As duas primaveras
*Padre David
Francisquini
Meus leitores habituais, com
os quais divido minhas cogitações regularmente, conhecem a temática que as
frequenta. Hoje tenho um assunto bastante diferente, que não habita essas
paragens, mas que se tornou relevante na atual conjuntura pós-eleitoral.
Sirvo-me, para tanto, das
observações de um amigo, que adota o pseudônimo de Eutrap Ludovico. São
suas as palavras que descrevem novidades no panorama da mentalidade brasileira,
e que me chamaram muito a atenção: o futebol no Brasil.
São palavras dele: “Observo
que o futebol brasileiro, sendo um dos mais competitivos do mundo, apresenta um
sofisticado nível de organização e poderio econômico.
“Os atletas mais talentosos
do país começam cedo na carreira, e é frequente que ocorram transferências de
um clube para outro ainda na juventude, quase meninos; eles mudam de cidade, de
clube, de hábitos, e começam cedo a auferir altas rendas.
“Como resultado, o conjunto
dos jogadores dos 20 principais clubes, a série A, e mais os de outros vinte,
da série B, formam uma vistosa amostra, extremamente variada e representativa,
da própria população brasileira.
“O observador frequente
agora percebe uma das características, que se mostra mais e mais presente, em
grande parcela dessas pessoas. É a espiritualidade! Chamados a entrevistas,
eles quase sempre começam seus comentários sobre sua atuação agradecendo a Deus
pelas conquistas obtidas com suor, mas também com fé.
“Muitos fazem o sinal da
cruz ao entrar em campo para uma partida, e nos bastidores, é frequente que a
oração seja o último ato de preparação do grupo para iniciar um jogo”.
Mais de uma vez, tenho
mostrado a meus leitores que o grande movimento de opinião pública, observado
no Brasil desde 2013, desembocou em um ressurgimento da ‘direita’ como posição
política relevante, ao mesmo tempo que cresce a consciência de nossa população
a respeito da responsabilidade do cristão como cidadão.
Ou seja, a necessidade de
influir na melhoria da sociedade como um todo, e o crescente desassombro com
que o homem comum, nestes dias, exibe sua confissão religiosa, não só de
católicos, como de evangélicos e outras confissões cristãs, que têm algo em
comum: apresentam repulsa ao enorme desvirtuamento da moral social ocorrida no
país, nos últimos 30 anos, em especial após as vitórias e governos da esquerda.
Como relata meu amigo, “no
profissional do futebol, jogadores, técnicos e outros participantes influentes
deste esporte eminentemente coletivo, observa-se um reflexo ou amostra da
sociedade”.
É o Brasil profundo que foi
se inconformando cada vez mais com a ladeira moral descida pela sociedade, à
medida que progrediam as pautas socialistas nos diversos níveis da
Administração Pública.
A inconformidade culminou
com a eleição de um Presidente claramente comprometido com o anticomunismo e a
defesa dos valores da civilização cristã em 2018. E no futebol, “goleiros que
se ajoelham debaixo das traves para oração antes do início do jogo, goleadores
que agradecem a Deus o êxito de seu esforço nas vitórias obtidas, e mesmo
técnicos que exibem a estampa da Santíssima Virgem na camiseta que vestem, ao
acompanhar seus times à beira do campo...”
Ao mesmo tempo que se inicia
a primavera, com as primeiras chuvas chegando depois de uma severa seca, um
imenso movimento das almas inunda o Brasil de um patriotismo revigorado, cheio
de conteúdo filosófico e espiritual, ostentado não só nas cores verde e
amarelo, mas também nas fisionomias alegres das multidões de famílias que
invadem as ruas nas manifestações políticas – uma verdadeira segunda primavera,
toda espiritualizada em seu conteúdo político!
Após o primeiro turno das
eleições gerais, o país caminha para o segundo, cujo significado é claramente
plebiscitário. Para uma disputa entre comunismo e cristianismo na eleição
presidencial, mas já deixando, nas escolhas feitas no domingo da eleição, um
quadro claro, definido como a opção de renovar o quadro de seus representantes.
Foi o que aconteceu nos
parlamentos, estaduais e federais, além de muitos governadores, eleitos já em
primeiro turno. A onda conservadora, que não parou de crescer na última década,
só aumenta nesta auspiciosa primavera.
E no vozerio geral das
tomadas públicas de posição, assistimos com júbilo outra onda: a de pessoas de
destaque na vida cultural, social e esportiva, entre os quais grandes
futebolistas, incluindo o maior deles, quebrando uma antiga hegemonia do lado
contrário no clamor das pessoas de influência na sociedade.
Convido os leitores a se
unirem cada vez mais em torno desta vontade majoritária nacional, claramente
preponderante, sempre confiantes na maternal Providência Divina, que protege
este país desde seu surgimento, com a gloriosa denominação de Terra de Santa
Cruz. Nesta gloriosa luta política, o Brasil reconquista a passos largos, não
só grandeza e prosperidade, mas as felizes características de amor a Deus e ao
bem, que fizeram a sua grandeza.
Que Nossa Senhora Aparecida,
rainha e padroeira do Brasil, nos ajude!
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