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sexta-feira, 9 de abril de 2021

 

Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera!

 

                                                                                                            *Pe. David Francisquini


   Raia o domingo da Ressurreição. Eis que surgem as santas mulheres, em busca do Corpo de Cristo para embalsamá-lo com aromas e perfumes. Em seu afã, talvez elas se voltassem menos para considerações mais altas e sublimes, como a Sua divindade. É o que habitualmente acontece conosco: não costumamos descortinar os grandes horizontes da fé e dos princípios.

            Na verdade, como diz São Paulo, se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé seria vã. A Santa Igreja começa a difundir toda a verdade sobre a Ressurreição, escândalo para os judeus e escárnio para os gentios. Jesus Cristo veio para reinar nos corações dos homens através dos frutos de Sua Paixão e Morte, e assim conquistá-los para o seu reino, que não terá fim.

            Contemplando Cristo ressuscitado, vemo-Lo vencedor da morte e do pecado. Ao ressuscitar, Ele eliminou a corruptibilidade de seu corpo e nos concedeu a integridade na fé, para que ressurjamos como Ele no dia da ressurreição final. Como a semente morre para fazer surgir nova vida, assim teremos na ressurreição final uma nova vida.

            As santas mulheres estavam preocupadas com o obstáculo da pedra na porta do sepulcro, não passando por suas mentes Cristo ressuscitado. Com efeito, para quem crê verdadeiramente n’Ele, não há obstáculo intransponível. Cristo ressuscitou com as suas chagas para nos certificar na fé, como afiançou São Tomé, que, ao vê-Lo ressuscitado, as tocou.

            Aquele que morreu pleno de virtudes e com reputação das boas obras já aparecia
bem cedo no primeiro dia da semana, depois do alvorecer, refulgindo o esplendor de sua divindade ante os olhos de todos e os confirmando na fé. A pedra estava posta de lado e o sepulcro aberto, o corpo de Cristo já não estava lá. Para as piedosas mulheres, o corpo d’Ele havia sido roubado.

            Mas Cristo havia ressurgido como um sol, iluminando o mundo inteiro. As trevas tinham ficado para trás, o mundo novo havia nascido com o triunfo de Cristo sobre o demônio, onde passava a brilhar a cruz de Cristo. São Marcos, ao dizer "de manhã cedo", e São Lucas de "muito cedo", mostram que a ida das mulheres ao sepulcro se deu nos albores do domingo.

            Com isso quiseram mostrar a salvação do gênero humano por meio de uma analogia com o sol, pois assim como ele faz surgir a aurora e iluminará toda a Terra, assim também a ação da graça nas almas ilumina os espíritos para que os homens possam não apenas crer, mas professar a sua Fé. É um convite para que todos sigam o exemplo das santas mulheres, e usufruam das alegrias pascais.

            Os homens, reanimados pelo exemplo delas, comemoram a Ressurreição e participam de suas graças, que lhes infundiram uma vida nova sob a luz da fé. Junto da Mãe Dolorosa, a cujo lado os verdadeiros seguidores da Santa Igreja se reagruparão sempre, eles participam das alegrias da Páscoa. Nossa Senhora sempre afastará de nós os obstáculos que nos impedem de estar junto de seu Filho.

 

            O que na maior parte das vezes impede a nossa verdadeira união com Nosso Senhor é o fato de não vislumbramos os inúmeros sinais do que é espiritual. Tendemos a considerar todas as coisas do ponto de vista terreno, uma vez que nossas cogitações não são as cogitações divinas, como afirma a Escritura. O espírito apegado à matéria não se dá conta das coisas mais altas. Cristo ressuscitou.

            Os anjos da venturosa Ressurreição aparecem com roupas resplandecentes, para anunciar júbilo e felicidade. Neles transparecem humildade e doçura que convêm ao reino e à alegria do Senhor. O desenrolar da Ressurreição nos leva a desapegar do espírito carnal para saborearmos as alegrias pascais. Temos de removê-lo como a pedra que fechava o santo sepulcro de Nosso Senhor.

            O tamanho de uma pedra é imagem daquela que bloqueia nossos corações para as graças. Cabe-nos de livre vontade removê-la para atrair as graças suficientes que nos vêm da Ressurreição. Seremos homens novos quando nos despojarmos das vestes velhas do mundo corrompido pelo pecado e das doutrinas geradas por aqueles que sempre procuraram enganar e perder os bons.

            O sol, eclipsado durante a Paixão, indicava a tristeza e a angústia que jaziam nos corações dos homens que haviam crucificado o Filho de Deus. Os anjos, que agora aparecem, anunciam a vida e a ressurreição, convidando-nos ao desapego e à doação, despojando-nos do velho fermento da malícia e da corrupção. Lavado no Sangue do Cordeiro, o novo homem deve amar a Deus e o próximo.          

  Força nenhuma o demoverá dos seus sagrados desejos de santificação e salvação, a despeito de falsos benefícios terrenos, medidas protetivas enganosas, engendradas pelos grandes inimigos: o demônio, o mundo e a carne. Esta tríade perdeu força naqueles que têm fé em Cristo, vencedor da morte. Ele ressuscitou ao terceiro dia, imortal, impassível e triunfante, para nunca mais morrer.

            As santas mulheres, instruídas pelos anjos, anunciaram a boa-nova aos apóstolos. Cristo havia ressuscitado dos mortos e a ressurreição foi celebrada entre os seus discípulos. Sob essa luz misteriosa do entardecer de nossa era e no amanhecer da outra que virá, confiamos que Cristo vencerá de novo pela ação da Santíssima Virgem, cumulando-nos de novas alegrias com a vitória do Imaculado de Maria.

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