Postagem em destaque

  Peçamos a coragem de dizer “não” Pe. David Francisquini Pilatos, o governador romano que cometeu o crime mais monstruoso de toda a His...

Postagens mais visitadas

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

 
"Se te buscas deleites ou prazeres"
 
*Pe. David Francisquini
 

Entre as muitas verdades esquecidas em nossos dias, ocupa certamente lugar de destaque a existência do Purgatório. Isso porque tendo o mundo moderno abraçado o hedonismo, cuja filosofia põe o prazer como finalidade primeira da vida, a lembrança de um lugar de expiação e reparação, onde há dor, sofrimento, privação e angústias, põe as pessoas em fuga.
Como era diferente a sociedade verdadeiramente cristã, que praticava o ensinamento evangélico de procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, pois todo o resto lhe seria dado por acréscimo! Para ilustrar o que afirmo, não preciso citar um santo medieval, mas um poeta renascentista em cuja alma ainda vicejava a têmpera cristã, o grande Luiz Vaz de Camões:
Tu que descanso buscas cum cuidado/ neste mar do mundo
tempestuoso / não esperes de achar nenhum repouso / senão em
Cristo Jesus Crucificado... Se te buscas deleites ou prazeres, / nele está o dulçor dos dulçores / que a todos nos deleita com vitória.
 
Afinal, o que é o Purgatório? – A opinião comum dos tratadistas é que algumas vezes a palavra é tomada no sentido de um lugar; outras vezes, como sendo um estado intermediário entre o Céu e o Inferno, mas sempre descrevendo o fogo do purgatório como crudelíssimo, pois abrasa a alma com a severidade proporcionada à gravidade e ao número de pecados cometidos contra a infinita justiça Divina.
A doutrina católica explica que o homem, possuidor de uma alma imortal, ao morrer em estado de pecado mortal vai para o inferno. Mas se ele se achar em estado de graça e lhe restar ainda algo a ser expiado, irá para o Purgatório. Ali ele permanecerá por um tempo determinado, a fim de reparar o que não conseguiu fazer em sua vida terrena. Na verdade, tal reparação é de estrita justiça a um Deus ofendido. 
O purgatório é na verdade fruto da misericórdia de Deus, que na Sua infinita bondade dá ao fiel ocasião de expiar o que lhe resta de impurezas, para poder entrar no Céu e contemplá-Lo face a face por toda a eternidade. No seu Tratado do Purgatório, Santa Catarina de Gênova (1447-1510) afirmou não haver felicidade comparável à das almas do Purgatório, a não ser a dos santos no Céu. E que tal felicidade cresce incessantemente por influência de Deus, à medida que os impedimentos vão desaparecendo.
Para esta nobre santa – pois era filha do vice-rei de Nápoles –, tais impedimentos são como a ferrugem, que à medida que diminui faz aumentar a felicidade das almas. Deus infunde nelas o desejo de O virem, ao mesmo tempo em que acende nos seus corações um fogo de amor tão poderoso que torna insuportável qualquer obstáculo entre elas e Deus.
Mas o grande Santo Agostinho clama a Deus: "Não me castigueis no teu furor. Purifica-me antes de tal maneira, nesta vida, que eu não necessite ser purificado pelo fogo na próxima. Sim, eu temo este fogo que foi ateado para aqueles que serão salvos, é verdade, mas isso pelo fogo!”.
Pelo grande amor que tem à criatura feita à sua imagem e semelhança, Deus nunca deixará de atrair as almas à perfeição, pois Ele a bondade. E sendo a essência divina tão pura, a alma culpada encontra no Purgatório grande misericórdia, a destruição de sua culpa.

Um comentário:

comprar seguidores instagram disse...

Parabéns pelo o blog, adorei... muito bom mesmo!