Pe.
David Francisquini
O celibato sacerdotal vem dos tempos apostólicos e
está vinculado ao próprio Jesus Cristo. Por sua vida, seu exemplo e sua missão
redentora, Ele veio trazer o remédio para curar a natureza humana decaída.
Sendo Nosso Senhor o ponto de referência para todos
os estados de vida, não O compreende, nem a sua missão salvadora, quem rejeita
o celibato sacerdotal, conforme os evangelistas: “Todo aquele que por minha
causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o
cêntuplo e possuirá a vida eterna”.
Para se perceber bem o alcance desta via, é
indispensável compreender a grandeza do celibato sacerdotal ligado à tradição
apostólica, pois o padre é o sal da terra e a luz do mundo, outro Cristo na
terra.
Pela sublimidade de seu ministério, ele sai do meio
do povo para mais bem defendê-lo, agindo in persona Christi por efeito
de sua ordenação sacerdotal. De tal forma que, ao ensinar, guiar e santificar,
o sacerdote procede como outro Cristo.
O padre não é mero funcionário da Igreja, mas está
ligado a Ela como membro vivo de santificação. Pela virtude que recebe no
momento da ordenação, ele se torna instrumento vivo do próprio Jesus Cristo,
que colocou em suas mãos o destino das almas.
A não se compreender assim o sacerdócio, não se
entenderá o celibato e suas implicações com Jesus Cristo. São Paulo afirma que
quem se encontra ligado à mulher cuida das coisas do mundo, e quem está ligado
a Cristo pelo celibato cuida de agradar à Igreja e ao próprio Cristo.
Nosso Senhor fala daqueles que se castraram para o
Reino do Céu. Com efeito, o homem desligado da mulher terá tempo para as coisas
de Deus. E São Pedro, ao confirmar a íntima união entre esposo e esposa, afirma
ser melhor ao homem não se prender à mulher.
Jesus ensina: “Há eunucos que o são desde o ventre
de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a
si mesmos se fizeram eunucos por amor ao Reino dos céus. Quem puder
compreender, compreenda” (Mt 19,12).
Ora, os possuidores da vocação sacerdotal compreendem
o esplendor que consiste em seguir mais de perto a Jesus Cristo. É o que os
incita à renúncia dos bens da terra com vistas ao Reino dos Céus, sinal
distintivo dos que desejam salvar-se por essa via.
Em todas as épocas de decadência religiosa o
celibato sacerdotal foi posto à prova, exatamente como ocorre em nossos dias.
Ao se questionar a estrutura da vida sacerdotal ligada ao celibato, há todo um
desapreço em relação a esses valores inerentes ao sacerdócio.
Assim foi na época do protestantismo, das revoltas
cismáticas e das crises de fé e de doutrina ao longo da história da Igreja. A
presente crise que assola a Igreja Católica não pode servir de pretexto para a
absurda hipótese de o padre se casar e ter filhos para educar, formar,
sustentar e proporcionar bem-estar.
Ainda mais em nossos dias, quando grassam as drogas e outras crises que abalam os já tênues laços familiares tornarão insustentável a vida do sacerdote, porque este não saberá se cuida dos paroquianos ou da família. A experiência de padres casados não resolverá a crise moral do clero, mas a fará recrudescer ainda mais.
Ainda mais em nossos dias, quando grassam as drogas e outras crises que abalam os já tênues laços familiares tornarão insustentável a vida do sacerdote, porque este não saberá se cuida dos paroquianos ou da família. A experiência de padres casados não resolverá a crise moral do clero, mas a fará recrudescer ainda mais.
Modelo dos sacerdotes e contrário per diamentrum
disso foi São João Batista Vianney, o Cura d’Ars, cuja festa celebramos no dia
4 de agosto. A seu respeito o demônio confessou que se existissem mais dois
padres como ele, o seu reino estaria destruído.
A solução para a crise na Igreja não está no
abandono do celibato e da virgindade, mas no aumento do apreço pela grandeza do
estado dos padres celibatários e virtuosos.
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