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segunda-feira, 23 de abril de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
Meus votos de Páscoa
*Pe.
David Francisquini
Jesus Cristo Nosso Senhor
não veio destruir a antiga Lei, mas cumpri-la e aperfeiçoá-la. Com a sua gloriosa
Ressurreição no Domingo de Páscoa, Ele fez brilhar nova luz para que na Igreja resplandecesse
o que havia sido obscurecido pela Sinagoga. De sábado, o dia do Senhor passou
para domingo.
O sol ainda não havia
raiado naquele domingo quando Maria Madalena – aquela que obteve o perdão de
seus muitos pecados porque muito amou e, por isso mesmo, teve a sua alma purificada
de toda culpa – saíra para visitar Cristo em seu sepulcro. O Evangelho narra
que ela estava acompanhada de outra Maria e ambas portavam os aromas próprios
para embalsamar o corpo do Salvador.
Ao encontrarem a tumba
vazia, Maria Madalena sai pressurosa ao encontro dos apóstolos Pedro e João
para avisá-los do grande acontecimento. Quem perdoa pouco, ama pouco, e quem
perdoa muito, ama muito. Maria Madalena, que havia recebido um grande perdão, se
resplandece ao rever Cristo com vida nova, sendo naquele momento mesmo confirmada
na fé da Ressurreição.
E as duas Marias que precederam os
apóstolos na visita à sepultura do Senhor representavam a gentilidade e o judaísmo,
povos que fariam parte da Igreja Católica fundada por Jesus Cristo. Até aquele
momento, foi Maria, a Mãe do Salvador, quem assistiu a Igreja, quem A compendiou
em meio às densas trevas de deserção que grassou naqueles três dias. Nela, a virtude
da fé brilhava com tal intensidade, que salvou e iluminou as almas escolhidas
para serem o fundamento do mundo regenerado.
Cristo com a sua Ressurreição
como que renascera do Sepulcro, pois do que adiantaria ter fé se Ele não tivesse
ressuscitado? Eis o maior milagre da divindade do Salvador do mundo, que não só
ressuscitou Lázaro, mas com seu poder infinito ressuscitou a Si mesmo.
Aquele que havia sido
gerado num ventre virginal sem detrimento da integridade da Mãe, porque Deus tudo
pode, até ter uma Mãe Virgem; Aquele que a virgindade havia encerrado no ventre
materno veio à luz da vida, e o sepulcro cerrado O devolvia agora à vida
imortal.
Tendo saído íntegro, manifesta
Cristo todo o seu poder, toda a sua glória, toda a sua grandeza da mesma forma em
que havia deixado o corpo virginal de Maria. Sai do sepulcro deixando-o selado,
para que um anjo do céu removesse a pesada pedra da sepultura, e assim confundisse
os inimigos.
A terra estremecida
presta homenagem ao vencedor da morte, porque tudo n’Ele é vida e, como um sol,
difunde sobre a terra a claridade de todas esperanças. Ao sair do sepulcro Cristo deu o maior
argumento apologético de sua divindade, de que Ele é o Rei e travou a batalha
contra a morte, contra o demônio, contra o mundo e a natureza corrompida.
Nuvens espessas pairam
sobre grande parte da humanidade neste início de milênio, com o desespero parecendo
bater-lhe à porta. Que a Ressurreição de Cristo console e dê esperanças
redobradas às almas aflitas! Estes são os meus votos nesta Santa Páscoa de
2012.
domingo, 11 de março de 2012
As armas contra o
demônio
Pe. David Francisquini
Ao nos
depararmos com uma montanha, tendemos primeiro a admirá-la. Em seguida
arquitetamos um modo de escalar suas encostas e visitar seu cume. Por fim, tendo-a
como pedestal, contemplamos os vastos cenários que a rodeiam, símbolos de
valores transcendentais.
O nosso peregrinar pela Terra pode ser comparado
a um rio que nasce numa montanha dessas, percorre vales, perde-se em meio a uma
vegetação que lhe é hostil, se precipita despenhadeiro abaixo, reaparece risonho
em prado verdejante, atravessa ainda região de espinhos e abrolhos antes de
chegar vitorioso ao mar. Se pudessem, suas águas exclamariam: “vitória”!
A vida do homem neste Vale de Lágrimas é cheia
de riscos, exigindo dele espírito de combatividade e de luta. Maculado pelo
pecado original, o ser humano tem tendências quase inexplicáveis que o impedem
de avançar por suas próprias forças rumo ao cume da montanha. Os Mandamentos divinos se lhe apresentam de
árdua observância, devido às tentações e à debilidade de sua natureza decaída.
Se considerarmos
que uma terra ressequida termina cedendo às constantes chuvas e tornando-se
capaz de fazer germinar a semente lançada pelo homem, não sem razão devemos
figurar Deus como pai a velar pelos seus filhos. Ao nos criar à sua imagem e semelhança, Ele
colocou sobre nós as melhores de suas complacências.
A graça de
Deus que nunca nos falta pode o que a natureza não poderia. Tentações nos
sobrevêm, mas ninguém é tentado acima de suas próprias forças. Nos momentos
difíceis, devemos sempre recorrer a Deus e fazermos uso dos tesouros que a
Igreja coloca à disposição dos fiéis, através da mediação de Maria Santíssima,
Mãe de Deus e nossa mãe.
O demônio, ao
perceber que a alma regenerada na pia batismal se fortalece com as virtudes,
não a deixa em paz. Contudo, não podemos nos turbar com as provas, pois Deus
nos deu todas as armas para vencê-las. Como o maligno não fica ocioso e ronda como
um leão faminto querendo nos devorar, Deus nos cumula de graças. Sua ação benfazeja
nos mune para o combate.
Devemos – com o coração humilde – nos apoiar
no fortíssimo braço de Deus, e, assim amparados, travarmos o embate com aquele
que vagueia pelo mundo para perder as almas. E Deus nos dará a vitória, pois tal
luta está ancorada na oração constante, na vigilância, no jejum e na
abstinência.
Com este
estado de alma, podemos ser comparados a uma majestosa montanha a convidar nossos
semelhantes a galgar seu cume, habitat das almas generosas e que realmente amam
a Deus. A liturgia da Quaresma nos apresenta no seu primeiro domingo o sermão
da tentação de Jesus, para nos oferecer os meios de vencer o espírito maligno e
contemplar um dia a Deus face a face no Céu, como Cristo diante dos apóstolos
transfigurado no monte Tabor.
Jesus
quis ficar sozinho no deserto e ser tentado para nos ensinar a combater o
inimigo. A Tradição afirma que naquela região deserta entre Jericó e Jerusalém
– onde os ladrões perambulavam para roubar, saquear e matar – Adão foi
derrotado pelo demônio. Mas que foi também ali que Jesus Cristo, o novo Adão, quis
ir para vencer o espírito das trevas e consumar depois a Redenção com a morte
de Cruz.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
O maior não existe para
massacrar o menor
*Pe. David Francisquini
Ao observarmos a natureza inanimada – mesmo sem nos aprofundarmos muito –, constatamos a existência de enormes diferenças entre um ser e outro. Existe nessa natureza toda uma hierarquia de beleza incomparável, que simboliza outra ordem superior – a natureza animada, composta por vegetais, animais irracionais e o homem.
Atirada ao solo, a
semente viceja e se desenvolve ao mesmo tempo em que cumpre a função vegetal de
servir aos seres animados, fornecendo-lhes abrigo, alimento e aconchego. Os
seres inanimados proporcionam dessa maneira algo de sua perfeição aos seres
animados.
A criação divina se
revela de uma hierarquia perfeita e harmoniosa, pois a ordem das coisas é
naturalmente boa. Todos os elementos da criação visível estão a serviço do
homem, feito à imagem e semelhança do Criador. A Divina Providência rege de tal
modo todas as coisas, que estas redundam na Sua maior glória.
Simbolizando
uma beleza superior, a beleza natural reflete, por exemplo, a ordem da graça
que é a vida divina. O homem, ao contemplar a vitalidade da semente, poderá
perceber todo o seu potencial de desenvolvimento.
Uma planta, ao surgir num
lugar escuro, vai naturalmente à busca da luz. E o sol, por sua vez, não deixa nenhum
lugar da terra sem lançar sobre ele sua luz e seus raios benfazejos. Sem o
concurso do astro-rei, segundo Edmond Rostand, “as coisas não seriam senão
aquilo que elas são”.
O sol provê às
necessidades de todos: desde das águias do céu, passando pelas tênues
borboletas, até os vermes da terra. E isso sem melindrar nenhum outro astro,
pois o maior não existe para massacrar o menor.
Se assim é a natureza, o
homem – dotado por Deus de inteligência e vontade – é, queiram-no ou não os
ecologistas, o “rei da natureza”, com uma capacidade ontológica que nenhum
outro ser tem. Por isso, e a fim de indicar a vitalidade das boas obras, afirma
o Salvador nas páginas das Sagradas Escrituras:
“Brilhe vossa luz diante
dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifique o vosso Pai que
está no céu”; “vós sois a luz do mundo”; “vós sois o sal da terra”.
Há seitas protestantes
que afirmam bastar crer para ser justificado, que basta aceitar Cristo para ser
salvo, pois Ele é o único mediador, intercessor, advogado, o único que salva.
Convém ressaltar que há
uma interligação em crer em Jesus Cristo e seguir as suas máximas com a devoção
a Santíssima Virgem Maria, pois a Bíblia não é a única fonte de revelação.
Outra é a Tradição, pois Jesus Cristo mandou pregar e não escrever.
Muitas circunstâncias da
vida de Nosso Senhor foram reveladas pela própria Santíssima Virgem aos escritores
sacros, como os fatos, as circunstâncias, o tempo, os personagens que
envolveram a vida de Jesus Menino.
Tanto mais que o próprio
Nosso Senhor entregou Maria a João evangelista, dizendo: “Eis aí a tua Mãe”.
Portanto, todas as Igrejas que lograram a ventura de ter por bispos os
apóstolos ou os seus discípulos, sagrados bispos por Ele, conservaram sempre
uma devoção muito particular à Mãe de Deus e nossa Mãe.
Onde germinou a devoção a
Nossa Senhora, a fé e a piedade foram conservadas, os bons costumes floresceram
e prosperaram. Não basta crer, é preciso uma pública e solene profissão de fé.
Infeliz é o cristão que se envergonha de sua santa religião.
Crê-se de coração para
chegar à justiça, e confessa-se com a boca para merecer a salvação. Quem crê é
aquele que vive a sua fé, conformando a sua vida com os mandamentos.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
“Homem e mulher Deus os criou”
Há dois anos escrevi um trabalho sobre o aborto,
intitulado “Catecismo contra o aborto – Por que devo defender a vida
humana”. Ele foi publicado pela Artpress Indústria Gráfica e Editora
Ltda, de São Paulo, e vem sendo largamente difundido, perfazendo já três
edições.
Na medida em que o livro ia sendo
divulgado, fui recebendo pedidos de leitores para tratar de outro assunto
candente: a questão do homossexualismo. Aprofundei-me então no estudo do tema,
e tenho hoje a satisfação de apresentar ao público sob a forma de livro “Homem
e mulher Deus os criou”, também publicado pela Artpress.
Com efeito, faz-se hoje um enorme esforço publicitário mundial —
imprensa, cinema, televisão, internet e outros meios de divulgação —, para
tornar o homossexualismo aceito pela sociedade.
Embora sabendo que se trata de uma ação antinatural
condenável, muitos desconhecem a enorme gravidade dessa prática, qualificada
pela Santa Igreja como “pecado que brada aos Céus”. Além dessa questão, chamo a
atenção também para o enorme esforço publicitário de deformação que se pratica
nas escolas da rede pública, por meio de livros moralmente inaceitáveis.
Os costumes mudaram tanto, que até mesmo um sacerdote
precisa tomar cuidado para ensinar a doutrina católica sobre a questão. Isto de
um lado. De outro, fazê-lo em nossos dias não é diferente à maneira de atuar de
David com Golias, tal é a intensidade da propaganda visando tornar o
homossexualismo aceito pela sociedade.
Gostaria, aliás, que pela poderosíssima intercessão de
Nossa Senhora, meu pequeno e despretensioso livro tivesse um efeito análogo ao
de sua certeira funda...
No estudo, procurei relembrar aos fiéis a doutrina
católica, além de me referir igualmente ao que diz a ciência e as leis
sobre o homossexualismo. Fundamentando-me, sobretudo, no Supremo Magistério da
Igreja, nos escritos de santos e teólogos universalmente aceitos pela Igreja
como fidedignos, além de outras fontes. A principal delas foi o livro Defending
a Higher Law, estudo profundo e de largo alcance editado pela TFP
norte-americana.
O que nos moveu ao redigir e publicar o opúsculo Homem e mulher, Deus os criou
foi o zelo pela salvação das almas, pois os fiéis católicos têm hoje
dificuldade em obter orientação segura para os problemas morais com que se
defrontam diariamente.
Tanto para a orientação pessoal como para educação e
formação dos filhos, ou ainda quanto à ação de esclarecer parentes e amigos a
fim de deter e aniquilar a influência da propaganda homossexual, nada melhor do
que se basear no que a Santa Igreja ensina desde todo o sempre.
O livro visa ajudar as famílias a neutralizar a malsã
propaganda do lobby homossexual. Como a desorientação atual é grande, e
devemos aderir em tudo à palavra do Divino Mestre, pois stat crux dum
volvitur orbis (enquanto o mundo gira, a cruz permanece inabalável).
Lamentavelmente, o governo e o poder judiciário de
diversos países, entre os quais o nosso, vêm facilitando e colaborando com a
aceitação do homossexualismo. Conivências inimagináveis e apoios inaceitáveis —
inclusive financeiro, proporcionado com o
dinheiro dos contribuintes — conseguiram introduzir graves alterações no
ordenamento jurídico do País.
Além de em si mesmo o homossexualismo ser injusto e
imoral, ele também contraria frontalmente o nosso sentir religioso,
invariavelmente expresso pela população quando consultada em pesquisas e
levantamentos de opinião pública.
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