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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Liturgicamente o Natal termina oficialmente quando se celebra a Apresentação do
Menino Jesus no Templo e a purificação de Nossa Senhora, no dia 02 de
fevereiro ao benzer as velas de cera. É por essa razão que postamos mais um artigo
a respeito da chegada dos Reis Magos até Belém. Assim terminamos as considerações
deste tempo sagrado e benfazejo à piedade cristã.
Pe. David Francisquini
Pe. David Francisquini
Proclama o livro da Sabedoria: “Quando um silêncio profundo envolvia todas
as coisas e a noite ia a meio do seu curso, então, a tua palavra onipotente
desceu do céu e do trono real e, como um implacável guerreiro, lançou-se para o
meio da terra condenada à ruína, trazendo, como espada afiada, o teu
irrevogável decreto”.
Há pouco mais de 2.000 anos, um edito de César Augusto convocava um recenseamento de toda a terra. Naquele tempo, os recenseadores não iam, como hoje, de casa em casa interrogando as pessoas. Todos eram obrigados a se dirigir para tal fim à sua cidade de origem. Foi por esta razão que José – por ser da Casa e linhagem de David –, deixando Nazaré, na Galiléia, se dirigiu a Belém, na Judéia, a fim de se recensear com Maria, sua esposa.
O recenseamento concorreu para romper o silêncio e a rotina daquela cidade não muito distante de Jerusalém. Suas ruas, praças e hospedarias se encontravam cheias, num vai-e-vem contínuo de pessoas. Familiares, amigos, e mesmo estranhos se cumprimentavam e falavam dos pequenos acontecimentos de que se compunha a vida miúda daquela gente. Disso resultava um vozerio proporcional ao movimento da multidão, mas o suficiente para turbar os costumes da pequena Belém de Judá.
Foi em meio àquela balbúrdia que chegou São José, puxando um burrico sobre o qual se encontrava sua esposa, que estava grávida. Ninguém percebeu, sequer pôde entrever que o claustro virginal de Maria encerrava o Deus encarnado, “Aquele a quem nem o Céu nem a Terra podia conter”, prestes a vir ao mundo. José procurou por toda cidade um lugar onde pudesse nascer o Redentor: casas de parentes, hospedarias, casas particulares. Todas as portas se fecharam para ele e sua esposa.
Ou seja, o Redentor não encontrou abrigo onde pudesse vir à luz do mundo. São João escreveu que a Vida estava n’Ele, e esta Vida é a luz dos homens. É a luz que brilha nas trevas e as trevas não puderam envolvê-Lo. O verbo era Luz verdadeira que ilumina a todo homem que vem a este mundo. Ele estava no mundo, neste mundo que Deus criou por meio d’Ele, e o mundo não O quis reconhecer. Ele veio habitar entre os seus e os seus não O quiseram receber.
Cenário triste que se repete, ano após ano, nas celebrações do Nascimento do Redentor. Na verdade, tudo deveria parar a fim de ceder lugar, com todo o requinte possível, às celebrações d’Aquele que é a Luz do mundo. Afinal, Ele nos traz as melhores recordações de alegria, de paz, de harmonia e bem-estar. Natal do Menino Jesus em Belém de Judá. Natal em que a Terra inteira cobre de alvura para festejar o Inocente por excelência.
Não tendo São José e Nossa Senhora encontrado lugar no casario de Belém, foram se recolher junto à manjedoura, numa gruta que servia de abrigo aos animais. Foi ali que se deu o Natal do Menino-Deus, anunciado pelas vozes angélicas que ecoaram pelos campos e despertaram os pastores: “Glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!”. Nascido num campo como lírio perfumado, o Menino-Deus reuniu em torno de Si todas as classes, de reis a pastores.
A natureza toda se sente embevecida e elevada porque um Deus que é o criador de todas as coisas e que governa todo o universo tornou-Se criatura sem deixar de ser eterno e imutável.
Quem não se sente comovido contemplando uma criança tão elegante, terna e frágil, que sob o olhar enlevado e compassivo de sua Mãe e de São José, jazia com seus bracinhos estendidos numa manjedoura, assumindo profeticamente a posição que 33 anos depois assumiria ao morrer pregada na Cruz para a salvação da humanidade pecadora?
***
Luz que Herodes não contempla
Pe. David Francisquini
Encerrávamos o nosso recente artigo sobre
o Natal com representantes de todas as nações da terra aos pés do Menino-Deus
recostado numa manjedoura, envolto em panos pobres e rotos. A brilhante estrela
que dissipou a neblina que envolvia todo o orbe guiou os Reis Magos – Melchior,
Gaspar e Baltazar – até o presépio, onde, prostrados, ofereceram ao Rei dos reis
ouro, incenso e mirra.
Com os Magos veio um numeroso séquito para
prestar homenagem ao Deus feito homem. Quanto à origem desses reis, consta que
fossem descendentes de Balaão, aquele que profetizou que de Jacó nasceria uma
estrela. O fato de chegarem treze dias depois do nascimento do Menino Jesus
torna plausível a hipótese de que fossem da região fronteiriça com a Judéia.
Em seu ato de adoração, os Reis Magos Lhe
ofereceram ouro em reconhecimento de
Sua realeza e esplendor; incenso que
com o seu crepitar e bom odor se eleva aos céus, símbolo da oração e
devotamento; e mirra, em reconhecimento ao sacrifício da
Redenção e do novo Sacerdócio que Ele veio instituir segundo a ordem de
Melquisedec.
Com efeito, esses Reis vieram com pompa e
majestade, para testemunhar a nobreza e grandeza do Menino que acabara de nascer
em Belém de Judá. Guiou-os a estrela não porque esta influencia a vida humana,
mas porque Jesus nasceu e é a origem dessa estrela que ilumina os céus no
Oriente, cobrindo a terra inteira com a sua luz.
Enquanto os anjos anunciaram aos pastores
o Natal de Cristo, a estrela O anunciava aos Magos, pois eles não tinham
profetas como o povo eleito, e os céus têm linguagens diferentes para
uns e outros povos. O surgimento da estrela foi ensejo de grande alegria para
os gentios, pois eles viram
nela a relação existente entre o Criador e seu Filho que se fez homem.
Se
a estrela foi o caminho, o caminho é Cristo, pois, pelo mistério de sua encarnação,
Cristo é nossa estrela, astro brilhante das manhãs que Herodes não
contempla, e que volta aparecer aos Magos para indicar o caminho que os levava
ao Salvador. Pode igualmente significar a graça de Deus e aquele que, pelo
pecado, como Herodes se deixa sujeitar ao império de satanás e perde a esta graça.
A
estrela é a fé iluminando nossas almas e conduzindo-nos a Cristo. No momento em
que os Magos foram pedir conselhos aos judeus, eles se haviam privado da
verdadeira luz da verdade que é Cristo. Ao encontrá-la de novo brilhando no
céu, eles seguem até Belém e ali encontram Maria com o Menino, ao qual prestaram
homenagens como Deus, Sacerdote e Salvador.
Se
Maria nos trouxe o Divino Pontífice que ofereceu a Deus reparação
perfeita, é Ela ainda que nos dá Cristo Jesus para reinar em nossos corações.
Não podemos encontrar Jesus sem Maria nem Maria sem Jesus. Seria como um pássaro
sem asas que quisesse levantar vôo. Maria, como medianeira de todas as graças, exerce
o papel de asas que nos levam a Cristo.
_______________________________________________
Rompendo o silêncio dos indiferentes
Pe. David Francisquini
Há pouco mais de 2.000 anos, um edito de César Augusto convocava um recenseamento de toda a terra. Naquele tempo, os recenseadores não iam, como hoje, de casa em casa interrogando as pessoas. Todos eram obrigados a se dirigir para tal fim à sua cidade de origem. Foi por esta razão que José – por ser da Casa e linhagem de David –, deixando Nazaré, na Galiléia, se dirigiu a Belém, na Judéia, a fim de se recensear com Maria, sua esposa.
O recenseamento concorreu para romper o silêncio e a rotina daquela cidade não muito distante de Jerusalém. Suas ruas, praças e hospedarias se encontravam cheias, num vai-e-vem contínuo de pessoas. Familiares, amigos, e mesmo estranhos se cumprimentavam e falavam dos pequenos acontecimentos de que se compunha a vida miúda daquela gente. Disso resultava um vozerio proporcional ao movimento da multidão, mas o suficiente para turbar os costumes da pequena Belém de Judá.
Foi em meio àquela balbúrdia que chegou São José, puxando um burrico sobre o qual se encontrava sua esposa, que estava grávida. Ninguém percebeu, sequer pôde entrever que o claustro virginal de Maria encerrava o Deus encarnado, “Aquele a quem nem o Céu nem a Terra podia conter”, prestes a vir ao mundo. José procurou por toda cidade um lugar onde pudesse nascer o Redentor: casas de parentes, hospedarias, casas particulares. Todas as portas se fecharam para ele e sua esposa.
Ou seja, o Redentor não encontrou abrigo onde pudesse vir à luz do mundo. São João escreveu que a Vida estava n’Ele, e esta Vida é a luz dos homens. É a luz que brilha nas trevas e as trevas não puderam envolvê-Lo. O verbo era Luz verdadeira que ilumina a todo homem que vem a este mundo. Ele estava no mundo, neste mundo que Deus criou por meio d’Ele, e o mundo não O quis reconhecer. Ele veio habitar entre os seus e os seus não O quiseram receber.
Cenário triste que se repete, ano após ano, nas celebrações do Nascimento do Redentor. Na verdade, tudo deveria parar a fim de ceder lugar, com todo o requinte possível, às celebrações d’Aquele que é a Luz do mundo. Afinal, Ele nos traz as melhores recordações de alegria, de paz, de harmonia e bem-estar. Natal do Menino Jesus em Belém de Judá. Natal em que a Terra inteira cobre de alvura para festejar o Inocente por excelência.
Não tendo São José e Nossa Senhora encontrado lugar no casario de Belém, foram se recolher junto à manjedoura, numa gruta que servia de abrigo aos animais. Foi ali que se deu o Natal do Menino-Deus, anunciado pelas vozes angélicas que ecoaram pelos campos e despertaram os pastores: “Glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!”. Nascido num campo como lírio perfumado, o Menino-Deus reuniu em torno de Si todas as classes, de reis a pastores.
A natureza toda se sente embevecida e elevada porque um Deus que é o criador de todas as coisas e que governa todo o universo tornou-Se criatura sem deixar de ser eterno e imutável.
Quem não se sente comovido contemplando uma criança tão elegante, terna e frágil, que sob o olhar enlevado e compassivo de sua Mãe e de São José, jazia com seus bracinhos estendidos numa manjedoura, assumindo profeticamente a posição que 33 anos depois assumiria ao morrer pregada na Cruz para a salvação da humanidade pecadora?
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Onde nasce a Luz, ali nasce a Fé
*Pe. David Francisquini
Ao considerarmos a Gruta de Belém, não podemos deixar
de perceber a união tão íntima entre Jesus e Maria. Ele enquanto Deus deu a
vida a Maria, e Maria enquanto Mãe deu a vida a Jesus. Se Jesus Cristo se fez
homem, o fez por Maria, escolhida por Ele para ser sua Mãe.
Como não se pode separar a luz e o calor do sol, assim
também não se pode separar Jesus de sua celestial Mãe. No Presépio, ao receber
a visita dos pastores de Belém, o Menino-Deus encontrava-se reclinado, envolto
em panos, sob o olhar enlevado de Maria e José.
Os Reis Magos O encontraram sentado nos braços de
Maria, um trono seguro e sem mácula.
Consumado o milagroso parto, veio à luz o Homem-Deus naquele presépio,
pois não havia lugar para Ele em Belém. O Rei dos reis, nas dimensões de terna
criança, estava nos braços de Maria e se alimentava de seu leite.
O Evangelho descreve o natal de Jesus, Belém de Judá –
cidade de José e Maria, pertencentes à linhagem de David – e os dias de Herodes.
Ao narrar sobre este último, quis assinalar que além de não pertencer à
dinastia real de David, ele era um rei intruso, despótico e cruel.
O maior acontecimento da História havia se cumprido
conforme a profecia de Daniel, depois das setenta semanas de anos acabados.
Enquanto a nação Judaica era governada por Reis legítimos, Deus enviava
Profetas para sanar os males que se acumulavam sobre o povo escolhido.
Lemos no Gênesis (49,16) que o cetro não será tirado
de Judá, nem o príncipe de sua descendência, até a vinda d'Aquele que deve ser
enviado – a esperança das nações. “Ele atará à vinha o Seu jumentinho e à
videira, ó meu filho, a Sua jumenta. Lavará Sua túnica no vinho e Sua capa no
sangue da uva. Os Seus olhos são mais formosos que o vinho, e os Seus dentes
mais brancos do que o leite”.
São Mateus pergunta: “Onde está o Rei que acaba de
nascer? Porque nós vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo. Ao ouvir
isto, o rei Herodes turbou-se, e toda Jerusalém com ele. E convocando todos os
príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de
nascer o Messias”.
E eles lhe disseram: em Belém de Judá, porque assim
foi escrito pelo profeta: “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor
entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe, que
apascentará Israel meu povo”.
Enquanto os pastores são israelitas, os magos são
gentios, ou seja, não pertencentes à raça do povo escolhido. Mas uns e outros
se aproximaram de Nosso Senhor Jesus Cristo como pedra angular do edifício novo
instaurado por Jesus Cristo, a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana.
Comenta Santo Agostinho que Jesus Cristo não quis se
manifestar aos sábios e justos, mas a pastores rústicos e a representantes de
povos que viviam nas trevas do paganismo ou da idolatria. Assim agiu para
confundir os sábios e para que ninguém pudesse se ensoberbecer; e nem o débil
desesperar-se por sua debilidade e fraqueza.
Representando
todas as nações descendentes de Noé e seguidos por grande comitiva, os Reis Magos
ofereceram ao Menino-Deus ouro, incenso e mirra. Eles vieram do Oriente... No
dizer de São João Crisóstomo, onde nasce a Luz, ali nasce a Fé.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Ela te esmagará a cabeça
No dia 8 de
dezembro celebramos a tradicional festa da Imaculada Conceição de Maria, a Mãe
de Deus, tendo Ela concebido por obra do Espírito Santo o Filho de Deus feito
homem, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Os méritos de seu futuro Filho
foram aplicados à Mãe antes mesmo de Ela O conceber e, por conseguinte, sem a nódoa
do pecado original.
Em sua onipotência,
Deus fez o homem do limo da terra, dando-lhe alma imortal. A partir deste fez a
mulher, colocando sobre este primeiro casal toda a Sua predileção. E, para mais
bem nobilitar a raça humana, quis participar dela pela Encarnação no ventre
puríssimo de Maria. Coroou, assim, a obra da criação.
Como sabemos,
esse primeiro casal foi infiel e não correspondeu aos planos do Criador. Mas
nos Seus divinos e soberanos decretos, revelou Deus que dessa raça pecadora
viria o futuro Salvador. Sua Mãe seria uma pedra de contradição que, como um
terrível exército em ordem de batalha, esmagaria a cabeça da serpente infernal.
“Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a
tua descendência e a descendência d’Ela e Ela te esmagará a cabeça, e tu
armarás traições ao Seu calcanhar.” Luta posta pelo próprio Deus, que a vem
sustentando entre a raça bendita da Mulher e a raça maldita de satanás, entre
os que são de Deus e os que são do demônio.
Luta que vem
se avolumando no decorrer dos séculos. Nossa Senhora terça armas sem cessar com
o demônio e seus sequazes. Sua vitória é garantida pelo próprio Deus, que A fez
seu lugar-tenente na guerra contra o pecado, o demônio, o mundo enganador e a
carne corrompida. Em Fátima, Ela mesma nos prometeu: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”.
Afinal,
“quem é esta que surge como a aurora‚
bela como a lua‚ brilhante como o sol‚ temível como um exército em ordem de
batalha?” (Cant 6‚ 8-10). Ao criar Maria, Deus onipotente A isentou da
mácula original e fez n’Ela grandes maravilhas. Aquele que fez o Céu e a Terra
resgatou da culpa da raça humana Aquela que seria a Mãe do Salvador livrando-a
da culpa original.
A Virgem Mãe
de Deus está acima de todas as mulheres por ter virginalmente engendrado Aquele
que os céus não podem conter. Eis a razão por que, ao criar Maria, Deus quis
aplicar por antecipação os méritos de Cristo na Cruz, afastando d’Ela o pecado universal
que maculara a raça humana. Só assim o Salvador poderia redimir os homens do pecado
original.
Ao louvar
Maria, o Anjo Gabriel diz: “Ave, oh cheia
de graça!”. Como poderia ele dizer “plena de graça” se o pecado A tivesse
maculado? Jamais! Em Maria nada falta. Deus A fez segundo os arcanos divinos A
haviam concebido desde toda eternidade para ser a Mãe de Jesus Cristo, a
segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Ao oferecer os
elementos de uma nova vida, a mulher é instrumento na mão de Deus. É Deus
criando através dela. Assim também se dá com Maria ao gerar Nosso Senhor Jesus
Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, por obra do Espírito Santo.
Não significa que
Ela tenha gerado a divindade, pois o Filho foi gerado por via intelectiva desde
toda a eternidade. Ao dar ao Filho os elementos para tornar-se homem, Maria se
tornou Mãe de Deus. Por esta razão Ela não poderia ter a nódoa do pecado original,
pois repugnaria à divindade tirar os elementos de sua humanidade de um ventre
concebido no pecado.
Jesus Cristo veio
ao mundo para destruir o cativeiro do pecado e da morte. Segundo afirmação de Santo
Agostinho, Ele obteve o cetro da rainha das virgens que O concebeu – o rei da
castidade – num seio virginal e puro onde Ele pudesse morar e dar-nos a
entender que só um corpo puro e casto pode ser o templo de Deus.
Antes
de o sol nascer e deitar seus raios, já ilumina a Terra com um belo colorido. Antes
de ser gerado e nascer, Jesus Cristo irradiou o esplendor da graça redimindo
Maria, inocentando-A da culpa original, ostentando sobre Ela os raios da mais
perfeita virtude, fazendo-A imaculada. Assim, sem mácula e com virtude perfeita
Ele, veio ao mundo para realizar Sua missão redentora.
sábado, 26 de novembro de 2011
De Deus não se zomba!
De Deus não se zomba!
Patrocinada pelo
Ministério da Saúde, a experiência da distribuição gratuita de preservativos a estudantes
do Ensino Médio em quatro capitais deverá ser estendida a 400 escolas públicas de
todo o Brasil através da instalação de máquinas distribuidoras. A propósito e
enquanto sacerdote, eu me julgo na obrigação de dizer uma palavra sobre o
assunto.
Reporto-me a um dos
modelos apontados pela Santa Igreja para a edificação de seus membros, São
Pedro Julião Eymard, fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento ou
Sacramentinos. Como grande conhecedor de almas, ele considerou a transição da
infância para a adolescência como a fase mais crítica da vida de um jovem, pois
seu futuro dependerá do que ele foi nesse confronto decisivo da vida.
Ao não se deixar capitular
pelos impulsos sexuais, a personalidade fica para sempre impregnada pela alegria
de ter vencido aquela primeira batalha da vida. Falando certa vez para um
público jovem, aquele santo francês assegurou: Se vedes em mim decisão e
coragem, é porque eu soube vencer tal ímpeto da paixão e isso se expressa em
minha própria voz.
Com
efeito, nada rompe mais a personalidade de um moço do que se enveredar pelo
caminho tortuoso da impureza. São Paulo nos advertiu: “Não vos enganeis: de
Deus não se zomba. Aquilo que o homem semear, isto também colherá: aquele que
semeia na sua carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia no espírito,
colherá do espírito a vida eterna.
“Andai segundo o espírito
e não satisfazei o desejo da carne. Efetivamente, a carne tem desejos
contrários ao espírito e o espírito desejos contrários à carne; essas coisas
são contrárias entre si para que não façais tudo aquilo que quereis... As obras
da carne são manifestas: o adultério, a fornicação, a impureza, a luxúria...”.
Existe
um princípio regulador da função sexual que se obtém apenas dentro do
matrimônio legítimo, pois só este proporciona o verdadeiro sentido de sua
retidão moral no relacionamento homem e mulher. Não havendo tal formalidade, as
relações sexuais se tornam imorais e, portanto, constituem sempre e em qualquer
circunstância, pecado mortal inescusável.
Os defensores das
relações pré-matrimoniais costumam alegar como obstáculos para a realização do
casamento a prazo longo ou curto, as dificuldades para a obtenção de uma casa, a
compra de móveis, a necessidade de conservar o amor, o desabafo do organismo,
problemas de saúde, ou ainda a necessidade de maior conhecimento recíproco.
Contudo, tais alegações
são feitas para abafar a própria consciência, pois como não querem ter filhos –
para eles a grande tragédia da vida –, procuram eliminar todos os entraves que
os impedem de se relacionarem e, ao mesmo tempo, gozarem de reputação ilibada
perante a sociedade. Outra corrente quer fazer deste relacionamento uma coisa
tão banal que julga ser melhor trazê-lo para a luz do dia.
Espero mostrar brevemente
que os preservativos não vão solucionar os problemas dos jovens, mas agravá-los.
Nosso governo, ao promover tal iniciativa, está semeando a cizânia no campo
primaveril de nossa juventude. Contudo, a sociedade não tardará a colher o
fruto desse infausto trabalho.
De Deus não se zomba!
(II)
Ao comentar o infausto ensaio do governo brasileiro de
promover a distribuição de preservativos a estudantes de Ensino Médio, mostramos
que em vez de resolver o problema dos jovens, tal medida somente os agravará. Ressalto
de passagem que “experiências” do gênero são sempre levadas a cabo em nome da “ciência”,
a qual fica assim desvirtuada de seu sentido original, tornando-se uma
palavra-talismã.
É, pois, ancorado na nova religião da “ciência e na
técnica” que o Estado interfere em tudo, legisla e tenta regular a conduta do
cidadão em campos nunca antes imaginados, para assim “redimir” os homens e a
sociedade de todos os seus males presentes e futuros. Para citar um exemplo,
lembro aos leitores a ridícula “lei da palmada”...
A propósito, acabo de ler estarrecedora notícia
publicada no The Telegraph, de
Londres, segundo a qual 38% da população da União Européia sofrem de distúrbios
mentais e doenças cerebrais. O jornal inglês se baseia num estudo do Colégio Europeu
de Neuro-psicofarmacologia. Para os estudiosos, as desordens mentais se tornam
o maior desafio à saúde na Europa do século XXI.
Comentando a referida notícia, Luís Dufaur (http://www.ipco.org.br/home/) afirma
que a causa desses males pode bem estar na tentativa de construir uma
super-organização em bases puramente materiais que ignoram – e até hostilizam –
o lado espiritual e a religião do homem. E indaga: “Não será uma das causas
mais profundas desses desarranjos mentais?”.
Atentar contra os fundamentos cristãos da civilização constitui
um dos maiores fatores de enlouquecimento. O pior é quando tal ataque é
perpetrado metodicamente pelo Estado em nome da ciência. No caso concreto da
distribuição de preservativos a estudantes, a iniciativa conta com o auxílio de
pesquisadores de dois órgãos da ONU.
O cuidado com os jovens deve começar pelos pais e ser
complementado pelos professores. É na juventude que se forma o caráter, o qual,
por sua vez, influenciará no destino de cada um. Os pensamentos se
transformarão em palavras, as palavras em atos, e estes em hábitos que formarão
ou deformarão seu modo de ser.
O que nossas autoridades semearem nas escolas, a
sociedade colherá no final do ciclo. A imoralidade vem ceifando mais vidas que
a própria guerra e está na origem da violência, da criminalidade, do desajuste
familiar e das separações; está na raiz da pior das epidemias, além de um
incontável número de doenças. Através dos frutos pode-se saber se as sementes
têm sido boas ou não.
Enquanto sacerdote, eu me reporto ao ensinamento da Igreja,
que condena a liberação do sexo na adolescência, ou mesmo antes do matrimônio: “Bem aventurados os puros de coração porque
possuirão o reino dos céus.” A união carnal só pode ser legítima quando se
estabelece uma definitiva comunidade de vida entre um homem e uma mulher.
As relações sexuais pré-matrimoniais excluem, o mais
das vezes, a prole e o que se apresenta como amor conjugal não pode se
desenvolver como deveria, ou seja, num amor paterno e materno.
Caso eventualmente se desenvolva será em prejuízo dos
filhos, que se verão privados da convivência estável da qual havia de poder
realizar-se como convém e encontrar o caminho e os meios necessários para se
integrarem na sociedade. (Declaração da
Santa Sé nº 7).
sábado, 5 de novembro de 2011
A semente em terra fértil (II)
*Pe.
David Francisquini
Em recente artigo – A semente em terra fértil – tive ocasião de salientar a têmpera do
homem do campo, formada primordialmente pela contemplação e reflexão. Hoje
volto ao tema entrevendo uma montanha que se eleva no seu panorama. Ela estará
sempre como uma bússola a nortear sua imaginação cheia de princípios, ainda que
incipientes, sobre as virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.
A partir daquele mirante, o camponês poderá analisar o
que acontece ao seu redor como uma chuva mansa que cai sobre a relva e ressoa
harmonias às quais ele poderá associar as dádivas e as bênçãos de Deus sobre
ele, sua família e seu campo. Enquanto a vegetação se beneficia da água, ele
agradecerá a Deus, o Pai de todos, que faz chover sobre os justos e os
injustos.
Enquanto os pássaros em revoada se põem a cantar, o
camponês pensará no céu, nos anjos e nos santos, que numa homenagem perene
louvam a Deus. Ao ver um passarinho apanhar um inseto e com ele alimentar seus
filhotes, o camponês se lembrará de Deus que o ajuda sempre a alimentar seus
filhos e educá-los para a vida.
De quando em quando, ele ouve um mugido do gado
pastando, e se lembrará de Deus, bendizendo-O no fundo de seu coração por não
se ter esquecido dele nas labutas diárias. Enquanto os cães ladram durante a
noite, ele é levado a pensar nas sentinelas que Deus lhe deu como vigia para
si, sua família e seu patrimônio.
Na iminência ou
mesmo durante uma tempestade com relâmpagos e trovões, ele poderá se recordar
da justiça divina que premia os bons e castiga os maus. O temor de Deus, início
da sabedoria, o levará a fazer propósitos firmes de abandonar o erro e o pecado
e não transgredir mais os mandamentos divinos.
Não nos esqueçamos de que o homem do campo também
padece das conseqüências do pecado original; o que o diferencia dos outros em
nossos dias é o fato de ele se encontrar no habitat que lhe é próprio. Com
efeito, ao contemplar a natureza, ele se lembrará da vida perfeita e incriada,
ou seja, do próprio Deus que é o Pai da vida, d’Aquele que distribuiu seus bens
sem medidas.
Não é sem motivo que o camponês reza o Pai Nosso, oração
perfeita composta pelo próprio Homem-Deus. Não é sem motivo que ele não deixa
de rezar a Ave-Maria à Mãe das mães. Enquanto reza ele reflete, e seu
pensamento o leva a voar para uma região longínqua, ao dia de sua morte terrena
e de seu encontro com Deus.
Se o seu caráter se tornar indomável, ninguém conseguirá
dobrá-lo, devido à sua fé e ao seu amor a Deus. Enquanto ele estiver na terra,
não há outro sentido senão o de passar seus dias amando e glorificando a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. O que continuará na terra
será o seu exemplo, o seu valor de luta e de intrepidez.
Tais considerações nos fazem reportar à Escritura
Sagrada, com Deus sujeitando o homem a tirar da terra o seu sustento com
trabalhos árduos todos os dias de sua vida. Se assim o fez, foi de Pai para filho,
pois entre espinhos e abrolhos seu herdeiro formará o caráter ao comer o pão
com o suor de seu rosto, até que volte à terra da qual ele foi formado.
domingo, 9 de outubro de 2011
A semente em terra fértil
*Pe. David Francisquini
Ao percorrer o território de minha paróquia venho me defrontando com problemas que à primeira vista parecem sem solução. A sociedade dita moderna torna cada vez mais inviável a formação religiosa e moral de seus membros. Ninguém, ou quase tanto, sabe rezar as mais elementares orações do cristão.
Como a misericórdia de Deus nunca deixa de assistir os seus filhos – no caso concreto, pároco e paroquianos – de repente, a luz da graça toca o fundo da alma de certos pecadores, dando-lhes a confiança de que um dia triunfarão. A partir dali, um padre experiente percebe a solução aflorar como a semente lançada em terra fértil.
Se de um lado o ambiente religioso propicia felicidade de situação ao ministro de Deus, este precisa de outro lado esperar – muitas vezes anos a fio – o momento da graça para dizer a determinadas pessoas as verdades necessárias ao seu progresso espiritual visando o seu bem na terra e sua eternidade no céu.
Referi-me acima à semente lançada em terra fértil. Com efeito, a figura do lavrador na sua jornada diária pode simbolizar a ação de outro agricultor, ou seja, daquele que trabalha na seara do Senhor. Ainda que seja pertinaz e acurado no trabalho, ele aguarda preocupado que a semente germine e frutifique.
Em seu campo o agricultor se orienta ora pela chuva, ora pelo bom tempo, ora pelo vento, ora enfim por outros pontos de referência sempre ao alcance de sua observação e que o acompanham no seu afanoso trabalho. Na paróquia, cercado de embaraços e atropelos, o sacerdote fica às vezes como um cultivador cego e paralítico.
Nesse momento de aridez, resta-lhe o melhor dos instrumentos de apostolado que é a oração, o jejum e a penitência para levar a cabo a sua árdua tarefa de salvar as almas. É com espírito de fé e determinação que ele imita os Apóstolos que evangelizaram o mundo em cumprimento do mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Hoje os campos de minha região – Norte fluminense – encontram-se quase vazios e as cidades cada vez mais cheias. Um problema social? – Sim. Contudo, não nos basta tal constatação sociológica. O bom senso mostra que o homem do campo pode viver mais próximo de Deus que um citadino.
Oportunidades não lhe faltam para a oração e a reflexão. E também para a ação: como todo bom semeador, na medida em que cultiva a boa semente, vai arrancando a cizânia e as ervas daninhas. Tudo isso ele faz com a calma própria da vida camponesa, o que lhe remete a transcender e pensar em Deus e em sua alma.
Nessa lide constante para se manter e se enriquecer, ele deve lutar para extirpar de si as raízes do mal e as suas más tendências, as inclinações desordenadas que o convidam diuturnamente a transgredir as leis de Deus e da Igreja. O fruto dessa luta corresponderá à sua têmpera e ao seu valor.
Somam-se a esses valores a cultura adquirida, o espírito de luta, o senhorio, pois quem cultiva a terra se eleva a um patamar mais alto e mais nobre do que aquele que administra bens de terceiros, como acontece de modo quase generalizado nas cidades, onde a maior parte das pessoas trabalha em negócios de terceiros.
*Pe. David Francisquini
Ao percorrer o território de minha paróquia venho me defrontando com problemas que à primeira vista parecem sem solução. A sociedade dita moderna torna cada vez mais inviável a formação religiosa e moral de seus membros. Ninguém, ou quase tanto, sabe rezar as mais elementares orações do cristão.
Como a misericórdia de Deus nunca deixa de assistir os seus filhos – no caso concreto, pároco e paroquianos – de repente, a luz da graça toca o fundo da alma de certos pecadores, dando-lhes a confiança de que um dia triunfarão. A partir dali, um padre experiente percebe a solução aflorar como a semente lançada em terra fértil.
Se de um lado o ambiente religioso propicia felicidade de situação ao ministro de Deus, este precisa de outro lado esperar – muitas vezes anos a fio – o momento da graça para dizer a determinadas pessoas as verdades necessárias ao seu progresso espiritual visando o seu bem na terra e sua eternidade no céu.
Referi-me acima à semente lançada em terra fértil. Com efeito, a figura do lavrador na sua jornada diária pode simbolizar a ação de outro agricultor, ou seja, daquele que trabalha na seara do Senhor. Ainda que seja pertinaz e acurado no trabalho, ele aguarda preocupado que a semente germine e frutifique.
Em seu campo o agricultor se orienta ora pela chuva, ora pelo bom tempo, ora pelo vento, ora enfim por outros pontos de referência sempre ao alcance de sua observação e que o acompanham no seu afanoso trabalho. Na paróquia, cercado de embaraços e atropelos, o sacerdote fica às vezes como um cultivador cego e paralítico.
Nesse momento de aridez, resta-lhe o melhor dos instrumentos de apostolado que é a oração, o jejum e a penitência para levar a cabo a sua árdua tarefa de salvar as almas. É com espírito de fé e determinação que ele imita os Apóstolos que evangelizaram o mundo em cumprimento do mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Hoje os campos de minha região – Norte fluminense – encontram-se quase vazios e as cidades cada vez mais cheias. Um problema social? – Sim. Contudo, não nos basta tal constatação sociológica. O bom senso mostra que o homem do campo pode viver mais próximo de Deus que um citadino.
Oportunidades não lhe faltam para a oração e a reflexão. E também para a ação: como todo bom semeador, na medida em que cultiva a boa semente, vai arrancando a cizânia e as ervas daninhas. Tudo isso ele faz com a calma própria da vida camponesa, o que lhe remete a transcender e pensar em Deus e em sua alma.
Nessa lide constante para se manter e se enriquecer, ele deve lutar para extirpar de si as raízes do mal e as suas más tendências, as inclinações desordenadas que o convidam diuturnamente a transgredir as leis de Deus e da Igreja. O fruto dessa luta corresponderá à sua têmpera e ao seu valor.
Somam-se a esses valores a cultura adquirida, o espírito de luta, o senhorio, pois quem cultiva a terra se eleva a um patamar mais alto e mais nobre do que aquele que administra bens de terceiros, como acontece de modo quase generalizado nas cidades, onde a maior parte das pessoas trabalha em negócios de terceiros.
O homem do campo se forma pela meditação e reflexão. Tudo nele se reporta a Deus, à religião, à fé, à sua alma, ao seu futuro. Ao mesmo tempo em que amealha riquezas, se eleva e se enobrece com o seu trabalho, ele não desvia os seus passos da freqüência aos sacramentos e assim se prepara para o céu.
Não é nesse amontoado de prédios, de casarios, de favelas, que mais parecem ninhos de pombo – aliás, “campo fértil” para a proliferação das drogas, da promiscuidade, da limitação de filhos, da violência, da embriaguez, da ociosidade e da criminalidade – que o homem irá pensar em Deus e santificar-se.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
As aves do céu e os homens na terra
Pe. David Francisquini
Ao nos depararmos com a natureza criada, incontáveis perfeições e atributos se descortinam diante de nossos olhos, transportando-nos também do criado ao incriado, do limitado ao infinito, do terreno e passageiro à eternidade, do imperfeito ao perfeitíssimo Criador de todas as coisas.
Destinado a ocupar lugar ímpar na ordem visível das coisas, o homem deve refletir a Deus em tudo e, por isso mesmo, ele é considerado o rei da criação, pois é síntese das criaturas, com recursos de inteligência e de vontade suficientes para assimilar e colocar em prática todas as lições necessárias à sua existência.
Ao criar, Deus imprimiu nos seres o selo de sua existência e de suas virtudes de tal forma que a filosofia aristotélico-tomista parte do concreto e do visível para o abstrato e absoluto até chegar às idéias universais ¬ou princípios que devem pautar a vida do homem em seu peregrinar sobre a terra.
Na expectativa de deixar mais claro o alcance de tais leis universais, cito um exemplo ao alcance dos leitores, um ninho de passarinho. Não obstante ser ele construído de maneira instintiva e com material heterogêneo, seu ninho é uma pequena obra prima, com todas as condições para o aconchego e a multiplicação de cada espécie.
A variedade dos ninhos corresponde ao número das espécies de pássaros, o que nos torna fácil deduzir quem lhes ensinou a fazer tão requintada obra e, assim, eles colaboram com os planos divinos na criação. A construção de um ninho exige do passarinho dedicação e diligência.
Exemplo claro para o homem-rei da criação dotado de inteligência e vontade que, resoluto, colabora com os planos de Deus na criação ao enriquecer o universo com o seu engenho e arte. De passagem, lembro a existência de homens que não cooperam com a graça de Deus e, muitas vezes, obra contra ela, consciente e voluntariamente.
Enquanto os irracionais são gregários e se abrigam de maneira instintiva, o homem ao vencer a preguiça torna-se capaz de empreendimentos à procura de seu bem-estar e dos seus familiares, de façanhas e riscos, de descobertas, de obras de arte como a construção de verdadeiros palácios a indicar que são muito superiores aos lírios dos campos e das aves do céu.
Nessa perspectiva, a contemplação da criação divina deslumbra, nobilita e convida o homem a cooperar com Deus pelo fato de ele ter sido criado essencialmente religioso e ter sede de Deus. “Sede perfeito como vosso Pai Celestial é perfeito”, recomenda-nos o próprio Deus.
Com efeito, movido pelo espírito de perfeição imprimimos em tudo aquilo que fazemos de bom e de verdadeiro a elegância, a proeza, a apurada sensibilidade e senso psicológico para que tudo fique impregnado com proporção e harmonia.
Cada pessoa, cada família, cada povo - com as suas qualidades de alma desenvolvidas - representam faces das perfeições infinitas de Deus. No dizer do genial mestre do pensamento humano Santo Agostinho, basta ao homem obedecer aos Dez Mandamentos que o conjunto da sociedade andará em harmonia e progresso.
Se a civilização no conjunto de seus aperfeiçoamentos e edificações, como nas indumentárias, nos hábitos e costumes nos leva a amar a Deus, sem dúvida, o amor a Ele é o único meio de levar o homem ao ápice de si mesmo.
Contudo, se assim não proceder, o homem sistematicamente desobedecerá as Leis de Deus e da Igreja, tornar-se-á capaz das piores torpezas e horrores, degradando-se assim até o ponto de ter sede do absurdo e do pecado. E com o coração cheio de ódio trabalhará como fiel escravo do demônio para fazer da Terra o lugar mais parecido possível com o Inferno.
É o que pretendemos mostrar em ocasião oportuna. Até lá.
Pe. David Francisquini
Ao nos depararmos com a natureza criada, incontáveis perfeições e atributos se descortinam diante de nossos olhos, transportando-nos também do criado ao incriado, do limitado ao infinito, do terreno e passageiro à eternidade, do imperfeito ao perfeitíssimo Criador de todas as coisas.
Destinado a ocupar lugar ímpar na ordem visível das coisas, o homem deve refletir a Deus em tudo e, por isso mesmo, ele é considerado o rei da criação, pois é síntese das criaturas, com recursos de inteligência e de vontade suficientes para assimilar e colocar em prática todas as lições necessárias à sua existência.
Ao criar, Deus imprimiu nos seres o selo de sua existência e de suas virtudes de tal forma que a filosofia aristotélico-tomista parte do concreto e do visível para o abstrato e absoluto até chegar às idéias universais ¬ou princípios que devem pautar a vida do homem em seu peregrinar sobre a terra.
Na expectativa de deixar mais claro o alcance de tais leis universais, cito um exemplo ao alcance dos leitores, um ninho de passarinho. Não obstante ser ele construído de maneira instintiva e com material heterogêneo, seu ninho é uma pequena obra prima, com todas as condições para o aconchego e a multiplicação de cada espécie.
A variedade dos ninhos corresponde ao número das espécies de pássaros, o que nos torna fácil deduzir quem lhes ensinou a fazer tão requintada obra e, assim, eles colaboram com os planos divinos na criação. A construção de um ninho exige do passarinho dedicação e diligência.
Exemplo claro para o homem-rei da criação dotado de inteligência e vontade que, resoluto, colabora com os planos de Deus na criação ao enriquecer o universo com o seu engenho e arte. De passagem, lembro a existência de homens que não cooperam com a graça de Deus e, muitas vezes, obra contra ela, consciente e voluntariamente.
Enquanto os irracionais são gregários e se abrigam de maneira instintiva, o homem ao vencer a preguiça torna-se capaz de empreendimentos à procura de seu bem-estar e dos seus familiares, de façanhas e riscos, de descobertas, de obras de arte como a construção de verdadeiros palácios a indicar que são muito superiores aos lírios dos campos e das aves do céu.
Nessa perspectiva, a contemplação da criação divina deslumbra, nobilita e convida o homem a cooperar com Deus pelo fato de ele ter sido criado essencialmente religioso e ter sede de Deus. “Sede perfeito como vosso Pai Celestial é perfeito”, recomenda-nos o próprio Deus.
Com efeito, movido pelo espírito de perfeição imprimimos em tudo aquilo que fazemos de bom e de verdadeiro a elegância, a proeza, a apurada sensibilidade e senso psicológico para que tudo fique impregnado com proporção e harmonia.
Cada pessoa, cada família, cada povo - com as suas qualidades de alma desenvolvidas - representam faces das perfeições infinitas de Deus. No dizer do genial mestre do pensamento humano Santo Agostinho, basta ao homem obedecer aos Dez Mandamentos que o conjunto da sociedade andará em harmonia e progresso.
Se a civilização no conjunto de seus aperfeiçoamentos e edificações, como nas indumentárias, nos hábitos e costumes nos leva a amar a Deus, sem dúvida, o amor a Ele é o único meio de levar o homem ao ápice de si mesmo.
Contudo, se assim não proceder, o homem sistematicamente desobedecerá as Leis de Deus e da Igreja, tornar-se-á capaz das piores torpezas e horrores, degradando-se assim até o ponto de ter sede do absurdo e do pecado. E com o coração cheio de ódio trabalhará como fiel escravo do demônio para fazer da Terra o lugar mais parecido possível com o Inferno.
É o que pretendemos mostrar em ocasião oportuna. Até lá.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Lei da homofobia no reino dos bichos (I)
Pe. David Francisquini
Uma curiosidade da natureza – que até costuma ser motivo de brincadeira de homens e mulheres – pode ser observada na índole puramente animal das aves e dos pássaros, em que o macho é sempre mais bonito que a fêmea. No caso dos homens isso não se passa, pois Deus quis que os homens fossem atraídos para o sexo feminino.
Os pássaros, como todos os animais, seguem a lei inviolável da natureza através dos instintos. Já o homem – inteligente e dotado de vontade – deve controlar suas paixões e impulsos administrando seu corpo e sua alma e direcionando axiologicamente suas idéias e desejos no sentido de amar a Deus sobre todas as criaturas.
O homem não pode amar uma criatura acima de Deus, sob pena de comprometer sua salvação; muito menos erigir leis atentatórias a Deus, Ser pessoal, absoluto, transcendente e imutável; não pode, por exemplo, confundir liberdade com libertinagem.
Com efeito, não há entre os animais irracionais opção ou atração preferencial de um bicho para outro do mesmo sexo. Caso haja tal disfunção, ela será conseqüência de um desequilíbrio qualquer na natureza dele. Pois Deus, ao criar macho e fêmea, o fez para a propagação da espécie.
Figuremos a hipótese de os animais poderem decidir sobre o uso do sexo, rompendo com as regras postas por Deus na natureza deles. O que ocorreria com essas espécies? Tal anomalia resultaria na extinção delas em razão de preferências sexuais e os seus partidários proibidos de assim agir pela suprema corte animal.
Será que a lei da homofobia animal encontraria ressonância no reino dos bichos?
Lei da homofobia no reino dos bichos (II)
Pe. David Francisquini
Será que a lei da homofobia animal encontraria ressonância no reino dos bichos? Irracionais – pois que desprovidos do princípio vital espiritual – e apenas dotados de instintos, eles agirão de acordo com o impulso que os caracteriza, garantindo assim a propagação da espécie, pelo que dão glória a Deus ao complementar a Criação.
Já o homem, ao se degradar a ponto de parecer perder a razão, torna-se, na expressão de Arquimedes, o pior dos animais. Com efeito, ele procede contra a própria racionalidade por ser livre e capaz de domar os seus impulsos. Se não o faz é porque não deseja sair do abismo nem procura os meios que a Santa Igreja lhe oferece.
Há ocorrências piores. Leis e atos jurídicos atentatórios ao próprio direito natural vão conduzindo a sociedade despenhadeiro abaixo. E abismo atrai abismo. Assistimos a uma nova fase do processo revolucionário multissecular já ensaiado em alguns lugares: a revolução cultural.
Com decisões em nome do direito de escolha, tal desordem visa interromper o plano de Deus ao equiparar a união sodomita à família monogâmica e indissolúvel. Na verdade, trata-se de um terrível golpe na instituição familiar, uma página negra a macular a história da Terra de Santa Cruz.
Aonde tudo isso nos conduzirá? É o próprio Estado que se degrada pela ação do seu apodrecimento nas paixões e vícios que correm desabridamente para eliminar o que resta de civilização cristã. Com ela cairá a boa ordem das coisas que nos dão segurança, como a harmonia, a paz e o bem estar.
Caindo a família, cai toda a ordem e o progresso da sociedade. Ao imprimir na alma humana a lei natural, Deus colocou as bases da conduta de todas as suas ações. As leis só têm valor jurídico quando observam a lei natural; caso contrário, favorecerão tão-só minorias impertinentes, dispostas a uma ditadura sobre as pessoas de bem.
A realidade é que a sodomia contraria o homem como ser racional, dotado de inteligência e vontade, de alma e corpo, criado à imagem e semelhança de Deus e templo do Espírito Santo. Sendo isso, o homem deve acima de tudo obedecer às regras morais inscritas em seu próprio coração.
Pe. David Francisquini
Depois de contemplar as variedades quase sem fim das perfeições existentes na natureza criada por Deus – como as cores da aurora e do ocaso, a gradação matizada das cores das aves e dos pássaros, e, sobretudo as belezas e qualidades do homem – algum leitor ou já tentou hierarquizá-las e sistematizá-las?
Detenhamo-nos por alguns instantes na beleza das feições humanas; por exemplo, no lado delicado, frágil, maternal, afetivo, além da aparência física característica da mulher. Por que foi ela criada assim? – Para que o homem pudesse ser atraído por suas qualidades e construir o seu lar pelos laços invioláveis do matrimonio indissolúvel.
O homem, chefe da casa, e a mulher, rainha do lar – na verdade um só após o casamento conforme as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo – se complementam para a perpetuação da espécie, sendo os filhos príncipes herdeiros de seus pais, portanto merecedores da atenção e amparo para a formação do caráter. Uma curiosidade da natureza – que até costuma ser motivo de brincadeira de homens e mulheres – pode ser observada na índole puramente animal das aves e dos pássaros, em que o macho é sempre mais bonito que a fêmea. No caso dos homens isso não se passa, pois Deus quis que os homens fossem atraídos para o sexo feminino.
Os pássaros, como todos os animais, seguem a lei inviolável da natureza através dos instintos. Já o homem – inteligente e dotado de vontade – deve controlar suas paixões e impulsos administrando seu corpo e sua alma e direcionando axiologicamente suas idéias e desejos no sentido de amar a Deus sobre todas as criaturas.
O homem não pode amar uma criatura acima de Deus, sob pena de comprometer sua salvação; muito menos erigir leis atentatórias a Deus, Ser pessoal, absoluto, transcendente e imutável; não pode, por exemplo, confundir liberdade com libertinagem.
Com efeito, não há entre os animais irracionais opção ou atração preferencial de um bicho para outro do mesmo sexo. Caso haja tal disfunção, ela será conseqüência de um desequilíbrio qualquer na natureza dele. Pois Deus, ao criar macho e fêmea, o fez para a propagação da espécie.
Figuremos a hipótese de os animais poderem decidir sobre o uso do sexo, rompendo com as regras postas por Deus na natureza deles. O que ocorreria com essas espécies? Tal anomalia resultaria na extinção delas em razão de preferências sexuais e os seus partidários proibidos de assim agir pela suprema corte animal.
Será que a lei da homofobia animal encontraria ressonância no reino dos bichos?
Lei da homofobia no reino dos bichos (II)
Pe. David Francisquini
Será que a lei da homofobia animal encontraria ressonância no reino dos bichos? Irracionais – pois que desprovidos do princípio vital espiritual – e apenas dotados de instintos, eles agirão de acordo com o impulso que os caracteriza, garantindo assim a propagação da espécie, pelo que dão glória a Deus ao complementar a Criação.
Já o homem, ao se degradar a ponto de parecer perder a razão, torna-se, na expressão de Arquimedes, o pior dos animais. Com efeito, ele procede contra a própria racionalidade por ser livre e capaz de domar os seus impulsos. Se não o faz é porque não deseja sair do abismo nem procura os meios que a Santa Igreja lhe oferece.
Há ocorrências piores. Leis e atos jurídicos atentatórios ao próprio direito natural vão conduzindo a sociedade despenhadeiro abaixo. E abismo atrai abismo. Assistimos a uma nova fase do processo revolucionário multissecular já ensaiado em alguns lugares: a revolução cultural.
Com decisões em nome do direito de escolha, tal desordem visa interromper o plano de Deus ao equiparar a união sodomita à família monogâmica e indissolúvel. Na verdade, trata-se de um terrível golpe na instituição familiar, uma página negra a macular a história da Terra de Santa Cruz.
Aonde tudo isso nos conduzirá? É o próprio Estado que se degrada pela ação do seu apodrecimento nas paixões e vícios que correm desabridamente para eliminar o que resta de civilização cristã. Com ela cairá a boa ordem das coisas que nos dão segurança, como a harmonia, a paz e o bem estar.
Caindo a família, cai toda a ordem e o progresso da sociedade. Ao imprimir na alma humana a lei natural, Deus colocou as bases da conduta de todas as suas ações. As leis só têm valor jurídico quando observam a lei natural; caso contrário, favorecerão tão-só minorias impertinentes, dispostas a uma ditadura sobre as pessoas de bem.
Lembremos que no coração de cada homem existe uma lei inviolável – a lei natural, lei não escrita, pois se nasce com ela. Do contrário, leis como da homofobia farão num futuro não muito distante o Brasil refém de animais ferozes em que os mais fortes matarão e devorarão os mais fracos.
O homem deve proceder segundo a razão e conhecer os seus deveres, pois segundo essa mesma lei será um dia julgado como conhecedor do bem e do mal. Tal lei não pode ser obscurecida nem apagada, pois está indelevelmente gravada no próprio coração do homem. A realidade é que a sodomia contraria o homem como ser racional, dotado de inteligência e vontade, de alma e corpo, criado à imagem e semelhança de Deus e templo do Espírito Santo. Sendo isso, o homem deve acima de tudo obedecer às regras morais inscritas em seu próprio coração.
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