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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ainda agora passarás por mim.E eu?!


*Pe. David Francisquini

 
Entre os exercícios de piedade promovidos pela Santa Igreja para o tempo da Quaresma nenhum é tão eficaz quanto a Via Sacra. De conteúdo doutrinário amplo e profundo, ela se compõe de 14 estações representando o doloroso e heroico caminho de Nosso Senhor Jesus Cristo carregando a Cruz, desde o pretório de Pilatos até o monte Calvário.
Sua origem é atribuída à Santíssima Virgem Maria, que visitava com frequência os lugares sagrados onde seu divino Filho padeceu e morreu pelos nossos pecados. Procurando seguir suas maternais pegadas, os primeiros cristãos se puseram por sua vez a visitá-los, a fim de meditar nos indizíveis sofrimentos de Jesus e de Maria, co-redentora do gênero humano.

Quando a Terra Santa caiu em mãos dos infiéis, e não podendo mais os cristãos visitar sem perigo esses veneráveis lugares, os medievais começaram a erigir cruzeiros um pouco por toda a Europa, representando as estações de Jerusalém. E esses cruzeiros ou estações foram sendo enriquecidos ao longo dos tempos pela piedade dos cristãos, e contemplados com indulgências concedidas pelos Papas.
Por exemplo, ganhamos indulgências quando recolhidos e meditando na Paixão de Jesus Cristo, passamos de estação em estação da Via Sacra. Reflexão inédita, porque é através dela que o cristão pensa em Jesus Cristo – nos sofrimentos, no heroísmo e no infinito amor d’Ele para conosco. Um Deus que Se torna homem e Se imola por nós, escolhendo o pior martírio que é o de morrer pregado na Cruz.
Quem não se estremece e se compadece de um Deus que tanto nos amou? Quem não vê e contempla a dureza, o escárnio, a zombaria, o desprezo e a humilhação de um Deus todo ensangüentado, repleto de chagas e de ferimentos? Quem não se condói vendo-O abandonado, desprezado, triturado como um verme que se contorce sobre a ação da dor?
Muitas almas se perdem por não pensarem na paixão e morte de Jesus Cristo! Tivéssemos nós presentes Jesus coroado de espinhos, revestido de um trapo, segurando a cana da irrisão, todo coberto de sangue e chagado, dificilmente deixaríamos de pensar em nossos pecados.
Conta Santo Antônio Maria Claret que ao deixar um grupo de religiosos um local de missão para ir pregá-la em outras paragens, ensinou aos seus neófitos o exercício da Via Sacra. Qual não foi o contentamento desses missionários ao retornarem àquele lugar e encontrarem todos os fiéis em estado de graça. Sem dúvida, foram obedientes aos conselhos recebidos.
São Leonardo de Porto Maurício sugeria àqueles que desejassem com ardor evitar um mal, progredir na virtude, levar uma vida santa e piedosa e atingir em pouco tempo a perfeição cristã, a prática fervorosa do piedoso exercício da Via Sacra. São Boaventura aconselha que tenhamos sempre diante dos olhos Jesus Cristo em sua Cruz agonizante e morrendo, caso desejemos conservar a chama da devoção e da piedade.
O fim dessa devoção é cultivar em nós os sentimentos que devemos ter de gratidão e amor para com um Deus que padeceu, sofreu e morreu por nós. É para avivar em nós os mais firmes movimentos de contrição pelos nossos pecados, para cuja remissão nosso Salvador não só padeceu e morreu, mas ainda nos proporcionou com Seu sangue a insigne graça de imitá-Lo em suas virtudes.
A Quaresma e a Semana Santa são tempos propícios para seguirmos o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe Santíssima. Enquanto se avolumam assustadoramente o pecado e a devassidão, levando um número incontável de almas a se condenar, contemplemos a Paixão e Morte de Jesus no exercício da Via Sacra. Meditemos nas palavras do Real Profeta: Quae utilitas in sanguine meo?”

Um comentário:

Maria das Graças Dourado Pimenta disse...

A grande maioria das pessoas não se preocupa com a vida eterna por isso não meditam na morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. A vaidade e falta de amor a Deus nos têm levado a esse estado de coisas. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo