, Santo Agostinho afirma que a impureza de costumes – como a embriaguez – faz perder a inteligência e o bom senso.
Já São Tomás de Aquino assegura que o desonesto não vive mais conforme a razão. E São Pedro Damião acrescenta: Trata-se de uma peste que destrói os fundamentos da fé, desfibra as forças da esperança, dissipa os vínculos da caridade, aniquila a justiça, solapa a fortaleza, elimina a esperança, embota o gume da prudência.
Tal difusão em escala de preservativos pelos governos a pretexto de evitar a AIDS favorece o amor livre. E, longe de evitar as tais DST, representa a ruína da sociedade com o sexo livre, mas “seguro”. No entanto, a verdadeira segurança para não contrair tais doenças encontra-se unicamente na castidade.
Dentre os muitos tratadistas sobre o assunto do ponto de vista da doutrina católica, cito João Paulo II: “A pureza de costumes, disciplinadora da atividade sexual, é o único modo seguro e virtuoso para por fim à trágica praga da AIDS, que têm ceifado tantos jovens” (Cf. L’Osservatore Romano, 8-9/9/1993).
Como já nos referimos acima, uma vez desencadeadas no jovem as paixões, tendo ou não preservativo ele vai fazer uso do sexo. Além do mais, ele arrancará dos cofres públicos o dinheiro suado do contribuinte dos impostos, o qual deveria ser utilizado para fins honestos como a melhoria da saúde, da educação, da segurança e do amparo à velhice. Na verdade, tal política empurra a sociedade despenhadeiro abaixo da corrupção moral.
Chamamos a atenção que tal política contrasta diametralmente com a que vem sendo adotada com eficácia por alguns países da África. A Uganda, por exemplo, previne sua população através de recomendações e mesmo com o favorecimento de uniões estáveis, além de empenhar-se na prática da virgindade até o casamento. Essa é única e certeira política para conter a AIDS. Com efeito, não se conhece nenhuma doença proveniente da castidade, antes, há um sem-número de moléstias provenientes da depravação sexual, sendo a AIDS a mais devastadora delas.
No relatório do Professor Henri Lestradet, da Academia de Medicina de Paris (1996), lê-se: “Convém (...) assinalar que o preservativo foi inicialmente preconizado como meio contraceptivo. Ora (...) o índice de falha varia em geral entre 5 a 12% por casal e por ano de uso. O HIV – 500 vezes menor que um espermatozóide – se beneficiaria de um índice de falha maior”.
Entretanto, há uma grande diferença entre essas duas situações. Poderemos voltar uma vez mais ao assunto. Até lá.




domingo, 13 de fevereiro de 2011

A vida não foi feita para o prazer ( I )

A vida não foi feita para o prazer ( I )


*Pe. David Francisquini
     
Para mim, a década de 1960 não representou os “golden sixties”, como querem muitos formadores de opinião. Minha idade permite-me considerar em retrospectiva os anos de minha juventude e analisar os seus principais acontecimentos, bem como tudo aquilo que decorreu de lá para cá. Por exemplo, o papel da imprensa ao publicar certas declarações e/ou atitudes provenientes de personalidades, ora do mundo acadêmico ora do mundo eclesiástico, difundindo desconcerto geral na opinião pública.
Esperta e diabolicamente, tais declarações são noticiadas com lente de aumento – ou mesmo distorcidas – e amplamente propagadas pela mídia laica e anticristã, visando induzir as pessoas a pensar que a moral católica é capaz de mudar com o tempo [história] ou com o lugar [geografia]. Cingir-me-ei ao caso recente da grande divulgação dada pela mídia a propósito de uma possível mudança na posição da Igreja quanto ao uso dos famigerados preservativos.
Se isso proporciona de um lado verdadeiro escândalo nas consciências retas, nas famílias bem constituídas e nas pessoas honradas, de outro lado contribui poderosamente com aqueles que disseminam a imoralidade, os vícios e todas as formas de pecado contra a ordem natural criada por Deus em relação ao sexo.
          Ora, do ponto de vista da doutrina Católica, o uso do preservativo é intrinsecamente perverso, além de constituir pecado de luxúria e pecado contra a natureza. Com efeito, ele se reveste de uma malícia peculiar dentro do clima hedonista de que a vida foi feita para o prazer e, portanto, sem nenhum compromisso com a Santa Lei de Deus e a Lei Natural.
          Em decorrência do VI e IX Mandamentos da Lei de Deus e da própria Lei Natural, a Igreja sempre ensinou que tanto o homem como a mulher deve conservar-se perfeitamente castos, logo virgens, até o casamento. Isso pressupõe observar as regras postas por Deus na própria ordem da natureza.
O ato sexual, segundo a doutrina Católica, só é permitido e tem sua justificativa dentro do matrimônio com a finalidade principal da procriação, a qual todos os outros fins devem se subordinar. A relação conjugal do homem com a mulher é voltada para a propagação da espécie, educação da prole, o que não se dá retamente sem um estável vínculo conjugal. (Carta Encíclica de Pio XI sobre o casamento casto).
          Em nome da modernidade, a corrente liberal ou aggiornata dentro dos meios católicos pretende mudar a moral do magistério tradicional da Santa Igreja. No caso do uso do preservativo, a moral o enquadra entre os pecados que clamam aos Céus por vingança, pois se trata de um pecado de onanismo, o qual se caracteriza por duas malícias: a da luxúria e a do impedimento do processo normal de fecundação, ou seja, da transmissão da vida.
          Citado nas Sagradas Escrituras por violar as leis e as regras da procriação, Onan foi castigado por Deus no próprio ato infame para servir de exemplo aos casais futuros ao fazerem mau uso do ato transmissor da vida.
Em nossos dias, a malícia de certas pessoas que querem revolucionar a ordem criada por Deus as leva a impor um estado de coisas e um ambiente nos quais todas as suas paixões desregradas sejam satisfeitas, sem constrangimentos e riscos para a saúde, como é o caso específico da AIDS. Na verdade, o preservativo abre as portas para todas as libertinagens morais.
Num futuro próximo voltarei ao tema.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A luz do mundo

A luz do mundo




*Padre David Francisquini


Em precedentes artigos, ao tratarmos da Sagrada Família apontamos as virtudes de São José, casto esposo de Maria e Pai adotivo do Menino-Deus, além de salientarmos as excelências de Nossa Senhora, exemplo das mais sublimes virtudes maternas, dignas da Mãe de Deus. O Menino Jesus não poderia deixar de ser o centro dessa santa família.
O que dizer do Filho de Deus feito homem? O criador do Céu e da Terra, dos anjos e dos homens, quis viver como criança dentro de uma família para ser o exemplo de todos os filhos. Chamava com naturalidade São José de “pai” e Nossa Senhora de “mãe”, e estava sempre pronto para atender a todas suas vontades e ordens.
Sendo o Deus encarnado, enobreceu a tal ponto a família de Nazaré, que todas as crianças do mundo vão abeberar-se das águas cristalinas de suas virtudes. O Menino-Deus não apenas cativa e atrai admiração sobre Si, mas é exemplo para todos, grandes e pequenos, pois é a própria inocência! Deus e homem, Ele obedece aos que são menos.


Ele gosta de conviver com seus pais, admirá-los, reverenciá-los e conversar com eles, ademais de participar dos afazeres da casa e da carpintaria. Oriundo da real estirpe de David, na humilde casa de Nazaré nasceu o nobre por excelência, exemplo para todos os nobres e pobres da terra.
Com a onisciência própria à sua divindade, o Menino Jesus sabia apreciar de modo absoluto tanto os valores do Céu como as grandezas de seu sangue. Sabia utilizar sua posição – nobre e filho de carpinteiro – para cristianizar a terra inteira, nobilitando a todos pelo valor e destemor de seus atributos e preparar o seu reino sobre esta terra.
Ao nascer nobre e de uma família pobre, quis ensinar aos pobres a não se revoltar contra a situação em que vivem. Os seus antepassados gozavam de grandes riquezas, mas essa humilde família vivia de seu próprio trabalho, sem se revoltar com tal situação nem cobiçar os bens alheios, como denota em nossos dias a luta de classes marxista.
Reflexos dessa luta igualitária se manifestam em quase todos os setores da sociedade hodierna, com o advento de leis positivas cada vez mais socialistas que atentam sistematicamente contra a Lei divina. Leis atentatórias à moral – consubstanciada nos Dez Mandamentos da Lei de Deus – conduzem a luta de classes com invasões de propriedades alheias.
Cumpre voltarmos os olhos para a Sagrada Família, sol que ilumina o mundo, e pedir filialmente auxílio celestial para que pais, mães e filhos cumpram dignamente as suas vocações respectivas. Pois só o auxílio celeste evitará que a família já tão combalida deixe de existir, além do direito de propriedade particular e tantos outros valores da civilização cristã.
O PNDH-III – por exemplo – subverte todos os valores cristãos, como a família e a propriedade privada, e deseja implantar a sodomia com direitos à adoção de filhos, legalizar a prostituição como profissão, matar os inocentes através do aborto, dentre outras aberrantes propostas visando arrancar do Brasil a Cruz aqui implantada no dia de seu descobrimento!





quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Modelos de santidade e perfeição

Modelos de santidade e perfeição
Padre David Francisquini


Ao escrever faz algum tempo o artigo “Até que a morte os separe”, sobre o matrimônio indissolúvel, prometemos comentar o papel de São José e de Nossa Senhora na Sagrada Família. Ele como modelo exímio de todas as virtudes paternas, e Ela como exemplo das mais sublimes virtudes maternas, dignas da Mãe de Deus.
Com efeito, um aspecto simbólico de São José é a sua vigilância e cuidado em relação à Sagrada Família. Pai adotivo do Menino Jesus e esposo de Maria Santíssima, ele tinha todo o direito que um pai tem sobre o filho. Seu amor, sua dedicação, seu desvelo, sua integridade de chefe de família, seu temor de Deus, eram características salientes de sua vida familiar.
Ao prover com sabedoria às necessidades da mais excelsa das famílias da qual ele era o chefe, São José passou a representar a luz que brilha sobre todos os lares cristãos disseminados pela vastidão da terra. Nunca se ouviu dizer que algum chefe de família tenha a ele recorrido e não tenha encontrado solução para os reveses deste vale de lágrimas.
Impossível olhar para o casto esposo de Maria Virgem e não encontrar nele força, constância e perseverança de remover montanhas, predicados necessários e indispensáveis para um chefe de família de nossos dias em face de um mundo “todo posto no demônio”, que se lança contra a instituição da família para abater esta obra-prima de Deus.
As mães poderão encontrar na humilde Virgem de Nazaré, Mãe de Deus e Mãe das mães, a excelência das mais sublimes virtudes para enaltecer o seu lar com dignidade e heroísmo de verdadeira mãe cristã. A Santíssima Virgem é uma fonte inexaurível onde todas as mães sorvem os mais salutares e eficazes ensinamentos de fé, respeito, amor, modéstia, resignação, desvelo na educação dos filhos, e tantas outras virtudes que engrandeceram o lar de Nazaré.
Ela – Mãe de Deus porque Mãe de Jesus Cristo que é Deus – obedecia a São José, que era menos do que Ela em santidade e perfeição. Imaculada, sem qualquer nódoa do pecado original, gerou o Filho de Deus e Lhe tributou o mais perfeito amor de que uma criatura seja capaz. Eis o exemplo de mãe e esposa!

Tomei o espaço de meu número habitual de linhas e não tratei ainda figura central da Sagrada Família que é o Menino Jesus!




domingo, 23 de janeiro de 2011

Até que morte os separe

Até que morte os separe


                                                                                                                        (*) Pe. David Francisquini


Ao criar o homem, Deus disse: - É bom que não viva só; façamos para ele uma companheira. Estava constituído pelo Criador o primeiro casal, e assegurada, a partir desse núcleo social, a propagação da espécie humana. Vivendo em sociedade, os homens educariam retamente sua prole, preparariam os caminhos para a salvação, e gozariam por fim da eterna bem-aventurança na pátria celeste.

Com efeito, este primeiro casal simbolizava a família monogâmica e indissolúvel criada por Deus, a qual se tornaria o fundamento indispensável e nobilíssimo da sociedade na qual os homens deveriam viver. E o próprio Cristo Nosso Senhor recordou aos judeus que, com a Sua vinda, as coisas voltariam a ser como no início - ou seja, um homem e uma mulher.
Se Moisés, à época, deu permissão ao libelo de repúdio dos homens às suas mulheres foi em razão da dureza daqueles corações, pois não separe o homem aquilo que Deus uniu. Na verdade, a convivência entre um homem e uma mulher pelo matrimônio indissolúvel exige de ambos um completo domínio, pois o casamento é para sempre, ou seja, até que a morte os separe.
Tendo Jesus Cristo elevado tal união à dignidade de sacramento, os cônjuges devem se comprometer a conviver juntos. Eles são assistidos com as graças necessárias para permanecerem fiéis uns aos outros e cumprir os deveres de seu próprio estado, educando dignamente sua prole para a vida presente e futura. Sendo o casamento de instituição divina e santificado pelo próprio Jesus Cristo nas bodas de Caná, ele representa precioso instrumento de santificação para a maior parte dos homens.
Com tais atributos, o matrimônio deve ser edificado sobre a rocha inabalável da fé, dos bons costumes, da prática de nossa santa religião, da frequência constante e persistente dos sacramentos - sobretudo da confissão e da comunhão -, e da devoção a Sagrada Família, modelo de virtudes para todos os membros da família.
Caso contrário, o casamento desmoronará no primeiro obstáculo que sobrevier ao casal, como vem acontecendo de maneira crescente em nossa sociedade neo-pagã, onde ele passou a ser construído sobre a areia movediça do sentimentalismo romântico, uma paixão desordenada que priva a pessoa da visão clara e objetiva das coisas.
Em próximo artigo pretendo falar sobre o papel de São José, modelo exímio de todas as virtudes que os pais devem admirar e assimilar em suas vidas no governo familiar. Enquanto as mães poderão encontrar na humilde Virgem de Nazaré, mãe de Deus e Mãe das mães, o exemplo das mais sublimes virtudes para enaltecer o seu lar com dignidade e heroísmo de uma verdadeira mãe cristã.