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quinta-feira, 13 de junho de 2013

 
               Demagogia não é santidade II
* Pe David Francisquini

              Cumprindo com a promessa de dar continuidade à matéria tratada no artigo "Demagogia não é santidade", lembro aos meus leitores que nos ocupávamos da santidade do Padre João Maria Vianney, o Cura d'Ars, o patrono dos párocos. Assinalávamos que a verdadeira grandeza da pessoa não se caracteriza pela aparência, pois advém sempre da Cruz.
               Para aquele santo vigário de aldeia nada passava despercebido. De olhar límpido, inocente e perspicaz, ele possuía uma grande vivacidade e penetração, perscrutando com reverência o interior das almas. Seu biógrafo narra que no dia de seu onomástico foi-lhe apresentado um bolo enfeitado com figuras de um boi, um leão, uma girafa e algumas pombinhas.
                 Ao agradecer as homenagens, o Cura d'Ars fez uma verdadeira transcendência sobre as figuras ali representadas,
mostrando as virtudes que simbolizavam. Assim se expressou ele, para o proveito espiritual dos presentes: "O boi representa a força; o leão, o valor;   a girafa, a alma que corre a largos passos para Deus; as pombinhas, o espírito que se eleva acima das coisas terrenas".
               Sem dúvida ele não era um intelectual, mas cheio de amor a Deus. Ele soube prevalecer-se daquele momento para edificar as almas, pensando na vida interior das mesmas e nas suas relações com Deus. O mundo que o cercava mais proximamente era a aldeia, seguindo do campo, que se estendia maravilhosamente diante dos seus olhos. No entanto, sua santidade o fazia refletir sobre Deus e o valor das almas.
             Um padre inteiramente fiel tende, por vocação, a elevar a cultura do seu povo, por mais simples que este seja, pelo simples fato de destilar para ele a doçura e a bondade cristã. Um padre impregnado de oração, de vida heroica, de desapego e cumpridor de seus deveres de estado, é como uma torre altaneira e vigorosa, ponto de referência para o mundo contemporâneo.
               Tomemos outro exemplo. O que representou para o
seu século a humilde e analfabeta Santa Bernadette Soubirous, vidente de Lourdes, senão um exemplo de desinteresse, alienação e holocausto? Sem dúvida, ela foi uma vítima expiatória pela glória da Igreja e salvação das almas. O que faz a grandeza de uma pessoa é a grandeza da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
              É na Cruz que o sacerdote deve buscar o santo zelo para santificar as almas, é na Cruz que ele deve procurar o que há de mais valioso e belo para celebrar o culto no altar do santo sacrifício; sacrifício incruento que nos lembra aquele oferecido a Deus por Abel.
               Ao contrário de seu irmão Caim, ele ofereceu o que possuía de melhor, como a ovelha maior, mais bonita, mais pura, mais inocente, mais impoluta, aquela, enfim, que mais pudesse agradar a Deus. E seu sacrifício foi aceito, pois realizado com pureza e retidão de alma.
              Pelo contrário, Caim ofereceu o que tinha de pior e foi rejeitado por Deus, que não desdenhou a generosidade e a riqueza de alma manifestadas no oferecimento de Abel.
               Voltando ao Cura d'Ars, embora João Batista Maria
Padre David junto aos paramentos de São João Vianney, por
ocasião de sua visita a Ars - França.
Vianney vivesse na pobreza, ele fazia questão de que os objetos sagrados - cálices, ostensórios, casulas, alvas e imagens - fossem suntuosos e ricos, pois que destinados ao culto de Deus. Como isso, levava a todos os paroquianos a compreender o Céu, a amar e servir a Deus.

                 Encerro  com esta esplêndida frase do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, na qual ele descreve muito bem a diferença entre aqueles que procuram os aplausos dos homens e os que desejam ser vistos apenas por Deus: "A popularidade é a glória dos demagogos; a glória é a popularidade dos heróis e dos santos".

sábado, 25 de maio de 2013

Demagogia não é santidade (I)

* Pe. David Francisquini.

                     "Não vos admireis que vos chame servos, mas amigos,
pois o servo não se senta à mesa de seu senhor, mas somente os amigos. Eu vos elegi para que possais dar muitos frutos e frutos em abundância”, diz o Divino Mestre. E a Igreja sempre ensinou que o sacerdócio católico – como instituição e como missão divina – é o sal que salga e a luz que ilumina.
           Amigos. A verdadeira amizade consiste na comunhão de ideal alicerçada na fé, na esperança e na caridade, pois o amigo deve concordar, isto é, ter o mesmo coração de seu amigo no não querer determinada coisa. Entre amigos deve existir o mesmo modo de pensar, querer e sentir em Jesus Cristo, o Homem-Deus que é santo, inocente e impoluto.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Rei dos reis e Senhor dos senhores

*Pe. David Francisquini

                Em seu Evangelho sobre o encontro de Jesus no Templo discutindo com os doutores da Lei, São Lucas O descreve descendo com São José e Maria rumo a Nazaré e submisso a eles. Verdadeiro relicário de sabedoria e de virtudes, Maria conferia e conservava em seu coração toda a vida do Menino Jesus, que crescia em idade, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.
                Sendo verdadeiro Deus, no quê poderia Ele crescer dentro da simples, mas incomensuravelmente rica casa de Nazaré onde vivia a Sagrada Família? No entanto, Ele crescia em graça e santidade, um mistério alto e profundo que se reflete na Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, sua Esposa Mística.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Nem a natureza ficou insensível

*Pe. David Francisquini

            Enquanto ainda não desponta para nós, o sol, que nunca deixa de iluminar a terra, se vela em outros confins. As trevas da noite que cobrem a pessoa adorável de Nosso Senhor Jesus Cristo e de seus discípulos estão prestes a se dissipar. A Páscoa se aproxima.
Ao contemplar e refletir sobre tão sublime mistério da Ressurreição, podemos imaginar a noite escura que de repente passa a brilhar com toda intensidade, para simbolizar o maior milagre da divindade de Cristo: o Filho de Deus que se encarnou, padeceu e morreu, agora ressuscita, após vencer a morte, o demônio e o pecado.

domingo, 24 de março de 2013


Ele lutou e venceu como guerreiro


*Pe. David Francisquini

Se Maria teve papel tão relevante na Encarnação do Verbo trazendo ao mundo o Salvador do mundo, necessariamente Ela é, depois de seu Filho – carne de sua carne e sangue de seu sangue – a mais perfeita das criaturas. Numa palavra, Nossa Senhora é a obra-prima da criação e a co-redentora do gênero humano.

E se compreende que seja assim, pois, do mesmo modo como o pecado entrou no mundo através de um homem e de uma mulher, foi também por meio de um Homem e de uma Mulher que a graça superabundou neste mesmo mundo, advindo-nos os meios necessários para lutar e vencer a nossa natureza decaída pelo pecado de nossos primeiros pais.
 Com efeito, o trabalho, a doença, o sofrimento e a morte são consequências do pecado original e patrimônio comum de todos os homens neste Vale de Lágrimas. Mas podemos mitigar de algum modo seus efeitos oferecendo-os em união a Jesus e Maria, que sem a mancha do pecado sofreram indizivelmente mais do que todos nós.
Sem dúvida, tais ponderações nos fazem entender melhor por que os sofrimentos da Mãe do Salvador atingiram um ápice só comparável aos de seu divino Filho.