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segunda-feira, 29 de outubro de 2012


O cristão é outro Cristo


*Pe. David Francisquini


            A doutrina católica ensina há dois mil anos que christianus alter Christus. Com efeito, ao nos encontrarmos na amizade com Deus, isto é, em estado de graça, temos uma vida nova, toda divina, vida sobrenatural com todas as riquezas das virtudes e dons que nos elevam e nos fazem participar da vida própria e natural em Deus.
Vida participativa, portanto: divinae consortes naturae, ou seja, consorte, uma união que se nos dá pela graça com a natureza divina. Portanto, o próprio Deus habita em nós, tornando-nos templo do Espírito Santo, morada da Santíssima Trindade, no dizer de São Paulo.
Vivendo e cooperando com a graça e as virtudes infusas haverá um desenvolvimento e uma união da criatura com o Criador que poderá atingir alto grau de perfeição, preparando-nos para a vida eterna. As tribulações, os sofrimentos da vida presente não se comparam com a vida vindoura.
O Divino Mestre ressalta com ênfase essa luta quando diz que o reino dos céus padece violência e os que se violentam ou se esforçam são os que o arrebatam. Já o profeta Davi afirma que o inocente de mãos e limpos de coração, que não tomou em vão sua alma nem jurou por engano a seu próximo, alcançará de Deus a bênção e a misericórdia.
“Vossa tristeza se converterá em alegria”, consola-nos Nosso Senhor (João 16, 20). “Bem aventurado os que sofrem perseguição por amor à justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem aventurado sois vós quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, falarem todo mal contra vós, por minha causa. Alegrai-vos, e exultai-vos, porque, a vossa recompensa será grande nos céus”. (Mt. V, 11-12).
         Ao perseverar nas trilhas dos mandamentos, na freqüência constante aos sacramentos, nos trabalhos, nas angústias, nos temores e nas perseguições, o fiel pela sua paciência, perseverança e constante heroísmo desembocará num reino indescritível de gozo e de alegria dos bem-aventurados no reino dos Céus.
Mas, afinal, o que é o Céu? Qual é a vida dos bem-aventurados? Pouco ou quase nada se prega ou se escreve a respeito. Afinal, o Céu é nossa pátria. Não é o firmamento pontilhado de milhões de estrelas, mas um lugar onde “os justos entrarão para a vida eterna”.
Lugar de alegrias sem par, onde os bem-aventurados contemplarão eternamente a Deus e O amarão ao prestar-Lhe todas as homenagens pelo fato de ser Ele quem é. Lugar onde eles estarão livres de todo o mal, triunfando sobre o pecado, o mundo, o demônio e a carne corrompida pelo pecado original.
         Santo Agostinho se propondo a escrever a respeito do Céu quis se aconselhar com São Jerônimo sobre a conveniência ou não da obra. São Jerônimo – que acabara de falecer – apareceu-lhe milagrosamente desaconselhando-o da empreitada, por se tratar de tarefa quase impossível. Olhe que São Jerônimo falava com conhecimento de causa, pois já habitava no reino dos Céus!
O próprio Nosso Senhor na sua vida terrena disse pouco a esse respeito, o suficiente para fazermos uma idéia do reino dos céus. Por exemplo, quando nos ensinou que no reino de seu Pai há muitas moradas e se sentarão com Ele à mesa e participarão de um banquete que o Pai preparou para aqueles que O amam. O livro dos Salmos afirma que a glória dos céus é um bem infinitamente desejável.
Rogando a Deus, em sua qualidade de pai devotado aos filhos, que alimente em nós este santo desejo, prometo continuar o tema num próximo artigo.

Um comentário:

Isayas disse...

O Céu que Deus nos promete é inimaginável, não é o céu que as ideologias socialistas instigam na midia, de viver a vida a cada momento, aproveitá-la ao máximo, o paraíso é aqui, já que morreu, acabou.
Não é que a todo momento na midia nos apresentam um "paraíso" para adentrarmos?
Por outro lado, sabemos que o tal céu por elas prometido não passa de um esquema de alienação das pessoas e jogá-la em todos os vícios em que possa se enfiar, pois a intenção primeira delas é alienar as pessoas por meio de desligarem da doutrina da Igreja católica em especial, consequentemente as lançarem no relativismo, para depois de devidamente subvertidas as dominar com facilidade e as escravizar sob um regime totalitarista, opressor, materialista e ateu.
Não são as ideias defendidas pelos comunistas, como dos políticos e do partido PT?
Aliás, quem vota neles colabora...