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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

 

As duas primaveras

 

*Padre David Francisquini


Meus leitores habituais, com os quais divido minhas cogitações regularmente, conhecem a temática que as frequenta. Hoje tenho um assunto bastante diferente, que não habita essas paragens, mas que se tornou relevante na atual conjuntura pós-eleitoral.

Sirvo-me, para tanto, das observações de um amigo, que adota o pseudônimo de Eutrap Ludovico. São suas as palavras que descrevem novidades no panorama da mentalidade brasileira, e que me chamaram muito a atenção: o futebol no Brasil.

São palavras dele: “Observo que o futebol brasileiro, sendo um dos mais competitivos do mundo, apresenta um sofisticado nível de organização e poderio econômico.

“Os atletas mais talentosos do país começam cedo na carreira, e é frequente que ocorram transferências de um clube para outro ainda na juventude, quase meninos; eles mudam de cidade, de clube, de hábitos, e começam cedo a auferir altas rendas.

“Como resultado, o conjunto dos jogadores dos 20 principais clubes, a série A, e mais os de outros vinte, da série B, formam uma vistosa amostra, extremamente variada e representativa, da própria população brasileira.

“O observador frequente agora percebe uma das características, que se mostra mais e mais presente, em grande parcela dessas pessoas. É a espiritualidade! Chamados a entrevistas, eles quase sempre começam seus comentários sobre sua atuação agradecendo a Deus pelas conquistas obtidas com suor, mas também com fé.

“Muitos fazem o sinal da cruz ao entrar em campo para uma partida, e nos bastidores, é frequente que a oração seja o último ato de preparação do grupo para iniciar um jogo”.

Mais de uma vez, tenho mostrado a meus leitores que o grande movimento de opinião pública, observado no Brasil desde 2013, desembocou em um ressurgimento da ‘direita’ como posição política relevante, ao mesmo tempo que cresce a consciência de nossa população a respeito da responsabilidade do cristão como cidadão.

Ou seja, a necessidade de influir na melhoria da sociedade como um todo, e o crescente desassombro com que o homem comum, nestes dias, exibe sua confissão religiosa, não só de católicos, como de evangélicos e outras confissões cristãs, que têm algo em comum: apresentam repulsa ao enorme desvirtuamento da moral social ocorrida no país, nos últimos 30 anos, em especial após as vitórias e governos da esquerda.

Como relata meu amigo, “no profissional do futebol, jogadores, técnicos e outros participantes influentes deste esporte eminentemente coletivo, observa-se um reflexo ou amostra da sociedade”.

É o Brasil profundo que foi se inconformando cada vez mais com a ladeira moral descida pela sociedade, à medida que progrediam as pautas socialistas nos diversos níveis da Administração Pública.

A inconformidade culminou com a eleição de um Presidente claramente comprometido com o anticomunismo e a defesa dos valores da civilização cristã em 2018. E no futebol, “goleiros que se ajoelham debaixo das traves para oração antes do início do jogo, goleadores que agradecem a Deus o êxito de seu esforço nas vitórias obtidas, e mesmo técnicos que exibem a estampa da Santíssima Virgem na camiseta que vestem, ao acompanhar seus times à beira do campo...”

Ao mesmo tempo que se inicia a primavera, com as primeiras chuvas chegando depois de uma severa seca, um imenso movimento das almas inunda o Brasil de um patriotismo revigorado, cheio de conteúdo filosófico e espiritual, ostentado não só nas cores verde e amarelo, mas também nas fisionomias alegres das multidões de famílias que invadem as ruas nas manifestações políticas – uma verdadeira segunda primavera, toda espiritualizada em seu conteúdo político!

Após o primeiro turno das eleições gerais, o país caminha para o segundo, cujo significado é claramente plebiscitário. Para uma disputa entre comunismo e cristianismo na eleição presidencial, mas já deixando, nas escolhas feitas no domingo da eleição, um quadro claro, definido como a opção de renovar o quadro de seus representantes.

Foi o que aconteceu nos parlamentos, estaduais e federais, além de muitos governadores, eleitos já em primeiro turno. A onda conservadora, que não parou de crescer na última década, só aumenta nesta auspiciosa primavera.

E no vozerio geral das tomadas públicas de posição, assistimos com júbilo outra onda: a de pessoas de destaque na vida cultural, social e esportiva, entre os quais grandes futebolistas, incluindo o maior deles, quebrando uma antiga hegemonia do lado contrário no clamor das pessoas de influência na sociedade.

Convido os leitores a se unirem cada vez mais em torno desta vontade majoritária nacional, claramente preponderante, sempre confiantes na maternal Providência Divina, que protege este país desde seu surgimento, com a gloriosa denominação de Terra de Santa Cruz. Nesta gloriosa luta política, o Brasil reconquista a passos largos, não só grandeza e prosperidade, mas as felizes características de amor a Deus e ao bem, que fizeram a sua grandeza.

Que Nossa Senhora Aparecida, rainha e padroeira do Brasil, nos ajude!

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