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domingo, 24 de janeiro de 2010

Não seja incrédulo



Pe. David Francisquini



Os acontecimentos ainda recentes da Semana Santa impelem-nos a fazer uma reflexão sobre a Ressurreição gloriosa de Jesus e de fatos ocorridos logo após esta vitória fulgurante de Nosso Salvador.

Jesus repousou em seu sepulcro como outrora o profeta Jonas no ventre da baleia, mas seus inimigos O temiam. Cientes da profecia de sua Ressurreição, eles pediram a Pilatos que colocasse guardas junto ao jazigo, a fim de evitar que o corpo do Senhor fosse roubado. E eis que se deu um grande terremoto. O anjo do Senhor chegando à sepultura afastou a pedra, e sentou-se em cima dela. Seu aspecto era como de relâmpago, e os guardas quando o viram, ficaram apavorados e como mortos.

Ao recobrarem os sentidos, eles partiram céleres para o Templo, a fim de anunciar a Ressurreição do Redentor. Era a notícia que seus inimigos sequer queriam cogitar. Diante do fato, o que fizeram eles? Deram dinheiro aos guardas para espalhar a notícia de que o corpo do Redentor havia sido roubado enquanto eles mesmos dormiam. Santo Agostinho assim rebateu tal alegação: “Se dormíeis, como podeis ter visto os discípulos roubarem o corpo do Senhor?”.

Se os inimigos temiam a Ressurreição do Salvador, por que os seus discípulos –– testemunhas oculares de incontáveis milagres –– tiveram dificuldade em aceitar tal verdade? Quando as santas mulheres vieram trazer-lhes a boa nova, os Apóstolos foram tardos em crer na notícia. Por que agiram assim? Encontravam-se eles sucumbidos por tão profunda tristeza que, aparecendo Jesus aos discípulos de Emaús, estes não O reconheceram.

Para confirmá-los na fé, o Redentor lhes perguntou: “Que conversas são essas que mantendes pelo caminho, e por que estais tristes?”

Um deles disse-Lhe: “Só tu és forasteiro em Jerusalém, que não sabes o que ali tem passado nesses dias?”

E Ele disse-lhes: “Que é?”.

Responderam: “Sobre Jesus Nazareno, que foi um varão profeta, poderoso em obras e em palavras diante de Deus e todo o povo; e de que maneira os nossos príncipes e sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram”.

E só o reconheceram quando Ele “tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e lhes dava”.

Mesmo Jesus aparecendo e mostrando-lhes as chagas, os Apóstolos tiveram dificuldade em crer. Estavam obcecados pela idéia que lhes dominava o espírito, de que sua crucifixão e morte seriam a maior derrota para a causa do seu reino.

Ao lhes aparecer, foi necessário que Ele pedisse algo para comer. Trouxeram-lhe um favo de mel e uma posta de peixe. Para eliminar qualquer dúvida a seu respeito, Jesus comeu diante deles. Mesmo assim, Tomé, um dos onze não estava presente nesta aparição. Afirmou que só acreditaria se colocasse o dedo na chaga de Cristo ressurrecto: “Se eu não vir em suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o meu dedo no lugar dos cravos, se não meter a mão em seu lado, não acreditarei”.

Dias depois, estavam os Apóstolos de Jesus no mesmo lugar e Tomé com eles. Veio Jesus, estando fechadas as portas: “A paz seja convosco”.

E dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. E disse a Tomé: “Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e mete-a em meu lado; não seja incrédulo, mas fiel”.


Tomé fez a profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”.

É oportuno consignar as palavras de Plinio Corrêa de Oliveira a respeito da Mãe do Salvador, por ocasião de sua crucifixão: “Mas há uma lâmpada que não se apaga, nem bruxuleia, e que arde só ela plenamente, nesta escuridão universal. É Nossa Senhora, em cuja alma a fé brilha tão intensamente como sempre. Ela crê. Crê inteiramente, sem reservas nem restrições. Tudo parece ter fracassado. Mas Ela sabe que nada fracassou. Em paz, aguarda Ela a Ressurreição. Nossa Senhora resumiu e compendiou em si a Santa Igreja, nesses dias de tão intensa deserção”.

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